terça-feira, 17 de setembro de 2013

Palavras que se cruzam

Primeira publicação em 1923
Quem nunca jogou as famosas Palavras Cruzadas? Como para tudo tem uma origem, as Palavras Cruzadas surgiram na Roma Antiga, mas especificamente em Pompeia, Itália, que acabou se tornando ruína devido a erupção de um vulcão de nome Vesúvio.
O modelo que os romanos jogavam é muito semelhante ao que conhecemos atualmente. Com o objetivo de cruzar palavras e achar Palíndromos, que são palavras que podem ser lidas verticalmente ou horizontalmente, o jogo tinha o nome de Laterculus, e já rachava a cuca dos nossos antepassados para encaixar todas as letras.
Com o passar dos anos, foi difícil ver novamente as Palavras Cruzadas no cotidiano das pessoas. Alguns quadros de palavras eram publicados em pequenas revistas da Inglaterra, mas nada além disso.
Porém, foi nos Estados Unidos, na publicação do dia 22 de dezembro de 1913 do jornal New York World, que apareceu a primeira palavra cruzada modernizada. O seu autor era Arthur Wynne (1871-1945), que viria a popularizar o jogo e enquadrar esse modelo em revistas infanto-juvenis. Wynne queria mudar algumas regras do jogo para que se tornasse mais complexo e trabalhoso. Ao invés de dar as palavras de cara, como faziam os romanos, Wynne decide então apenas dar algumas dicas sobre a palavra a ser encontrada.
O jogo se popularizou tanto que apenas alguns anos depois, todos os jornais da América e da Europa tinham obrigatoriamente Palavras Cruzadas em suas editorias de “Diversão”.
Apesar de ser um divertimento e um passamento, o jogo acabou por ter trazer benefícios para os seus jogadores, como trabalhar a memória, o raciocínio e auxiliando também no conhecimento da gramática.
Na Segunda Guerra Mundial, líderes e chefes de todos os países contratavam especialistas em Palavras Cruzadas (os profissionais são chamados de Cruciverbalistas) para que decifrassem códigos e táticas de guerrilha do território inimigo.

Brasil e suas palavras

O Brasil é considerado o quarto mercado de Palavras Cruzadas no mundo inteiro, perdendo apenas para os Estados Unidos, França e Itália.
O forte mercado vem devido a algumas revistas e publicações importantes, como é o caso da revista de passatempos Coquetel, da editora Ediouro Publicações. Coquetel, criada no ano de 1948, não contava apenas com as Palavras Cruzadas, mas também com Caça Palavras, Sudoku (apareceu em 2005 no Brasil), charadas, jogos dos sete erros, entre outros. Devido ao sucesso das publicações, a revista passou a ser a mais vendida no Brasil de passatempos, produzindo divertimentos para diversos jornais espalhados pelo país. Com a fama no auge, a revista recebeu o prêmio de “Maior Palavra Cruzada Direta do Mundo” que contava com 16 mil quadradinhos e 1.30 de altura, chamada para entrar no famoso Guinness Book.

O primeiro Torneio de Palavras Cruzadas no Brasil foi inaugurado pelo veículo de comunicação “Palavrão”, do grupo Bondinho, que teve como vencedor Euro Oscar, paulistano criador de charadas e de diversos outros passatempos.  

domingo, 15 de setembro de 2013

Betty Boop, implícito e sensual

Conhecida por ser a Rainha dos Desenhos Animados da década de 30, Betty Boop inaugurou para a mulher, um lugar no mundo da animação nas telas.
Criada por Max Fleischer (Judeu-americano que desenvolveu muitos desenhos animados além de Betty Boop, Super-Homem e Popeye), Betty era uma imigrante judaica, que dançava ao som de jazz e usava roupas provocantes. O seu conteúdo foi inicalmente apenas para adultos, contendo cenas de sexo implícito e muitas piadas provocantes. Ao que se sabe, Betty é uma mistura de muitas figuras importantes, como Helen Kane (sua primeira e principal dubladora), Mae Questel, Marilyn Monroe e Carmen Miranda.

Sua primeira aparição foi em 9 de agosto de 1930, em Dizzy Dishes, série criada por Talkartoon, da Paramount Pictures. Porém, o seu estrelato foi ao auge quando cantou, pela voz de Helen Kane, o Boop-Oop-a-Doop-Girl, música que fez sucesso ao longo de vários anos nos Estados Unidos.

Betty Boop com Bimbo, personagem principal
Por incrível que pareça, Betty Boop, em suas primeiras aparições, não era a personagem principal, sendo desenhada como  metade mulher, metade poodle e seguindo ordens de seu cachorro Bimbo. Suas orelhas eram de cachorro, que logo depois foram trocadas por grandes brincos de argola, e seu comportamento era também canino. Devido a sua sensualidade e atenção, Betty foi logo posta em primeiro plano, deixando Bimbo para trás.

Aos poucos, Betty tinha mais de 100 curtas metragens e muitos fãs, sendo reconhedida internacionalmente e assim considerada a primeira Pin Up, com uma forte atração na esfera da cultura pop.

Em 1934, uma notícia ruim foi dado pelo Código de Produção, que passava por constantes modificações. Betty Boop era agora censurada, não podendo mais usar vestidos curtos, tendo seu conteúdo reduzido para um público infantil. Embora com essas regras os seus criadores tenham mesmo trocado suas roupas, Betty continou sendo um Sex Simbol da animação, devido a sua voz e seus gestos.
Imitando cenas famosas de Marilyn e seu vestido ao vento, shows marcantes e danças típicas, Betty acabou sendo considerada uma das mulheres mais sedutoras de todos os tempos, a única retratada em desenho animado.

Seus anos corriam bem até que em 1939, a rainha da animação foi completamente censurada, proibida de continuar com suas curtas metragens e sendo obrigatoriamente retirada de todas as telas de cinema.
Betty apareceu mais algumas vezes em trechos de filmes, porém apenas por alguns minutos. A última vez de Betty nas telas foi em 1988, no filme “Uma Cilada para Roger Rabbit”, e depois então passou apenas a ficar marcada em salas de teatro e em quadrinhos, muitas vezes juntamente com o Gato Félix.
Atualmente, Betty é encontrada estampada em bonecas, perfumes e camisetas, porém sendo sempre lembrada como uma revolução feminina nos desenhos de animação.