quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Roteiro Imperial: Marrocos

O nosso último destino foi ousado. Queríamos conhecer um pouco do que a África do Norte tinha a oferecer, e não pensamos duas vezes em colocar o Marrocos no topo de nossa lista. Com apenas 10 dias, decidimos traçar o roteiro chamado “Cidades Imperiais”, visitando a capital Rabat, a famosa Marraquexe e finalizar na portuária Casablanca. Caso vá no verão, como nós, aconselho levar sempre consigo uma garrafa de água e protetor solar, pois Marrocos é um país extremamente quente.
Além disso, é importante destacar que as línguas predominantes no país são francesa e árabe, e tem a religião islâmica como um de seus pilares. A economia funciona bem, e a moeda local é o dirham (1 real = 3,25 dirhams), e é um território que recebe milhares de turistas todos os anos.


RABAT
O nosso primeiro destino foi Rabat, a capital marroquina. A cidade é discreta, e mantém as suas tradições extremamente enraizadas, seja em seus monumentos históricos, em suas lojas, restaurantes ou hotéis. Os habitantes da capital foram os mais conservadores que pudemos ver nas três cidades marroquinas, estes levando a sério cada palavra de suas tradições. A cidade é repleta de pessoas de todas as nacionalidades, e pode-se andar livremente para visitar cada canto da cidade.
Incluída na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, em 2012, tornou-se popular pelo nome de capital moderna e histórica, com um quê cosmopolita e mais um quê histórico.

Rabat combina vistas esplêndidas, devido a sua localização na Costa Atlântica. Turistas vêm do mundo inteiro para apreciar o que a cidade oferece de melhor: monumentos históricos, arquiteturas peculiares e o mar.

Aos que desejam visitar a capital marroquina, aconselho fortemente dois pontos turísticos. O primeiro, Casbá dos Oudaias, é, com certeza, um dos pontos obrigatórios a todos aqueles que querem se aprofundar e conhecer a cultura marroquina, além da história da capital. Com suas ruelas azuladas, suas casas típicas e sua vista surpreendente para o mar, esta fortaleza medieval é um presente que Rabat oferece a todos os seus passantes.
É provável que você se depare com alguns guias locais que gostariam de liderar o passeio pelo Casbá. Um conselho: aceite e combine o preço antes. Os guias locais cobram caro, porém te levam por caminhos que apenas eles têm conhecimento, ruas e vistas impressionantes de cima.
Outro ponto imperdível é a Torre Hassan. Localizada na região central, é necessário subir algumas rampas para ter acesso a ela. A Torre Hassan é imponente, e enriquece a paisagem arquitetônica de Rabat, embora tenha ficado inacabada após a sua fase de construção. Com seus 44 metros, um piso de mármore, é uma criação que data do século 12, mais precisamente do ano de 1195.

MARRAQUEXE
Como não existe Marrocos sem Marraquexe, e Marraquexe sem Marrocos, alugamos um carro e fomos até essa cidade, uma das mais conhecidas do mapa marroquino. Podemos afirmar que é aqui, em Marraquexe, que se encontram profissões únicas, como domadores de cobras e macacos, passeadores de camelos, músicos e dançarinos atípicos.

Muito conhecida pelos seus souks (mercados), Marraquexe reúne uma gama de opções turísticas aos seus visitantes. Reserve pelo menos quatro dias para passar na cidade, assim poderá aproveitar ao máximo a arquitetura, os comércios, além de relaxar nos famosos resorts.
Alguns locais turísticos são imperdíveis na chamada “Cidade Vermelha”, entre eles a praça Jemaa el-Fna, o Jardim Majorelle, Mesquita Cutubia, e claro, os souks

Especiarias nos souks, Marraquexe
O primeiro ponto é a praça Jemaa el-Fna, a mais movimentada praça de Marraquexe. Ponto de entrada para os mercados, é lá onde a magia acontece. As profissões peculiares se unem e fazem os seus shows particulares, estes que encantam turistas do mundo inteiro.
Nessa mesma praça, você encontra uma variedade de comércios, vendendo artesanatos e peças típicas da cultura marroquina. Andando alguns metros, você já está em meio aos souks, onde há vendedores negociando preços, e comercializando especiarias, carnes, frutas, luminárias, sapatos, e diversas lembrancinhas.

Pertinho da praça, você se depara com a Mesquita Cutubia, um dos monumentos mais representativos de Marraquexe. Tendo seu nome traduzido como “Bibliotecário”, a mesquita conta com um passado cult, pois era rodeada de vendedores de manuscritos, anos atrás. É um dos locais mais visitados na cidade.
Saindo de toda essa confusão turística, você pode ir em busca de um lugar mais tranquilo, o Jardim Majorelle. O jardim botânico engloba uma arquitetura típica, com cores vibrantes e um museu inspirado na cultura local, além, é claro, de reunir diversas espécies de flores e plantas.

É claro que, Marraquexe, é a cidade obrigatória quando falamos sobre o Marrocos. Apesar do seu trânsito caótico – bicicletas, pedestres, carros e motos parecem compartilhar o mesmo espaço – é um prato cheio quando se trata de cultura, história e pechinchas.


CASABLANCA
Há anos sonhava em conhecer a tão conhecida cidade do filme, Casablanca. Este local portuário é um mistura de bagunça, modernidade e tradição. É considerada a maior cidade do Marrocos, sendo também o centro industrial e econômico do país.

Como dito anteriormente, os marroquinos rezam cinco vezes ao dia, e são extremamente fiéis à sua religião. Escutamos a oração vinda diretamente da Mesquita Hassan II, e foi um dos momentos mais intensos que vivi no Marrocos, por isso, aconselho fortemente aos viajantes a dar uma passadinha no monumento. A Mesquita Hassan II é o maior e principal ponto turístico da cidade, inaugurada em 1993. Nomeada como a segunda maior mesquita do mundo, chama a atenção pelo seu tamanho e devido à delicadeza de suas cores.

A Mesquita é famosa também por ser uma das únicas do mundo a permitir a entrada de não-muçulmanos – normalmente, nenhuma mesquita permite a entrada de outras religiões. Porém, uma dica aos viajantes: se o desejo é de conhecer o interior da Mesquita Hassan II, não vá numa sexta-feira! Nesta data, a entrada é permitida somente a homens muçulmanos, e é o único dia na semana em que mulheres muçulmanas têm o direito de irem também.

Ao andar por Casablanca, você se depara com diversos mercados de rua, estes vendendo alimentos como verduras, frutas, legumes, peixes. Além disso, pequenas lojas (semelhantes com as de Marraquexe) vendem também artesanatos, e lembrancinhas típicas do Marrocos.
Mesquita Hassan II, Casablanca
A cidade conta também com inúmeros restaurantes reconhecidíssimos, entre eles o Rick’s Café, o meu favorito. Se você já assistiu ao filme Casablanca (1942), de Michael Curtiz, vai saber exatamente de qual restaurante estou falando. O Rick’s Café foi construído como no longa-metragem, decorado da mesma forma, com as mesmas cadeiras, pilastras e o famoso piano. O cardápio é diversificado, com opções de pratos típicos, ou até mesmo pratos mais internacionais, além de bebidas de qualidade e música ao vivo. É um jantar de estrela de cinema, né?

E falando em restaurantes, não podíamos deixar de abordar um assunto de agrado mútuo: comida! A gastronomia marroquina é regada de cominho, temperos, carnes e legumes. Se o seu próximo destino for o Marrocos, então não deixe de comer o famoso e tradicional cuscuz marroquino, além, é claro, de pedir as conhecidíssimas tajines. Para finalizar o almoço ou jantar, não se esqueça de tomar o chá de menta, normalmente servido em magníficas pratarias.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Meus três filmes japoneses

Desde pequena, assisto a animações japonesas e me encanto com seus traços peculiares. Percebi que faltava um toque de “Myiazaki” no meu blog, por isso, resolvi escrever sobre minhas três animações preferidas do Studio Ghibli, todas elas dirigidas pelo mestre da animação japonesa, Hayao Miyazaki.

A Viagem de Chihiro (2001)
Uma combinação perfeita de trilha sonora, roteiro e diretor é A Viagem de Chiriro, filme de 2001. Sendo o meu primeiríssimo contato com animações do Studio Ghibli, nem preciso dizer que me apaixonei perdidamente pelas suas cores, formatos e diálogos, estes que o filme nos proporciona de maneira impecável ao longo de seus 124 minutos. 
Este conto de fadas moderno conta a história de Chihiro, uma menina de dez anos de idade que está em meio a uma mudança com seus pais. Na viagem de carro, o seu pai pega um atalho, este que os leva para um mundo mágico e inexplorável. A trama se prolonga quando os seus pais, estes transformados em porcos, passam a ser o motivo principal para que Chihiro encontre maneiras de tirá-los desse mundo diferente. A menina se desdobra em coragem e atitude ao longo de filme, deparando-se com criaturas mágicas e frente a frente com elementos da cultura japonesa.

A Viagem de Chihiro é considerada uma das melhores animações já criadas, recebendo o prêmio de Urso de Ouro, no Festival de Berlim (2002), e também o Oscar de Melhor Animação (2003). Neste último, enfatiza-se que Chihiro concorreu com fortes candidatos, entre eles Spirit: O Corcel Indomável, Planeta do Tesouro, A Era do Gelo e Lilo & Stitch.
Ao assistir o filme, a grande dica é manter a cabeça bem aberta. Ao longo da trama, nos afundamos e torcemos para que Chihiro, a personagem principal, consiga sair de lá o mais rápido possível.

Assista ao trailer clicando neste link.

O meu vizinho Totoro (1988)
Você com certeza já se deparou com o Totoro alguma vez em sua vida. O nosso grande amigão peludo tornou-se um ícone cultural japonês, sendo encontrado em diversas lojas relacionados a cinema, em formato de pelúcia, pôster ou até mesmo em objetos do dia a dia. Ah, o Totoro é também logotipo do Studio Ghibli!
Esse filme japonês lindo e delicado conta a história de duas irmãs, Satsuki e Mei, que se mudam para uma casa no campo para ficarem mais próximas de sua mãe, esta que está internada no hospital. As meninas descobrem as novidades de seu novo lar, e começam a fazer amizades com diversas criaturas mágicas do folclore japonês, entre elas Totoro. O jardim é um campo de descobertas, enquanto que a união familiar está presente ao longo de toda a trama, de maneira sensível e marcante.


O que mais me chamou a atenção no filme quando assisti, foi o fato de não haver um vilão. Porém , isso não deixa a história menos interessante! Muito pelo contrário, o roteiro se baseia em cima de uma narrativa colorida e jovial, deixando o telespectador na dúvida entre a realidade ou a imaginação. 
O longa foi lançado em 1988, e com uma duração de 86 minutos, é uma harmoniosa mistura de simplicidade e complexidade, sendo um item obrigatório a ser assistido quando se trata de animação japonesa.

Quer assistir ao trailer? Clique aqui.

Ponyo - Uma Amizade que veio do Mar (2008)
Nunca um crítico resumiu tão bem a história de Ponyo: “Ponyo é tão caótico e exuberante quanto uma história contada por uma criança hiperativa.” O longa-metragem japonês, dirigido por 
Hayao Miyazaki, apresenta uma história de amor e inocência fora dos padrões. 
Indicado na categoria de Melhor Filme no Festival de Veneza, em 2008, Ponyo – Uma Amizade que veio do Mar, engloba 101 lindos minutos, e é o filme mais novo a liderar o artigo, lançado em 2008.

A história trata de Ponyo, uma peixe-dourada filha de um cientista e de uma deusa do Mar. Levemente inspirado no conto de “A Pequena Sereia”, Ponyo consegue escapar da vigia de seu pai, para ir conhecer o mundo humano. Ao longo da história, Ponyo se encontra com Susuke, um menino de 5 anos que salva a menina de um Oceano sujo e cheio de dejetos. Devido a isso, Ponyo ganha braços e pernas, gerando uma dúvida se quer voltar para o fundo do mar, ou continuar em terra firme com seu amigo Susuke. 

O romance é repleto de inocência e pureza, e suas imagens super bem feitas comprovam isso a cada cena. Uma curiosidade é que, todas suas imagens foram desenhadas à mão, para retomar o estilo antigo dos estúdios Ghibli, e para dar um ar mais infantil para a história. 

Assista ao trailer clicando neste link.

O que é o Studio Ghibli? 
É um estúdio de animação japonês, localizado em Tóquio, no Japão. Fundado em 1985, já produziu uma média de 20 filmes, e hoje conta com um museu dedicado aos longas e médias metragens. Inaugurado em 2001, o museu também se localiza em Tóquio, recebendo milhares de turistas anualmente. 
Aos que entendem japonês, o site oficial: ghibli.jp/
Existe também uma página especial (brasileira) para todos os fãs de animações do Ghibli: site.studioghibli.com.br/