quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Tatuando histórias

Tartaruga Maori, significa longevidade e família
Desde muito tempo, a arte de desenhar em corpos é presente na vida do ser humano. Há quem diga que as origens desses desenhos tenham se dado muitas vezes entre povos guerreiros, que voltavam de batalhas com cicatrizes marcando o rosto ou outra parte do corpo, e simbolizando então honra e coragem.
As primeiras vezes que as tatuagens foram vistas em formas de desenho, datam de 4000 a.C. no Egito, onde as múmias estudadas continham essas formas em seus membros. Além disso, na mesma época, povos maoris da Nova Zelândia e da Polinésia, traziam também desenhos em seus rostos, que eram introduzidos para rituais religiosos e simbolizavam a arte da guerra.
A simbologia maori até atualmente é muito escolhida entre os amantes dessa arte devido ao forte significado de alguns desenhos, entre eles a tartaruga maori, que representa família e longevidade, e também o dente de tubarão, que significa força e garra.
A arte corpórea começou a se difundir de tal forma que, nos registros atuais, não se sabe de um povo que não tenha feito uso de uma marca anexada ao seu corpo. A tatuagem começava a ter diversas finalidades, entre elas ritos religiosos, meios de se camuflar, marcação de escravos, prisioneiros, e também a divisão de grupos sociais.
Quando a tatuagem se expandiu para o Ocidente, deparou-se com a Idade Média, onde não foi bem aceita devido a Igreja e acabou entrando em declínio. Esta, proibia o ato de se tatuar, pois considerava que tatuados fossem criminosos, vândalos e má influência para os fiéis da religião.
Anos depois, o capitão James Cook (leia mais sobre o capitão dos mares em: http://lecroissantvoyageur.blogspot.com.br/2013/02/o-capitao-dos-mares_25.html) viajou até a Polinésia e segundo ele, os maoris chamavam “aqueles desenhos” de tatau. Então, o termo Tatto que utilizamos hoje vem dessa viagem e dessa descoberta.
Em 1891, uma boa notícia surgia para os então  futuros amantes dessa arte. A primeira máquina elétrica de tatuagem havia sido criada por Samuel O’Reilly, imigrante irlandês que se estabeleceu nos Estados Unidos e patenteou sua obra.
No Brasil, a presença de uma personalidade marcante fez aumentar a credibilidade do país em relação as tatuagens modernas. Knud Harald Lykke Gregersen, dinamarquês, mais conhecido como Lucky Tattoo, foi o primeiro tatuador profissional no Brasil e se estabeleceu em Santos fazendo história desse estigma no país.
 
O fato de usar sua pele como registro de ideias, valores, vaidade, ou pelo simples fato de ter uma parte de sua história marcada em você, incorpora o individualismo presente na sociedade, e então a  tatuagem passa a ser uma forma de expressão artística individual, contendo também mais cores, diversidades de desenhos e traços de escolha pessoal.