Com muitas saudades de Paris, me dediquei a assistir
pela décima vez Meia-Noite em Paris. Aquelas paisagens turísticas e a trilha
sonora criaram uma pauta inusitada na minha cabeça: quero destacar e contar um
pouco da vida de cada personagem artístico que aparece na trama. Desde Picasso
até Dali, desde Cole Porter até Hemingway.
Aos que não conhecem, o filme é uma comédia romântica
dirigida por Woody Allen, com a presença de Owen Wilson, Rachel McAdams e
Marion Cotillard no elenco. Lançado em 2011, Gil (Owen Wilson) vai com sua
noiva Inez (Rachel McAdams) para Paris – cidade que lhe desperta sentimentos
positivos – e tenta a todo custo ter ideias e escrever o seu livro, uma vez que
ele é escritor e roteirista. Durante passeios noturnos, que realiza sozinho
pela capital, é transportado para diferentes épocas a partir do badalar dos
sinos da meia-noite. Então, conhece personalidades fortíssimas do meio artístico
e cultural, como o casal Fitzgerald, Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Salvador
Dalí, além de se apaixonar por Adriana (Marion Cotillard). A trilha sonora é composta
pelo francês Stéphane Wrembel, sucesso garantido com a famosa música “Bistrô
Fada”.
Gil (Owen Wilson) no filme Meia-Noite em Paris |
Como são muitos os personagens apresentados no longa
metragem, não colocarei todos aqui. Embora todos, sem exceção, mereçam uma
descrição aprofundada sobre as suas contribuições para o universo cultural,
porém cito aqui apenas alguns dos mais famosos:
Cole Porter (1891-1964): músico e compositor americano, Porter foi um dos maiores contribuintes para o Great American Songbook – lista americana que engloba as canções mais famosas e populares dos Estados Unidos do século XX. No filme, Porter aparece cantando sua obra “Let’s Do It”, que o levou para a Broadway no ano de 1928.
Cole Porter (1891-1964): músico e compositor americano, Porter foi um dos maiores contribuintes para o Great American Songbook – lista americana que engloba as canções mais famosas e populares dos Estados Unidos do século XX. No filme, Porter aparece cantando sua obra “Let’s Do It”, que o levou para a Broadway no ano de 1928.
F.
Scott Fitzgerald (1896-1940): considerado um dos maiores escritores
do século anterior, Fitzgerald ficou famoso devido a suas grandiosas obras “O
Grande Gatsby” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”. Infelizmente, sua saúde
foi fortemente afetada pelo alcoolismo, vindo a falecer alguns anos depois e
deixando uma marca simbólica para a literatura mundial. Durante a trama, o
escritor aparece sempre em festas, com sua esposa.
Zelda
Fitzgerald (1900-1948): esposa do escritor F. Scott Fitzgerald, Zelda
também era escritora – mais precisamente de romances – e apelidada
carinhosamente de “a primeira melindrosa americana”. O casal fez sucesso logo no início da
carreira, e foram considerados por veículos de comunicação americanos como a
concretização da “Era do Jazz”.
Josephine
Baker (1906-1975): dançarina e cantora norte-americana,
Baker é também conhecida como “Vênus Negra” ou “Pérola Negra”. Eu nunca tinha
ouvido falar dela, e a deixei passar sem dar muita atenção quando revi o filme,
porém uma dica aos amantes da dança: procurem por ela. Com um gingado
impressionante, a Vênus Negra pode ser considerada a rainha do charleston (dança surgida nos anos 20,
som de divertimento dos cabarés).
Josephine Baker, dançarina e cantora |
Thomas
Stearns Eliot (1888-1965): popularmente conhecido como
T.S. Eliot, foi um poeta, dramaturgo e crítico literário americano. Honroso
devido as suas obras recebeu o Prêmio Nobel da Literatura em 1948 e foi criador
do famoso poema “A Terra Desolada”. Eliot mostrou durante toda sua vida uma
linha de afeição para os Estados Unidos e a Inglaterra.
Ernest
Hemingway (1899-1961): o célebre escritor e jornalista
norte-americano teve as suas obras marcadas devido ao seu trabalho de
correspondente de guerra, onde cobriu a Guerra Civil Espanhola. Instalou-se em
Madrid, partindo logo depois para Cuba, mais especificamente Havana. Hemingway
escreveu romances durante toda sua vida, desde “Por Quem os Sinos Dobram” até “O
Jardim do Éden” e na trama, nota-se o escritor de forma distante, fria, sempre
recitando suas frases famosíssimas de vida.
Pablo
Picasso (1881-1973): provavelmente Picasso é um dos artistas
mais conhecidos nesse mundão. Claro que ele merecia um post á parte, apenas
dele, porém tentarei ser breve e concisa em meu pequeno resumo sobre o pintor.
Espanhol, além de pintor foi também dramaturgo e poeta, sendo um dos artistas
mais influentes do século XX e co-criador do movimento cubista. É criador das
obras “Guernica”, “Les Demoiselles d’Avignon” e “Le Rêve” reconhecidas e
repintadas por milhares de outros artistas, em forma de paródia ou imitação
proposital. Picasso teve os seus anos marcados por fases, estas muito famosas
no mundo da arte – fase azul, fase rosa, fase africana, fase do cubismo.
"Guernica", obra de Pablo Picasso |
Paul
Gauguin (1848-1903): pintor francês, contou com uma forte
relação artística com o pintor Vincent Van Gogh e é conhecido pelas suas
obras “When Will You Mary?” e “Where Do You Come
From?”. Seus quadros tem um quê de influência
de lugares como Taiti, Martinica, uma vez que morou lá para se libertar dos
condicionamentos que a Europa oferecia.
Edgar
Degas (1834-1917): meu pintor e escultor favorito também
merece uma matéria a parte, porém é indispensável resumir brevemente a sua
trajetória aqui. Parisiense nato, Degas é conhecido pelos seus quadros e esculturas
de bailarinas, captando muito bem os movimentos e gestos das dançarinas.
Dificilmente enquadrado em um movimento, tem mais tendência a se encaixar no
impressionismo, devido às cores e os tons pastéis que utilizava em seus
quadros. Suas obras mais famosas são “A Pequena Bailarina de Quatorze Anos”, “A
Primeira Bailarina”, “A aula de dança”.
Salvador
Dalí
(1904-1989): e por último – mas não menos importante – está Dalí, aquele ícone singular
do universo da arte. Pertencente ao movimento surrealista, suas obras como “A
Persistência da Memória” e “Metamorfose de Narciso” são famosas ao redor do
mundo. Embora por poucos minutos, Dalí é representado pelo brilhante ator
Adrien Brody, no filme de Meia-Noite em Paris.
Adrien Brody como Salvador Dalí |