quarta-feira, 13 de maio de 2015

Quem é quem em Meia-Noite em Paris

Com muitas saudades de Paris, me dediquei a assistir pela décima vez Meia-Noite em Paris. Aquelas paisagens turísticas e a trilha sonora criaram uma pauta inusitada na minha cabeça: quero destacar e contar um pouco da vida de cada personagem artístico que aparece na trama. Desde Picasso até Dali, desde Cole Porter até Hemingway.
Aos que não conhecem, o filme é uma comédia romântica dirigida por Woody Allen, com a presença de Owen Wilson, Rachel McAdams e Marion Cotillard no elenco. Lançado em 2011, Gil (Owen Wilson) vai com sua noiva Inez (Rachel McAdams) para Paris – cidade que lhe desperta sentimentos positivos – e tenta a todo custo ter ideias e escrever o seu livro, uma vez que ele é escritor e roteirista. Durante passeios noturnos, que realiza sozinho pela capital, é transportado para diferentes épocas a partir do badalar dos sinos da meia-noite. Então, conhece personalidades fortíssimas do meio artístico e cultural, como o casal Fitzgerald, Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Salvador Dalí, além de se apaixonar por Adriana (Marion Cotillard). A trilha sonora é composta pelo francês Stéphane Wrembel, sucesso garantido com a famosa música “Bistrô Fada”.
Gil (Owen Wilson) no filme Meia-Noite em Paris
Como são muitos os personagens apresentados no longa metragem, não colocarei todos aqui. Embora todos, sem exceção, mereçam uma descrição aprofundada sobre as suas contribuições para o universo cultural, porém cito aqui apenas alguns dos mais famosos: 

Cole Porter (1891-1964): músico e compositor americano, Porter foi um dos maiores contribuintes para o Great American Songbook – lista americana que engloba as canções mais famosas e populares dos Estados Unidos do século XX. No filme, Porter aparece cantando sua obra “Let’s Do It”, que o levou para a Broadway no ano de 1928. 

F. Scott Fitzgerald (1896-1940): considerado um dos maiores escritores do século anterior, Fitzgerald ficou famoso devido a suas grandiosas obras “O Grande Gatsby” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”. Infelizmente, sua saúde foi fortemente afetada pelo alcoolismo, vindo a falecer alguns anos depois e deixando uma marca simbólica para a literatura mundial. Durante a trama, o escritor aparece sempre em festas, com sua esposa. 

Zelda Fitzgerald (1900-1948): esposa do escritor F. Scott Fitzgerald, Zelda também era escritora – mais precisamente de romances – e apelidada carinhosamente de “a primeira melindrosa americana”.  O casal fez sucesso logo no início da carreira, e foram considerados por veículos de comunicação americanos como a concretização da “Era do Jazz”.

Josephine Baker (1906-1975): dançarina e cantora norte-americana, Baker é também conhecida como “Vênus Negra” ou “Pérola Negra”. Eu nunca tinha ouvido falar dela, e a deixei passar sem dar muita atenção quando revi o filme, porém uma dica aos amantes da dança: procurem por ela. Com um gingado impressionante, a Vênus Negra pode ser considerada a rainha do charleston (dança surgida nos anos 20, som de divertimento dos cabarés).

Josephine Baker, dançarina e cantora
Thomas Stearns Eliot (1888-1965): popularmente conhecido como T.S. Eliot, foi um poeta, dramaturgo e crítico literário americano. Honroso devido as suas obras recebeu o Prêmio Nobel da Literatura em 1948 e foi criador do famoso poema “A Terra Desolada”. Eliot mostrou durante toda sua vida uma linha de afeição para os Estados Unidos e a Inglaterra.

Ernest Hemingway (1899-1961): o célebre escritor e jornalista norte-americano teve as suas obras marcadas devido ao seu trabalho de correspondente de guerra, onde cobriu a Guerra Civil Espanhola. Instalou-se em Madrid, partindo logo depois para Cuba, mais especificamente Havana. Hemingway escreveu romances durante toda sua vida, desde “Por Quem os Sinos Dobram” até “O Jardim do Éden” e na trama, nota-se o escritor de forma distante, fria, sempre recitando suas frases famosíssimas de vida. 

Pablo Picasso (1881-1973): provavelmente Picasso é um dos artistas mais conhecidos nesse mundão. Claro que ele merecia um post á parte, apenas dele, porém tentarei ser breve e concisa em meu pequeno resumo sobre o pintor. Espanhol, além de pintor foi também dramaturgo e poeta, sendo um dos artistas mais influentes do século XX e co-criador do movimento cubista. É criador das obras “Guernica”, “Les Demoiselles d’Avignon” e “Le Rêve” reconhecidas e repintadas por milhares de outros artistas, em forma de paródia ou imitação proposital. Picasso teve os seus anos marcados por fases, estas muito famosas no mundo da arte – fase azul, fase rosa, fase africana, fase do cubismo.


"Guernica", obra de Pablo Picasso
Paul Gauguin (1848-1903): pintor francês, contou com uma forte relação artística com o pintor Vincent Van Gogh e é conhecido pelas suas obras “When Will You Mary?” e “Where Do You Come From?”.  Seus quadros tem um quê de influência de lugares como Taiti, Martinica, uma vez que morou lá para se libertar dos condicionamentos que a Europa oferecia.

Edgar Degas (1834-1917): meu pintor e escultor favorito também merece uma matéria a parte, porém é indispensável resumir brevemente a sua trajetória aqui. Parisiense nato, Degas é conhecido pelos seus quadros e esculturas de bailarinas, captando muito bem os movimentos e gestos das dançarinas. Dificilmente enquadrado em um movimento, tem mais tendência a se encaixar no impressionismo, devido às cores e os tons pastéis que utilizava em seus quadros. Suas obras mais famosas são “A Pequena Bailarina de Quatorze Anos”, “A Primeira Bailarina”, “A aula de dança”.

Salvador Dalí (1904-1989): e por último – mas não menos importante – está Dalí, aquele ícone singular do universo da arte. Pertencente ao movimento surrealista, suas obras como “A Persistência da Memória” e “Metamorfose de Narciso” são famosas ao redor do mundo. Embora por poucos minutos, Dalí é representado pelo brilhante ator Adrien Brody, no filme de Meia-Noite em Paris.
Adrien Brody como Salvador Dalí