domingo, 13 de novembro de 2016

Um tour pela Borgonha

Visitando a região da Borgonha, na França, decidi escrever um pouquinho sobre duas cidadezinhas super charmosas que merecem um espaço no roteiro: Dijon e Beaune. Localizadas há alguns quilômetros de Paris, pode-se viajar com o carro, ou até mesmo de trem.

Além de uma localidade muito bonita, a região da Borgonha conta com uma das maiores produções de vinho no país, somando um grande número de vinícolas. E, como França lembra vinho, e vinho lembra Borgonha, os vinhos oriundos dessa região são famosos, entre eles: Beaujolais, Saint Emilion, Châteauneuf, Mercurey, Meursault, Nuits Saint Georges e também o Savigny.
Com muitos restaurantes em ambas as cidades, há também os pratos típicos bourguignons, como o Boeuf Bourguignon (carne de boi com legumes, cozido no vinho tinto), Coq au Vin (carne de galo) e também os conhecidíssimos “Escargots de Bourgogne”. Todos esses pratos, tipicamente franceses, recheiam cardápios e mais cardápios de pequenos restaurantes na cidade de Dijon e Beaune.

Dijon

A capital da Borgonha é conhecida principalmente devido à sua mostarda: Mostarda de Dijon. Mas, além do famoso condimento, Dijon é uma cidade que tem muito, muito, muito a oferecer, sendo porta de entrada para conhecer tudo de melhor na região da Borgonha. 

Centro de Dijon
Considerada uma cidade média na França, Dijon é charmosa, bem organizada e regada de um toquinho de nostalgia – uma vez que suas ruelas remetem à época medieval. Não estranhe se, ao chegar em Dijon, você se deparar com corujas por todos os lados. Estátuas, lojas de souvenirs, e até mesmo placas douradas no chão.
A coruja é o animal da sorte para os franceses do local, devido a uma coruja esculpida na igreja de Notre Dame. Símbolo da cidade, não saia de Dijon sem comprar uma corujinha de decoração, e não saia de lá sem seguir a tradição: colocar a mão esquerda em cima da coruja esculpida e fazer um pedido.

Como citado acima, existe o “Caminho da Coruja”, (caso opte por este passeio, você terá acesso a grande parte da cidade). O caminho, seguido por placas douradas no chão, indica os principais pontos turísticos da cidade aos que acabaram de chegar. A coruja (ou Chouette) tem início em Porte Guillaume, o “Arco do Triunfo” de Dijon, levando até ruelas antigas, avenidas mais largas, igrejas no estilo gótico, fachadas de casas medievais, e tem fim em boutiques que vendem as melhores mostardas da França.

Vale destacar que, ao caminhar pela cidade, você facilmente se depara com uma arquitetura gótica e renascentista, além de visualizar telhados coloridos tipicamente da região da Borgonha.

A Place de La Libération, praça principal da cidade é (muito) cativante, rodeada de restaurantes, do Palais des Ducs et des États de Bourgogne e também do Museu de Belas Artes. Uma das praças mais bonitas que já vi na França.

Claro que caminhar de um lado para o outro faz a barriga roncar, por isso separei aqui um restaurante que merece ser listado em roteiros de viajantes: Le Coin Caché. Ao pé da letra, “O Canto Escondido” é realmente escondido entre as ruas de Dijon, contando com uma gastronomia fina, um atendimento bom e também um ambiente que faz você se sentir em casa. Com tantas críticas positivas no TripAdvisor, o restaurante coleciona elogios de passantes, deixando qualquer um com água na boca.

Beaune

Um pouquinho menor, a cidade de Beaune carrega consigo o nome de “Cidade do Vinho”. O apelido não é falso, pois a grande maioria das atrações e coisas para fazer, provém da produção do vinho.

Recomendo ficar no máximo 2, 3 dias na cidade, para conhecê-la bem, sem pressa. O centro não é muito grande, conta com inúmeros restaurantes e muitos bar a vins (lugar semelhante a um bistrô, com comidas e degustações de vinho). Além disso, existem muitas opções de hotéis para se hospedar, uma vez que a cidade é ponto turístico para aqueles que desejam conhecer melhor a rota dos vinhos da Borgonha.

Eu diria que o maior e mais conhecido ponto turístico é o Hospital de Beaune, conhecido também como Hospice de Beaune ou Hotel-Dieu.
A arquitetura é fenomenal, colorida e chamativa. Sua história data de 1443, quando foi fundado por Nicolás Rolin, figura milionária importante na região. O Hotel-Dieu foi transformado no que podemos chamar hoje de “hospital público”, onde profissionais da saúde trabalhavam e auxiliavam pessoas com uma renda menor, sem condições de pagar consultas privadas.
Depois disso, a atração tornou-se palco de visitas de milhares de turistas, todos estes ansiosos para visitar a Capela, a famosa Sala dos Pobres (Salle des Pôvres), Sala Saint-Anne, Sala Saint-Hugues, além de dar uma volta na farmácia antiga e na cozinha.

Hotel-Dieu, ponto turístico mais procurado por turistas em Beaune
Além disso, você pode incluir em seu roteiro uma parte mais “fitness”, pois Beaune clama por passeios de bicicleta pelas vinícolas. Na internet, você se depara com diversos roteiros diferentes e dicas, porém o mais famoso tour é saindo de Beaune, passando pelas cidadezinhas de Pommard, Volnay, Meursault e chegando em Santanay, onde você pode degustar vinhos e apreciar uma paisagem magnífica.



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