domingo, 31 de maio de 2015

Viajando com a Disney

Não sei se muitos de vocês pensavam isso quando pequenos, mas a minha maior dúvida após assistir a um filme da Disney ou da Pixar era sempre saber em que parte do mundo se passava a história. Algumas ficavam mais fáceis – devido a características marcantes do local que o longa mostrava, ou até mesmo a bandeira exaltada durante o filme – como Hércules, na Grécia; Lilo & Stitch, no Havaí; Mulan, na China ou A Nova Onda do Imperador, no Peru.
Empresas como Disney e Pixar são conhecidas também por manter mensagens implícitas em seus filmes, estas passando despercebidas por telespectadores em clássicos. Essas empresas multinacionais já criaram filmes o suficiente para cobrir grande parte do mapa mundi – da Europa à América do Sul, dos Estados Unidos à África. Analisando minuciosamente determinados longas-metragens que ambas produzem, percebe-se que nem sempre fica claro e evidente o local.
Começando o nosso tour pela riquíssima América Latina, nos deparamos com um filme que marcou infâncias mais “contemporâneas”, como Up – Altas Aventuras. Este longa se passa na Venezuela, mais precisamente mostrando o salto mais alto do mundo: Salto Ángel, com 979 metros de altura. Neste tocante filme, o local é apelidado de “Paradise Falls”, onde Carl decide transformar sua casa num balão e se mudar diretamente para lá.
Salto Ángel, Venezuela, retratado no filme Up - Altas Aventuras
Subindo um pouquinho, nos encontramos na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Sabem para qual filme essa fronteira se tornou cenário? Vida de Inseto. Produzido pela Pixar em novembro de 1998 e distribuído pela Disney algum tempo depois, o filme mostra muito de um dia a dia utópico de insetos, mas o seu local se torna – mais ou menos - visível quando se nota a migração dos gafanhotos e os períodos de chuva apresentados, característica típica dessa fronteira.
Trecho do filme "Dumbo"
Grande parte dos filmes produzidos pelos estúdios se passa nos Estados Unidos. Um dos exemplos é o famoso Toy Story, que ocorre na cidade de Ohio, coincidindo o clima e também uma teoria de que a história é a representação do realizador do filme, Lee Unkrich – nascido e criado em Ohio. Além de Toy Story, nos deparamos frente a frente com um dos meus clássicos preferidos da Disney, Dumbo. Este filme ocorre na Flórida, e foi lançado pela Disney em outubro de 1941, tornando-se o mais bem sucedido da empresa nos anos 40. Além de uma animação marcante, Dumbo ficou famoso também devido as suas canções “Pinks Elephants on Parade” e “When I See an Elephant Fly”.
Atravessando o Oceano, chegamos a Europa com uma gama de opções. Entre clássicos e contemporâneos, muitos filmes da Disney e da Pixar tem como lugar metrópoles, cidades e vilarejos europeus. 
A Alemanha foi palco do filme A Branca de Neve e os Sete Anões, um conto de fadas divulgado pela Disney no ano de 1937, baseado no conto dos Irmãos Grimm. Existe a famosa rota romântica na Alemanha, que vai desde Füssen até Wurzburg. Nessa viagem, os turistas se deparam com pequenos vilarejos e tradições alemãs muito semelhantes as que vemos em filmes de contos de fadas – principalmente em Branca de Neve.
Pinocchio, ou também conhecido como Pinóquio, é o protagonista de um dos filmes animados mais famosos. O bonequinho de madeira, que tinha um nariz que crescia a cada mentira que dizia, tem como palco a belíssima Itália, mais especificamente Florença. O filme é considerado atualmente um dos mais bem produzidos pelo estúdio Disney, datado do ano de 1940.
Peter Pan, produzido em 1953 e baseado numa peça teatral, é um longa animado que marcou a infância de muitos de nós. Tendo como plano de fundo Londres, na Inglaterra, alguns trechos do filme mostram claramente o local - vista panorâmica da capital inglesa – e também o Big Ben, um cartões postais da cidade.
Filme "Peter Pan" mostrando o Big Ben


Descendo, nos encontramos em meio à flora africana. Filmes como Tarzan e O Rei Leão ficam nítidos terem como cenário o continente da África, mostrando muitas vezes uma realidade distorcida - e talvez um pouco ignorante – do local, especialmente no filme de Tarzan, em que o autor original do personagem cria uma visão de “civilizações perdidas” em meio a selvas. A Disney não deixa claro quais os exatos países, porém é possível pensar, dentro das características, que o primeiro se encaixe na Nigéria, e o segundo deixe dúvidas entre a Tanzânia e o Quênia. (Leia mais sobre “O Rei Leão” em: http://lecroissantvoyageur.blogspot.com.br/2014/01/segredos-de-o-rei-leao.html).

Uma pequena paradinha na Ásia merece o nosso destaque. Mogli, o Menino Lobo, é um filme da Disney baseado em um livro do autor Rudyard Kipling (1865-1936), que fez um sucesso estrondoso no ramo da arte. Esse longa se passa nada menos do que na Índia, onde os personagens famosíssimos Mogli e Balu se juntam para cantar “necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais...”
Opera House Sydney aos fundos do filme "Procurando Nemo"


Encerrando nossa pequena volta ao mundo, a Austrália é o lugar escolhido do filme Procurando Nemo. A trama se passa na Grande Barreira de Corais - finalista da New7Wonders of Nature (Sete Maravilhas Naturais do Mundo) – além de mostrar também a Opera House Sydney, uma vez que Marlin chega ao seu destino. Vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação em 2004, o filme retrata a vida submarina semelhante á vida humana, tendo como personagens principais Marlin, Nemo, Dory. 



quarta-feira, 13 de maio de 2015

Quem é quem em Meia-Noite em Paris

Com muitas saudades de Paris, me dediquei a assistir pela décima vez Meia-Noite em Paris. Aquelas paisagens turísticas e a trilha sonora criaram uma pauta inusitada na minha cabeça: quero destacar e contar um pouco da vida de cada personagem artístico que aparece na trama. Desde Picasso até Dali, desde Cole Porter até Hemingway.
Aos que não conhecem, o filme é uma comédia romântica dirigida por Woody Allen, com a presença de Owen Wilson, Rachel McAdams e Marion Cotillard no elenco. Lançado em 2011, Gil (Owen Wilson) vai com sua noiva Inez (Rachel McAdams) para Paris – cidade que lhe desperta sentimentos positivos – e tenta a todo custo ter ideias e escrever o seu livro, uma vez que ele é escritor e roteirista. Durante passeios noturnos, que realiza sozinho pela capital, é transportado para diferentes épocas a partir do badalar dos sinos da meia-noite. Então, conhece personalidades fortíssimas do meio artístico e cultural, como o casal Fitzgerald, Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Salvador Dalí, além de se apaixonar por Adriana (Marion Cotillard). A trilha sonora é composta pelo francês Stéphane Wrembel, sucesso garantido com a famosa música “Bistrô Fada”.
Gil (Owen Wilson) no filme Meia-Noite em Paris
Como são muitos os personagens apresentados no longa metragem, não colocarei todos aqui. Embora todos, sem exceção, mereçam uma descrição aprofundada sobre as suas contribuições para o universo cultural, porém cito aqui apenas alguns dos mais famosos: 

Cole Porter (1891-1964): músico e compositor americano, Porter foi um dos maiores contribuintes para o Great American Songbook – lista americana que engloba as canções mais famosas e populares dos Estados Unidos do século XX. No filme, Porter aparece cantando sua obra “Let’s Do It”, que o levou para a Broadway no ano de 1928. 

F. Scott Fitzgerald (1896-1940): considerado um dos maiores escritores do século anterior, Fitzgerald ficou famoso devido a suas grandiosas obras “O Grande Gatsby” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”. Infelizmente, sua saúde foi fortemente afetada pelo alcoolismo, vindo a falecer alguns anos depois e deixando uma marca simbólica para a literatura mundial. Durante a trama, o escritor aparece sempre em festas, com sua esposa. 

Zelda Fitzgerald (1900-1948): esposa do escritor F. Scott Fitzgerald, Zelda também era escritora – mais precisamente de romances – e apelidada carinhosamente de “a primeira melindrosa americana”.  O casal fez sucesso logo no início da carreira, e foram considerados por veículos de comunicação americanos como a concretização da “Era do Jazz”.

Josephine Baker (1906-1975): dançarina e cantora norte-americana, Baker é também conhecida como “Vênus Negra” ou “Pérola Negra”. Eu nunca tinha ouvido falar dela, e a deixei passar sem dar muita atenção quando revi o filme, porém uma dica aos amantes da dança: procurem por ela. Com um gingado impressionante, a Vênus Negra pode ser considerada a rainha do charleston (dança surgida nos anos 20, som de divertimento dos cabarés).

Josephine Baker, dançarina e cantora
Thomas Stearns Eliot (1888-1965): popularmente conhecido como T.S. Eliot, foi um poeta, dramaturgo e crítico literário americano. Honroso devido as suas obras recebeu o Prêmio Nobel da Literatura em 1948 e foi criador do famoso poema “A Terra Desolada”. Eliot mostrou durante toda sua vida uma linha de afeição para os Estados Unidos e a Inglaterra.

Ernest Hemingway (1899-1961): o célebre escritor e jornalista norte-americano teve as suas obras marcadas devido ao seu trabalho de correspondente de guerra, onde cobriu a Guerra Civil Espanhola. Instalou-se em Madrid, partindo logo depois para Cuba, mais especificamente Havana. Hemingway escreveu romances durante toda sua vida, desde “Por Quem os Sinos Dobram” até “O Jardim do Éden” e na trama, nota-se o escritor de forma distante, fria, sempre recitando suas frases famosíssimas de vida. 

Pablo Picasso (1881-1973): provavelmente Picasso é um dos artistas mais conhecidos nesse mundão. Claro que ele merecia um post á parte, apenas dele, porém tentarei ser breve e concisa em meu pequeno resumo sobre o pintor. Espanhol, além de pintor foi também dramaturgo e poeta, sendo um dos artistas mais influentes do século XX e co-criador do movimento cubista. É criador das obras “Guernica”, “Les Demoiselles d’Avignon” e “Le Rêve” reconhecidas e repintadas por milhares de outros artistas, em forma de paródia ou imitação proposital. Picasso teve os seus anos marcados por fases, estas muito famosas no mundo da arte – fase azul, fase rosa, fase africana, fase do cubismo.


"Guernica", obra de Pablo Picasso
Paul Gauguin (1848-1903): pintor francês, contou com uma forte relação artística com o pintor Vincent Van Gogh e é conhecido pelas suas obras “When Will You Mary?” e “Where Do You Come From?”.  Seus quadros tem um quê de influência de lugares como Taiti, Martinica, uma vez que morou lá para se libertar dos condicionamentos que a Europa oferecia.

Edgar Degas (1834-1917): meu pintor e escultor favorito também merece uma matéria a parte, porém é indispensável resumir brevemente a sua trajetória aqui. Parisiense nato, Degas é conhecido pelos seus quadros e esculturas de bailarinas, captando muito bem os movimentos e gestos das dançarinas. Dificilmente enquadrado em um movimento, tem mais tendência a se encaixar no impressionismo, devido às cores e os tons pastéis que utilizava em seus quadros. Suas obras mais famosas são “A Pequena Bailarina de Quatorze Anos”, “A Primeira Bailarina”, “A aula de dança”.

Salvador Dalí (1904-1989): e por último – mas não menos importante – está Dalí, aquele ícone singular do universo da arte. Pertencente ao movimento surrealista, suas obras como “A Persistência da Memória” e “Metamorfose de Narciso” são famosas ao redor do mundo. Embora por poucos minutos, Dalí é representado pelo brilhante ator Adrien Brody, no filme de Meia-Noite em Paris.
Adrien Brody como Salvador Dalí

terça-feira, 5 de maio de 2015

Meus 7 DJs

Ao som de muita música eletrônica e ainda na pegada da Tomorrowland, decidi desviar um pouco o assunto de viagens e ranquear os meus DJs favoritos.
Com muita dificuldade e depois de ter pensado (e escutado) muito, listo aqui o meu TOP 7, com algumas músicas e informações para vocês.

7. Martin Garrix

Super novinho (18 anos!), conseguiu conquistar rádios e pistas do mundo inteiro com seus sets remixados que não deixam ninguém parado. Nascido em Amsterdã, na Holanda, Garrix se apaixonou pela eletrônica ao assistir um show de Tiësto, na abertura dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Ao longo dos anos, Garrix conseguiu manter sua fama de DJ tocando em eventos, e conquistou sucesso mundial com seu single "Animals", lançado em 2013.
Tornou-se o DJ mais novo a alcançar o Beatport - site de compra de música online do gênero de música eletrônica - e hoje faz parceria com outros compositores renomados, além de sucessos internacionais como "Wizard", "Turn Up the Speakers", "Tremor" e "Virus".



6. Tiësto

O mais velho da nossa lista é ele, o holandês Tijs Michiel Verwest, ou Tiësto, como é conhecido. Com 46 anos, o DJ está em atividade desde 1985 e agita baladas e festivais de todos os continentes, até hoje.
Os seus gêneros musicais são variados e podem ser resumidos em eletrônica, trance, trance progressivo - versão mais calma e lenta do trance normal - dance e house. Tiësto foi considerado o melhor DJ do mundo três vezes consecutivas pela DJ Magazine (2002, 2003 e 2004), ou também chamada de Djmag, revista mensal do Reino Unido que elege os melhores compositores e singles (djmag.com). Ademais, Tiësto ganhou títulos como Dance Music Award Germany Best Trance Artist, World Dancestar Award U.S.A. Best International DJ e IDMA award for Best Global DJ, mostrando o seu reconhecimento mundo afora.



5. David Guetta 

Com uma pegada mais pop do que a maioria, Guetta não podia deixar de aparecer nessa lista. Nascido na França em 1967, tem título de compositor, produtor e DJ, além de parcerias com grandes nomes da música contemporânea como Rihanna, Flo Rida, Sebastian Ingrosso, Nicki Minaj, Ariana Grande, Avicii, Ne-Yo, entre muitos outros.
Uma pequena curiosidade para os fãs: o francês já remixava e organizava festas em seu porão aos 14 anos de idade, e desde então domina os primeiros lugares de rádios, listas e nominações.
Seu primeiro hit foi "The World Is Mine", em 2005, seguido de músicas que viriam a ser sucesso como "Love is Gone", "Dangerous", "Play Hard", "She Wolf", "Memories", "Lovers On The Sun". Indicado a alguns prêmios importantes da música como Grammy Awards, venceu duas vezes "Gravações Remixadas", com os singles "Revolver" e "Sunshine" (a última, sendo parceria com Avicii).



4. Armin Van Buuren

Eleito pela Djmag o número 1 cinco vezes consecutivas, Armin Van Buuren é considerado um dos melhores DJs e produtores musicais. Nascido na Holanda, mais especificamente em Leiden, o DJ tem alguns apelidos que merecem destaque: Amsterdance, Gaia, E=mc².
Sua fama se dá não apenas pelas suas músicas e remixes famosérrimos como "In and Out of Love", "This Is What It Feels Like", mas também pelo seu programa semanal de rádio chamado A State of Trance (enter.astateoftrance.com), lançado em 2001 e com milhares de ouvintes.



3. Afrojack

O Top 3 é sempre o mais difícil de eleger, mas vamos lá. A minha escolha para o terceiro lugar foi Afrojack, ou Nick van de Wall para os super íntimos. Holandês, 27 anos de idade e em atividade desde 2006, chama a atenção pelos seus diversos remixes e participações especiais em singles como "Give me Everything", "Hey Mama" e "Turn Up The Speakers".
Embora tenha encarado algumas críticas com seu novo álbum "Forget the World", o DJ é uma ótima pedida aos amantes de música eletrônica, uma vez que "Ten Feet Tall", "Illuminate", "The Spark" não param de tocar.



2. Avicii

Tim Bergling ou Avicii, é um DJ sueco muito renomado que ao longo de sua carreira fez parcerias fortíssimas com artistas do mundo musical. Seus hits - assim como David Guetta - tem uma tendência a aparecer com mais frequência em rádios e clipes de televisão, uma vez que tem um estilo mais "leve" e personalizado.
Fortemente influenciado por Tiësto, David Guetta e Sebastian Ingrosso, o DJ sueco produziu sucessos como "Wake Me Up", "The Days", "The Nights", "Levels", "Hey Brother", que se tornaram músicas essenciais em baladas e shows do mundo inteiro.


1. Hardwell

A minha primeira posição vai para Hardwell, o meu ponto fraquíssimo da música eletrônica atual.  Com 27 anos de idade, nascido em Breda, Holanda, Hardwell é atualmente o DJ número 1 nomenado pela DJ Magazine, Djmag.
Dono de sua própria gravadora, Revealed Recordings, o holandês é produtor musical de trance progressivo e electro house. Embora os seus sucessos remixados sejam variados, existem músicas que se destacam no cenário internacional como "Call Me a Spaceman", "Apollo", "Dare You", "Never Say Goodbye", "Young Again".



segunda-feira, 9 de março de 2015

Honfleur - um charme de cidade!

Em meio as minhas férias compostas por cidades grandes com imensas arquiteturas, fiz um pequeno break para visitar a charmosa Honfleur, no norte da França, mais precisamente há 197 km e mais precisamente ainda, há 2 horas e 2 minutos de Paris. Com cerca de 8 mil habitantes, Honfleur pertence a região da Normandia (famosa entre os franceses pela sua constante chuva), e abriga consigo uma misto de história, arte e representação religiosa. Por mais que não seja muito grande, a cidade consegue satisfazer muitos gostos, e por isso vê-se com facilidade casais jovens, mais velhos, famílias ou viajantes individuais.
Ao andar pelo centro, é possível avistar de primeira o mais famoso ponto turístico: Le Vieux Bassin, o porto de Honfleur. Rodeado por casas coloridas com janelas de todos os tamanhos, os turistas que visitam Honfleur tem uma selfie obrigatória neste local. 


Le Vieux Bassin, porto de Honfleur

Existem (pequenos) caminhos alternativos para se andar pela cidade, e nesses caminhos damos de cara com antigos casarões – típicos da época medieval – construídos a base de pedra e madeira, muitos deles transformados, hoje em dia, em museus. As ruelas parecem ter visto gerações de pintores como Gustave Coubert (1819-1877, pintor francês que tinha suas obras baseadas em cenas camponesas; famoso pelo quadro "A Origem do Mundo") e Claude Monet (1840-1926, um dos pioneiros do movimento impressionista; conhecido por uma de suas muitas obras, "A Ponte Japonesa"). 
Honfleur é, muitas vezes, ponto de partida para quem deseja descobrir a Normandia, e por isso a pequena cidade é estruturada para receber turistas. Com lojas e mais lojas em suas estreitíssimas ruas, há diversos restaurantes típicos e creperias de dar água na boca. Com muitas boutiques espalhadas, a maioria vende produtos artesanais como queijos ou Calvados - bebida alcóolica à base de maçã, tipicamente normanda -  e também pequenas lembrancinhas feitas à mão. Vale lembrar que estamos na França, então galerias de artes clássicas e contemporâneas sempre estão presentes, sejam pequenas ou grandes.

Interior da Église Sainte Catherine, Honfleur

Além de oferecer muito para ver, comer e beber, Honfleur também é rica quando se trata de locais para visitar. Desde a Église Saint Catherine (Igreja de Santa Catherine), emblemática arquitetura feita de madeira, nos fazendo voltar no tempo quando a visitamos por dentro, até o Museu de Eugène Bodin*, com pinturas típicas da região, da autoria de artistas franceses.
*Eugène Bodin (1824-1898) – Nascido em Honfleur, foi um dos precursores do impressionismo e hoje tem seu nome gravado de maneira histórica na cidade. Suas obras representam bem o que é o Norte da França, como “Praia em Trouville” e “A entrada do porto em Dieppe”. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Entre tapas e turismo


A capital espanhola é um misto de vibrante, de moderno, de antigo, de cultura, de agitação. Diversas palavras podem definir Madri mas, na minha opinião, uma consegue resumir melhor: majestosa.
Bem estruturada para receber pessoas do mundo inteiro, é uma ótima opção para quem busca conhecer a cultura típica espanhola, comer tapas (aperitivos servidos em bares) e bailar mucho. Sede de muitos museus, teatros e universidades, Madri dá as boas vindas a todos que chegam para descobri-lá. 
Palácio Real, Madri
Madri é uma cidade muito grande, e muitas vezes existem atrações que não são muito divulgadas em roteiros e revistas de viagens, mas que merecem nossa atenção e um pequeno espaço no roteiro, como o primeiro restaurante do mundo (Botín) ou o Teatro Espanhol. Listo abaixo alguns dos pontos turísticos que visitei no (frio) mês de janeiro.

Puerta de Alcalá – Situada na Plaza de la Independência, a Puerta de Alcalá parece mais um ponto central, sendo considerado o cartão postal da cidade.

Parque do Bom Retiro – Sou suspeita para falar desse local, porque foi o meu favorito. O parque começa e termina bem, é grandioso, tem espaço, é uma mistura de monumentos, natureza, lazer e descontração. Dentro dele, obras turísticas como o Palácio de Cristal e a Fonte do Anjo Caído. Ponto de encontro de milhares de skatistas, professores de yoga, jovens, atletas, o parque conta com jardins maravilhosamente lindos e bem cuidados.

Parque do Bom Retiro, Madri

Museu do Prado – Com obras de Velázquez e Goya, o Museu do Prado é uma atração imperdível. Se escolher visitar o local, vá com calma, pois cada ala compõe muitas pinturas, esculturas, desenhos de diferentes artistas. Uma pequena dica: Aos domingos, das 17h ás 19h a entrada é gratuita.

Plaza Mayor – Com muita história, essa é a praça principal da capital espanhola. Em sua volta, pequenos restaurantes e lojinhas de souvenirs recebem os turistas e moradores a qualquer hora do dia. 

Palácio Real – Por muitos anos sendo residência oficial da família real espanhola, o palácio reflete o luxo da época em seu exterior, e é uma das maiores e mais belas atrações da cidade. 

Plaza de Toros – Próximo ao metrô Las Ventas, a temporada das touradas tem início no mês de março e se prolonga até o mês de outubro, com shows em alguns dias da semana. Dica aos mochileiros que não querem gastar dinheiro com táxi, metrô, ônibus: se escolher ir até a Plaza de Toros, prepare as suas pernas para andar (muito).

El Oso y El Madroño – Localizado no centro, é o símbolo da capital. Próximo a ele também temos o Marco Zero, onde milhares de turistas pisam todos os dias para desejar um dia retornar a Madri.

Mercado de San Miguel – Aqui estão reunidos diversos mix de sabores, como queijos, jámons, salames, sangrias, churros, amêndoas, vinhos. O movimento é intenso durante todos os dias, especialmente aos domingos, porém vale lembrar que a proposta gourmet deles tem um preço salgado. Eu e minhas duas companheiras de viagem passamos por uma pequena experiência que gostaria de revelar aqui: quando avistamos o espaço japonês, com milhares de sushis, sashimis, naguiris, corremos para lá. A nossa felicidade estava no auge quando vimos que todas aquelas delícias em uma caixinha eram apenas 1 euro, e já estávamos tirando de nossos bolsos as moedas, e... Não. Não era 1 euro a caixinha inteira, mas sim, 1 euro por sushi. Doce ilusão a nossa. Então, venham preparados para comer bem e pagar bastante. 

Vitrine do Mercado de San Miguel
A capital representa bem o que a parte latina europeia oferece, então aos amantes de cultura, gastronomia e aventuras, Madri não pode deixar de estar na lista da próxima viagem.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Um pouco do mundo em melodias

Do rock ao punk, do flamenco ao tango, do cigano ao folk, a banda Gogol Bordello é um típico exemplo que não ganhou um espaço midiático tão grande, tornando-se menos famosa e um pouco mais "esquecida" nas rádios que ouvimos cotidianamente. Mas isso não a torna menos especial, muito menos pouco fabulosa.

Gogol Bordello existe desde 1999, originada em Nova Iorque, onde dez pessoas de etnias totalmente diferentes se juntaram e se lançaram no mundo da música. Entre os dez integrantes, apenas duas têm a mesma nacionalidade russa, sendo os outros pertencentes a Ucrânia, Israel, Etiopia, Trindade, Estados Unidos, China, Escócia, Equador. Uma explosão de nacionalidades.
Um fator importante a ser destacado e que é notado ao se ouvir pela primeira vez uma única música de Gogol Bordello, é que não apenas os integrantes da banda são de um pequeno pedaço de cada parte do mundo, mas também as músicas. Em "Malandrino" e "Pala Tute", os instrumentos e a linguagem italiana brilham; em "Not a Crime", um punk rock irlandês misturado com uma sequência de música do leste europeu tomam conta da cena; a canção "Dip Deep Enough" se inicia com um ritmo espanhol, acompanhado minutos depois de um ritmo mais voltado ao rock americano.

Cada um com sua garrafa de vinho na mão, a banda de punk cigano não deixa ninguém parado em seus shows. Todos os integrantes passam a sensação de que está sendo prazeroso tocar os diversos instrumentos, e se esforçam para que seja ainda mais prezeroso para os ouvidos dos fãs da banda multiétnica. Além disso, uma performance teatral e a dança de rua se destacam para harmonizar ainda mais o ambiente da apresentação.
O vocalista Eugene Hutz, incansavelmente genial, convoca em muitas de suas músicas a situação imigrante de pessoas, trazendo uma crítica social, além de ter vivido ele próprio muitos períodos dessa maneira. Ao assistir alguns clipes da banda como "Wonderlust King"e "Immigraniada", esses elementos se sobressaem de maneira enfática, através de imagens. Vale notar  também que o Brasil é uma grande inspiração em suas canções, trazendo ritmos como o maracatú, baile funk, forró, samba, e ganhando uma canção especial denominada "My Companjera". Alguns membros da banda moraram em diferentes partes do Brasil, o que explica as características brasileiras, e a recepção calorosa que a banda recebe quando faz shows por aqui.

Ao todo, Gogol Bordello conta com seis álbuns: (1999) VoiLa Intruder - (2002) Multi Contra Culti VS Irony, (2005) Gypsy Punks: Underdog World Strike - (2007) Super Taranta! - (2010) Trans-Continental Hustle - (2013) Pura Vida Conspiracy. Todos eles apresentam uma característica em comum que é o fato de querermos correr para conhecer o mundo.

Gosto musical não se discute, mas para os fãs (que nem eu) de Gogol Bordello, podemos concordar que é mais que uma banda. É um movimento artístico e cultural que traz á tona não apenas a arte corporal, vocal, mas também uma apuração bem feita dos ritmos culturais do mundo inteiro. Abaixo, uma misutra confusa, sensacional e explosiva que define Gogol Bordello e o seu sucesso:




quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Sobre duas rodas

As bicicletas são um meio de transporte que fazem parte do nosso cotidiano, não raro de serem encontradas nas ruas, nos parques, em ciclovias, além de haver uma modalidade específica para quem a pratica, que é o ciclismo. Mas dificilmente nos vem a mente parar para pensar de onde vem esse objeto tão personalizado, único e que está presente no mundo há muitas gerações. Existem diversas teorias sobre a história da evolução da bicicleta, ou a famosa Magrela, como é chamada por muitos.
Para dar início a história, alguns nomes precisam ser colocados em ênfase, como é o caso de Leonardo da Vinci, Conde de Civrac, Barão de Von Drais, Pierre Michaux, James Starley. Vale lembrar também que meios de transporte diferentes como bicicletas, eram alvo de comentários em grandes exposições que aconteciam em toda a Europa e nos Estados Unidos, e estes comentários se expandiam de uma maneira veloz, facilitando o conhecimento a respeito do objeto.

O primeiro surgimento de um objeto semelhante ao da bicicleta, foi no ano de 1490, desenhado por Leonardo da Vinci (1452-1519). Muito antes do artista ter feito o desenho, já haviam registros de objetos que continham duas rodas, porém nada foi comprovado e esses documentos ficaram perdidos na história.

Sem muitas teorias desenvolvidas a respeito do transporte, o ano de 1791 se mostrou favorável ao Conde de Civrac, que criaria uma obra que daria início a um modelo utilizado até os dias atuais.
Civrac batizou a sua obra prima de “Celerífero”. Essa obra contava com duas rodas, uma atrás da outra, e um pequeno banco para que o passageiro pudesse sentar no objeto de madeira. Devido o seu pioneirismo, o celerífero era pesado e rígido, proporcionando ao passageiro uma possibilidade de queda quase que certa.
Anos mais tarde, em 1810, um tal de Barão de Von Drais, instalou no celerífero um sistema que auxiliaria no equilíbrio ao estar sentado no selim (banco), e também ao frear o objeto de duas rodas. Todo esse esforço era feito com os pés, estes que seriam apoiados por pedais anos depois. Em 1818, o Barão patenteou a obra, ganhando um reconhecimento pela Europa e aos poucos, pelo mundo afora.

Para seguir a linha do tempo, um francês chamado Pierre Michaux, criou o que seria o mais próximo do nosso modelo atual: o Velocípede. Após alguns testes em sua oficina, Pierre notou que o meio de transporte não contava com um sistema desenvolvido de auto controle pelo passageiro, e que cansava-se facilmente ao subir em cima da bicicleta. Criou então o pedal, elemento que nos parece tão indispensável quando andamos hoje em dia. O crédito foi disputado com outro francês denominado Pierre Lallement, este que teria c
riado objetos complementares semelhantes anos antes, porém não muito divulgado.

Bicicleta no século XIX
A bicicleta mudou o seu visual em meio a seu desenvolvimento. Começando com uma estética semelhante ao que conhecemos hoje, um inglês chamado James Starley, apaixonado por máquinas e velharias, decidiu modificar a aparência do objeto. Essa, se destacava por ter uma roda gigante na frente, e uma muito pequena atrás, e devido a isso o passageiro ganhava mais velocidade a cada pedalada que dava. Esse modelo se mostra presente em muitos filmes antigos que podemos resgatar em cinematecas, ou até mesmo na internet.  Porém, a bicicleta não demorou até voltar ao seu modelo antigo, este que fora modernizado com o passar do tempo por especialistas da área. 

Com a Primeira e Segunda Guerra na Europa, e com o automóvel já instalado no mundo, a bicicleta volta a ganhar um espaço fundamental nessa época. O uso desse meio de transporte passa a ser planejado, para que não haja custos com os automóveis, já que a Europa estava em uma fase de crise devido aos gastos com as guerras. Todas as reduções de custos e uso apropriado do espaço passam a ser motivo para utilizar a Magrela.
Vale notar que nessa época também se ampliaram competições famosas, expandindo o Ciclismo para além da Europa. O Tour de France não surgiu nessa época, tendo a sua primeira edição em 1903, partindo de Paris, onde apenas 15 ciclistas se inscreveram.  

Ao longo da história do mundo, a bicicleta contou com um papel fundamental não apenas para o meio de transporte, mas também para o Mountain Bike (anos 50), para movimentos ecológicos nos Estados Unidos (anos 60), fábricas especializados no Oriente (China, Japão, Taiwan), Bicicletas Comunitárias na Holanda (anos 70), surgimento do modelo BMX, o sonho de consumo de muitas crianças americanas (anos 70), Bicicletas Dobráveis (anos 2000), entre muitos outros acontecimentos memoráveis para a história do mundo.