quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Sobre duas rodas

As bicicletas são um meio de transporte que fazem parte do nosso cotidiano, não raro de serem encontradas nas ruas, nos parques, em ciclovias, além de haver uma modalidade específica para quem a pratica, que é o ciclismo. Mas dificilmente nos vem a mente parar para pensar de onde vem esse objeto tão personalizado, único e que está presente no mundo há muitas gerações. Existem diversas teorias sobre a história da evolução da bicicleta, ou a famosa Magrela, como é chamada por muitos.
Para dar início a história, alguns nomes precisam ser colocados em ênfase, como é o caso de Leonardo da Vinci, Conde de Civrac, Barão de Von Drais, Pierre Michaux, James Starley. Vale lembrar também que meios de transporte diferentes como bicicletas, eram alvo de comentários em grandes exposições que aconteciam em toda a Europa e nos Estados Unidos, e estes comentários se expandiam de uma maneira veloz, facilitando o conhecimento a respeito do objeto.

O primeiro surgimento de um objeto semelhante ao da bicicleta, foi no ano de 1490, desenhado por Leonardo da Vinci (1452-1519). Muito antes do artista ter feito o desenho, já haviam registros de objetos que continham duas rodas, porém nada foi comprovado e esses documentos ficaram perdidos na história.

Sem muitas teorias desenvolvidas a respeito do transporte, o ano de 1791 se mostrou favorável ao Conde de Civrac, que criaria uma obra que daria início a um modelo utilizado até os dias atuais.
Civrac batizou a sua obra prima de “Celerífero”. Essa obra contava com duas rodas, uma atrás da outra, e um pequeno banco para que o passageiro pudesse sentar no objeto de madeira. Devido o seu pioneirismo, o celerífero era pesado e rígido, proporcionando ao passageiro uma possibilidade de queda quase que certa.
Anos mais tarde, em 1810, um tal de Barão de Von Drais, instalou no celerífero um sistema que auxiliaria no equilíbrio ao estar sentado no selim (banco), e também ao frear o objeto de duas rodas. Todo esse esforço era feito com os pés, estes que seriam apoiados por pedais anos depois. Em 1818, o Barão patenteou a obra, ganhando um reconhecimento pela Europa e aos poucos, pelo mundo afora.

Para seguir a linha do tempo, um francês chamado Pierre Michaux, criou o que seria o mais próximo do nosso modelo atual: o Velocípede. Após alguns testes em sua oficina, Pierre notou que o meio de transporte não contava com um sistema desenvolvido de auto controle pelo passageiro, e que cansava-se facilmente ao subir em cima da bicicleta. Criou então o pedal, elemento que nos parece tão indispensável quando andamos hoje em dia. O crédito foi disputado com outro francês denominado Pierre Lallement, este que teria c
riado objetos complementares semelhantes anos antes, porém não muito divulgado.

Bicicleta no século XIX
A bicicleta mudou o seu visual em meio a seu desenvolvimento. Começando com uma estética semelhante ao que conhecemos hoje, um inglês chamado James Starley, apaixonado por máquinas e velharias, decidiu modificar a aparência do objeto. Essa, se destacava por ter uma roda gigante na frente, e uma muito pequena atrás, e devido a isso o passageiro ganhava mais velocidade a cada pedalada que dava. Esse modelo se mostra presente em muitos filmes antigos que podemos resgatar em cinematecas, ou até mesmo na internet.  Porém, a bicicleta não demorou até voltar ao seu modelo antigo, este que fora modernizado com o passar do tempo por especialistas da área. 

Com a Primeira e Segunda Guerra na Europa, e com o automóvel já instalado no mundo, a bicicleta volta a ganhar um espaço fundamental nessa época. O uso desse meio de transporte passa a ser planejado, para que não haja custos com os automóveis, já que a Europa estava em uma fase de crise devido aos gastos com as guerras. Todas as reduções de custos e uso apropriado do espaço passam a ser motivo para utilizar a Magrela.
Vale notar que nessa época também se ampliaram competições famosas, expandindo o Ciclismo para além da Europa. O Tour de France não surgiu nessa época, tendo a sua primeira edição em 1903, partindo de Paris, onde apenas 15 ciclistas se inscreveram.  

Ao longo da história do mundo, a bicicleta contou com um papel fundamental não apenas para o meio de transporte, mas também para o Mountain Bike (anos 50), para movimentos ecológicos nos Estados Unidos (anos 60), fábricas especializados no Oriente (China, Japão, Taiwan), Bicicletas Comunitárias na Holanda (anos 70), surgimento do modelo BMX, o sonho de consumo de muitas crianças americanas (anos 70), Bicicletas Dobráveis (anos 2000), entre muitos outros acontecimentos memoráveis para a história do mundo.  

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