quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain


Ao som da trilha sonora de Yann Tiersen, me senti estimulada a escrever uma resenha a respeito do meu filme preferido: O Fabuloso destino de Amélie Poulain.
O filme foi lançado em 2001, originário da França e recebeu cinco indicações ao Oscar (Melhor filme estrangeiro, Melhor direção de arte, Melhor fotografia, Melhor som e Melhor roteiro original). Além disso, recebeu também indicações do Globo de Ouro e venceu dois prêmios do BAFTA (Academia Britânica de Artes de Cinema e Televisão).
O filme pode ser classificado como uma comédia romântica, porém apresenta traços visíveis de fantasia, típicas do diretor Jean-Pierre Jeunet. Este, famoso por ter dirigido filmes sombrios como Delicatessen (1991) e La Cité des Enfants Perdus (1995), recebeu diversas nominações importantes se tratando de cinema.


O enredo traz uma história comum, porém bela. O começo da trama se dá com o narrador enfocando questões pequenas, detalhes que ao desenrolar do filme, se mostram essenciais e personalizam o filme de maneira única. Amélie Poulain (atuação brilhante de Audrey Tautou) é uma menina que, devido a um problema de saúde, teve uma infância restrita em relação ao convívio social. O narrador destaca detalhes de como a mãe tem espamos constantes devido ao estresse, o fato de seu pai sentir prazer ao arrumar e desarrumar sua caixa de ferramentas, e também coisas que a própria Amélie sente agrado e despreza.

O tempo passa e Amélie, que sempre viveu presa a neuroses de seus pais, se mostra levando uma vida pacata, sem sal. Não há dramas nem amores que a seguem em seu dia a dia, apenas o trabalho e a hora de dormir. 
Em uma noite (que mudará toda a sua vida), noite da morte de Lady Di, Amélie descobre em sua casa, uma pequena caixa de bugigangas do antigo morador da casa. Nesse momento, nos vemos tomados pela voz do narrador nos embrulhando em diversos sentimentos: curiosidade, desespero, dúvida. 
A partir de então, a vida da personagem muda, que tenta a todo custo encontrar o dono da caixa. Uma questão se mostra evidente nesse momento da trama: se o dono se emocionasse ao encontrar a caixa novamente, Amélie começaria a penetrar a vida de outros (coisa que nunca teve a oportunidade de fazer), caso contrário, Amélie continuaria sua vida, como sempre foi. O desenrolar da história começa a abrir caminhos diferentes para a francesa, que conhece pessoas que mudarão sua vida.

Audrey Tautou no papel de Amélie Poulain (2001)

Muitos elementos são possíveis de serem captados para quem tem uma noção mais clara do que filmes franceses passam, ou o charme da França em si. A música, o cenário, o enquadramento, o jeito de se vestir, o jeito de falar, o jeito de viver, os ares franceses em geral. Devido a isso, o filme apresenta uma sensibilidade única, diferente e faz com que você tenha vontade de andar despreocupado pelas ruas de Paris, dançar ao som de um acordeão e tomar um café no Les Deux Moulins.
O Fabuloso destino de Amélie Poulain passa também, como poucos outros, detalhes que nos fazem enxergar a vida de um outro modo. Os detalhes representados no filme nos mostram como podemos nos sentir melhor com um pequeno gesto ou com uma pequena ação. Um exemplo clássico que aparece com ênfase é o de quebrar a casca de caramelo presente no Créme Brulée, ou colocar a mão em um saco de grãos. São detalhes acessíveis para os telespectadores e isso cria uma empatia fundamental que o cinema muitas vezes esquece.



Talvez eu seja uma pessoa um pouco suspeita para falar desse filme, mas ele é realmente lindo, desde sua direção até sua trilha sonora. Se você deseja se distanciar um pouco do consumo de filmes de ação, de suspense ou até mesmo de comédias românticas, O Fabuloso destino de Amélie Poulain é a minha primeira indicação.


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