sábado, 12 de julho de 2014

Na trilha da sétima arte

É muito difícil imaginar como era assistir, antigamente, filmes sem o acompanhamento de uma música. As trilhas sonoras são elementos mais do que essenciais em uma narrativa cinematográfica, e muitos compositores personalizaram e deixaram registradas trilhas que não serão esquecidas nunca. Existem muitos compositores notórios, e a seguir apresento alguns dos que considero mais relevantes para o cinema.

Yann Tiersen (1970-presente)
Embora não seja tão popular como muitos dos compositores aqui presentes, Yann Tiersen é conhecido principalmente na Europa por participar de trilhas sonoras de filmes como "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" (2002) e "Adeus Lênin!" (2003). O compositor Yann Tiersen, francês com raízes norueguesas e belgas, tem o papel de dar relevância aos detalhes do filme com sua música. O piano e o violino sempre comparecem em suas obras, auxiliando para que a imersão e a particularidade se tornem elementos que não faltam em suas melodias, escutadas e compartilhadas pelo cinema contemporâneo e pelos ramos artísticos dos mais diversos.
Alguns de seus álbuns que merecem um destaque são “La Valse des Monstres”, “L’Absent”, “Le fabuleux Destin d’Amélia Poulain e "Goodbye Lenin!".

Clicando no link abaixo pode-se escutar um de seus clássicos:

Enio Morricone (1928-presente)
Italiano, misterioso e ativo, o compositor Enio Morricone tem um histórico musical muito representante no cinema. Ainda em atividade, Morricone deu vida a filmes muito famosos como “Por uns dólares a mais” (1965), “Os Intocáveis” (1986), “Cinema Paradiso” (1988) e “Bastardos Inglórios” (2009).
A maioria de suas obras contém um toque faroeste, nos levando para a época pedida e também participando da trama do personagem de maneira única.
Indicado para cinco Oscars, nunca venceu nenhum. A Academia decidiu então, devido a sua participação intensa e contribuição para a sétima arte, dar-lhe um Oscar honorário, que foi entregue por Clint Eastwood em 2007.

Devido a uma preferência particular, ressalto a trilha sonora de Cinema Paradiso, pois contém uma emoção e uma força como poucas outras trilhas sonoras apresentam:

Hans Zimmer (1957-presente)
Compostior e produtor musical, o alemão Hans Zimmer é um dos mais conhecidos e citados pela indústria cinematográfica hoje em dia. Seus trabalhos são extremamente bem representados em filmes como “Gladiador” (2000), “Pearl Harbor” (2001), “Piratas do Caribe – Baú da Morte” (2006), “Piratas do Caribe – No Fim do Mundo” (2007), “Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas” (2011), “A Origem” (2010), “Sherlock Holmes” (2009), “Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras” (2011), “12 anos de escravidão” (2013), entre muitos outros.
Seu mérito é grande, e por isso levou para casa um Oscar em 1995 de Melhor Trilha Sonora Original devido ao longa metragem “O Rei Leão”, que fez um sucesso estrondoso. Além disso, 2 Globos de Ouro também foram creditados a ele, tornando seu trabalho parte de uma era peculiar do cinema.

É possível notar na trilha de “Piratas do Caribe” a presença de sintetizadores, grande marco de suas obras:

Bernard Herrmann (1911-1975)
Não é possível imaginar como seriam os filmes de Hitchcock sem a presença sonora de Bernard Herrmann. Suas obras tem o poder de despertar um suspense único em quem as ouve, e devido a isso se encaixam muito bem em todos os filmes que Herrmann já contribuiu.
Criou sinfonias e óperas marcantes, além de peças radiofônicas que seriam usadas para momentos memoráveis da comunicação como “A Guerra dos Mundos”, em 1938, direto da emissora CBS.
Filmes como “Cidadão Kane” (1941), “Psicose” (1960), “Vertigo” (1958), “Táxi Driver” (1975), foram patamares que Herrmann alcançou para se tornar um dos compositores mais personalizados do cinema mundial.

Abaixo, a trilha sonora de Psicose fica como dica para quem gosta de um suspense, a qualquer hora do dia:

Nino Rotta (1911-1979)
Escritor de óperas, ballets e peças teatrais, Nino Rotta produziu trilhas sonoras excepcionais e contribuiu assim, de uma maneira grandiosa para o cinema, em especial para o cinema italiano.
Participou de filmes ilustres como “La Dolce Vita” (1960), “8 1/2” (1963), “Romeu e Julieta” (1968), “Poderoso Chefão” (1972) e “Poderoso Chefão – Parte II” (1974).

Poderoso Chefão, tornou-se, segundo muitos analistas e estudiosos do cinema, um dos filmes mais importantes já criados. Um toque misterioso e melancólico toma conta de sua trilha sonora, sendo no primeiro ou no segundo longa:

John Williams (1932-presente)
O compositor John Williams merece um destaque especial no ramo da música cinematográfica, devido aos inúmeros filmes em que já teve suas obras representadas. Sua parceria com Steven Spilberg é notória, e devido a isso conseguiu marcar a audição dos telespectadores, sendo reconhecível a cada instante de suas trilhas sonoras.
John Williams foi a pessoa mais chamada ao Oscar na história do evento, sendo indicado 49 vezes. A sua primeira indicação é por sua trilha sonora no “Valley Of The Dolls”, de 1967.
O compositor contribuiu para “Tubarão” (1975), “Tubarão 2” (1978), “E.T. – O Extraterrestre” (1982), “Jurassic Park” (1993), “A Lista de Schindler” (1993), “Star Wars” (todos), “Harry Potter” (todos), entre outros.

Relevante pela sua dramaticidade, a trilha sonora de “A Lista de Schindler” ganha destaque entre as músicas de John Williams:


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Rat Pack, uma época de ouro

Rat Pack foi o nome atribuído ao grupo de cantores populares que datam dos anos 50-60, sendo membros do grupo: Frank Sinatra (criador), Dean Martin, Sammy Davis Jr, Peter Lawford e Joey Bishop. Esses nomes em destaque apresentaram-se juntos em filmes e em apresentações pelos Estados Unidos, garantindo uma época de ouro em todo o território, especialmente na produção de shows em Las Vegas.

Frank Sinatra (esquerda), Dean Martin, Sammy Davis Jr (ao meio)
 Peter Lawford e Joey Bishop (direita)
Frank Sinatra (1915-1998) – Para a maioria dos leitores, esse fenômeno musical dispensa apresentações. Nascido em New Jersey no ano de 1915, Francis Albert Sinatra, encantou a todos nos seus primeiros anos de carreira pelo seu tom de voz requintado e informal. Os seus principais sucessos são New York, New YorkFly Me To The MoonSaturday Night, entre parcerias com cantores do mais alto níveis musicais daquela época. Frank Sinatra compôs uma parceria com o nosso difusor musical Tom Jobim, imortalizando a famosa “Garota de Ipanema” em um estilo mesclado entre brasileiro e americano.
Sinatra não brilhava apenas com sua voz, mas também com seu talento nas telas de cinema, contando com diversas produções e trabalhos artísticos no ramo da sétima arte. Entre elas, “A um passo da Eternidade” e “Ocean’s Eleven”* (esta última que viria a ser produzida pelo grupo Rat Pack, no qual Frank Sinatra fez parte em meados de 50/60).
Além de sua participação no campo artístico, Sinatra também contava com um engajamento político muito elevado. Segundo pesquisas, o cantor apoiou candidatos americanos e participou de campanhas eleitorais, até que, depois de um escândalo atrás do outro e ser manchete de jornais e revistas, Sinatra se viu acusado de integrar a Máfia e o crime organizado da época.
Ainda hoje, Sinatra tem o poder de encantar pessoas de todas as idades e vender milhares de álbuns ano após ano, devido a sua voz única e contagiante que nos leva de volta aos anos 60.

Dean Martin (1917-1995)- Dino Paul Crocetti, mais conhecido como Dean Martin, foi um cantor e ator americano com suas raízes familiares na Itália. Essa influência italiana é notável em suas músicas, como no caso de That’s Amore, Mambo Italiano e a famosa Volare.
Dean Martin destacou-se no meio cultural (música e artes visuais) devido também a uma parceria com Jerry Lewis(diretor-roteirista-cantor), com o qual produziu uma média de 18 filmes.
Em meados dos anos 60, participou de uma parceria musical e cinematográfica com os seus companheiros, tornando-se mais um integrante do Rat Pack.
O astro possui três estrelas na calçada da fama, sendo uma delas pelo seu trabalho no cinema, a outra pelo seu trabalho na televisão e a última pelas suas gravações.
  

Sammy Davis Jr. (1925-1990) – Samuel George Davis, originário dos Estados Unidos, foi um ator, cantor e dançarino muito influente na cultura americana.
Apoiador e financiador de causas sociais e direitos civis, Sammy Davis passou sua vida sendo vítima de racismo e alvo de críticas políticas e religiosas, depois de se converter ao judaísmo. Ainda em seguida, perdeu a visão do olho esquerdo depois de um acidente automobilístico.
Sammy chamou atenção pela primeira vez no filme Ocean’s Eleven*, produzido pelo próprio grupo Rat Pack, sendo ele o único negro da equipe e evidenciando sua importância na sociedade. Depois disso, foi o primeiro negro norte americano a obter um programa de televisão e fazer dele um sucesso mundial.
Além de seu engajamento social, Sammy também foi influenciador de um artista que marcou a nossa época: Michael Jackson, que produziu uma música especial para Sammy nos seus 60 anos de vida, apresentando-a ao vivo em 1989.
Peter Lawford (1923-1984) – O único inglês do grupo Rat Pack, Peter Lawford foi um ator britânico que fez sucesso não apenas em seus 60 filmes no cinema (As Aventuras de Mark Twain), mas também na televisão.
O ator casou-se com uma integrante da família Kennedy (importante família influente dos Estados Unidos) com quem teve quatro filhos. Logo depois, casou-se com mais três mulheres, mantendo suas relações amorosas instáveis ao longo dos anos e cortando relações amigáveis com Frank Sinatra.
Uma pequena curiosidade é que foi Peter Lawford que deu a ideia para que Marilyn Monroe (http://lecroissantvoyageur.blogspot.com.br/2012/07/marilyn-monroe-50-anos-sem-diva.html) cantasse “Happy Birthaday Mr. President” no aniversário do presidente norte americano, em 1962.
Joey Bishop (1918-2007) – O artista americano foi o último membro vivo do grupo Rat Pack. Joey teve o seu próprio programa de televisão norte americano em meados de 1961, com o nome de “The Joey Bishop Show” no canal NBC. Muitas grupos e pessoas célebres apresentaram-se em seu programa, como por exemplo The Andrews Sisters (http://lecroissantvoyageur.blogspot.com.br/2012/06/queridinhas-da-america.html), Jerry Lewis, o brasileiro Walter Wanderley, entre outros.  
O artista trabalhou também com Chuck Norris e Lee Marvin, ambos influências fortes do cinema.

  •         *Ocean’s Eleven – Longa metragem produzido pelo grupo Rat Pack nos anos 1960, e depois reproduzido pelo diretor Steven Soderbergh com o nome de “Onze Homens e um segredo” ou “Façam as vossas apostas”, em 2001. No filme mais recente, o elenco engloba George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, entre outros famosos do cinema contemporâneo. 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O mangue virou música

Para quem nunca ouviu falar, o Mangue beat foi um movimento cultural/artístico brasileiro que ocorreu nos anos 90 em Recife, Pernambuco. Também podendo ser chamado de Ritmo do Mangue ou Batida do Mangue, o movimento é uma mistura de diversos ritmos musicais como maracatu (ritmo afro brasileiro), hip hop, música eletrônica e rock. 
Vale notar que essa manifestação cultural surgiu devido a uma constatação do povo sobre o desrespeito que se tem com o mangue brasileiro e também com as diferenças entre classes sociais no nordeste. O ícone principal do movimento é um caranguejo. 
Como aprendemos na escola, o manguezal é a base de tudo para a biodiversidade, são “berços” que contém um dos ecossistemas mais ricos do mundo. Devido a isso, o movimento resolveu basear-se nesse elemento tão importante para o Planeta Terra, fixando também os seus ritmos.
O principal nome divulgador é Chico Science (1966-1997), ex-vocalista da banda Nação Zumbi (em atividade até hoje) que teve suas músicas ditadas entre as 100 melhores brasileiras pela Rolling Stone e que compôs canções que estão presentes no repertório do brasileiro até hoje, entre elas Maracatu Atômico e A Praieira. Além dele, houve também uma banda chamada Mundo S/A que auxiliou na criação e divulgação do Mangue beat nos anos 90 com o seu manifesto “Caranguejos com Cérebro”.
A batida do movimento ganhou força no Brasil, deixando se levar até o Sudeste, onde ganharia o mundo (o ritmo expandiu-se para alguns países do exterior) e uma marca na história musical. Muitas reportagens deixaram um espaço especial para tratar dessa manifestação artística que estaria assolando naquela época, e depois disso, diversas gravadoras procuraram os precursores e fez-se assim uma nova moda. O movimento Mangue beat passou a influenciar bandas de Pernambuco, do Brasil e do mundo, sendo o principal motivo para que cidades do Nordeste como Recife, voltassem a ser o caldeirão de culturas que sempre foram.
Para quem curte, pode ouvir aqui alguns trechos de músicas do álbum "Da Lama Ao Caos", que completa 20 anos nesse ano de 2014.

sábado, 10 de maio de 2014

"O cinema é a arma mais forte"

Salas dinâmicas para os visitantes


Objeto usado por Fellini em sua filmagem
A história do Cinecittá está muito ligada ao diretor de cinema mundialmente conhecido por seus filmes, Frederico Fellini. Lá, o diretor gravou diversos clássicos como La Dolce Vita (filme obrigatório!), considerado um dos filmes mais importantes dos anos 60, e também Satyricon de Fellini, baseado em um livro antigo. Considerando que o diretor ganhou até um termo empregado na sociedade da sétima arte, “Felliniesco” (quando há uma cena bizarra que invade situações comuns), pode-se entender que este personagem foi e é fundamental quando se trata de cinema e Cinecittá. Uma pequena curiosidade vem à tona quanto ao local: é possível ver na entrada do local, uma cabeça gigante mergulhada na grama. Esse objeto foi utilizado por Fellini em La Casanova de Fellini, e é um motivo que atrai milhares de turistas para o subúrbio de Roma e anima ainda mais os visitantes.

Os anos 60 e seus seguidos vinte anos foram de muitos altos e baixos para o estúdio cinematográfico em termos econômicos. Devido a esses problemas, Cinecittá quase teve de tomar a radical decisão de fechar as suas portas e deixar todos os filmes que estavam planejados, para trás.
Atualmente, o local é muito explorado pelo mercado televisivo, com programas semanais que são filmados por lá e também com dezenas de curtas pelos mais diversos diretores, cada um de cada parte do mundo.
Os filmes mais recentes filmados no Cinecittá foram Gangues de Nova Iorque (2002), de Martin Scorsese (diretor de O Lobo de Wall Street, que concorreu ao Oscar de 2014 com 5 indicações) e A Paixão de Cristo (2004), de Mel Gibson.
Caso você, leitor, deseje loucamente conhecer os segredos que Roma tem a oferecer (leia aqui o texto sobre Roma postado no Le Croissant Voyageur 
http://lecroissantvoyageur.blogspot.com.br/2013/08/la-citta-eterna.html), o Cinecittá é uma visita mais do que indicada para todos, em especial para os amantes de cultura e arte em geral. 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Pop Art - um consumo colorido

imagem típica da Pop Art (cores vibrantes)
A Popular Art, mais conhecida como Pop Art, foi um movimento artístico que surgiu na Inglaterra nos anos 50, mas que se concretizou nos Estados Unidos, mais especificamente em Nova Iorque nos anos 60. Suas raízes artísticas tem origem no dadaísmo, vanguarda europeia que promovia a discussão de objetos non sense, sem sentido. Ambos os movimentos anteriores se opunham ao expressionismo abstrato, movimento artístico americano que se tornou popular nos anos 40.
A ideia dessa manifestação artística era buscar os costumes rotineiros da cultura de massa, ou seja, transformar os objetos de consumo diário em arte, como por exemplo uma imagem da Coca Cola de Andy Warhol. Nessa mesma época, encontrava-se em discussão a Industria Cultural, que analisava a cultura no capitalismo, ou seja, esta Industria transformava os objetos culturais em comercialização (rádio, televisão, produção de objetos culturais). Sabendo disso, é válido notar que a essência da ideia da Pop Art é, na verdade, uma crítica social ao capitalismo aproximando-se do que chamamos de cultura dos objetos Kitsch (objetos “bregas”, de mau gosto).
A Pop Art exerceu uma grande influência com passar dos anos, tornando-se base para intervenções artísticas em cidades grandes como o grafite, ou também para o design de moda.

Marilyn Monroe desenhada por Andy Warhol
Quando falamos de Pop Art, não podemos deixar de mencionar a maior figura do movimento: Andy Warhol. Warhol (1928-1987) desde cedo iniciou sua carreira como designer de muito sucesso. Após se formar em design pela universidade Carnegie Mellon, Warhol mudou-se para Nova Iorque, onde entrou para ilustrar capas de revistas famosas até hoje, como Vogue e The New Yorker (revista americana que tem como ênfase críticas e ficção científica. É muito conhecida pelos seus desenhos personalizados).
Como seus desenhos tiveram uma rápida ascensão , conseguiu a sua primeira exposição em 1952, na Hugo Galley, galeria muito famosa em Nova Iorque.  Baseou os seus primeiros desenhos expostos em obras de Truman Capote, jornalista pioneiro no que hoje chamamos de Jornalismo Literário. Alguns anos depois, os seus desenhos passariam a ser destaque no MOMA – Museu de Arte Moderna.
As suas obras passaram a se tornar o conceito que o define, pop art, apenas nos anos 60, quando incorporou a publicidade em meio as suas criações. Objetos rotineiros, artigos de consumo próprio e também personalidades, foram o apelo principal de seus desenhos que viriam a se tornar um marco para a história da arte. Quem nunca viu a imagem da Marilyn Monroe colorida, ou até a famosa Sopa Campbell? Essas são obras de Andy Warhol. Este artística único passou a fazer uso de cores fortes e materiais descartáveis, o que personalizou ainda mais as suas produções artísticas.
Além de artista, Andy Warhol também era cineasta e escritor. Produziu diversos filmes de 1963 até meados de 1977, e também desenvolveu cerca de quatro livros, além de ser fundador da revista Interview (veículo de comunicação que tratava de celebridades, músicos e criadores artísticos).
Vale constar também que o artista foi fundador de uma influente banda de rock chamada The Velvet Underground, que tem em sua capa mais famosa uma banana.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Tatuando histórias

Tartaruga Maori, significa longevidade e família
Desde muito tempo, a arte de desenhar em corpos é presente na vida do ser humano. Há quem diga que as origens desses desenhos tenham se dado muitas vezes entre povos guerreiros, que voltavam de batalhas com cicatrizes marcando o rosto ou outra parte do corpo, e simbolizando então honra e coragem.
As primeiras vezes que as tatuagens foram vistas em formas de desenho, datam de 4000 a.C. no Egito, onde as múmias estudadas continham essas formas em seus membros. Além disso, na mesma época, povos maoris da Nova Zelândia e da Polinésia, traziam também desenhos em seus rostos, que eram introduzidos para rituais religiosos e simbolizavam a arte da guerra.
A simbologia maori até atualmente é muito escolhida entre os amantes dessa arte devido ao forte significado de alguns desenhos, entre eles a tartaruga maori, que representa família e longevidade, e também o dente de tubarão, que significa força e garra.
A arte corpórea começou a se difundir de tal forma que, nos registros atuais, não se sabe de um povo que não tenha feito uso de uma marca anexada ao seu corpo. A tatuagem começava a ter diversas finalidades, entre elas ritos religiosos, meios de se camuflar, marcação de escravos, prisioneiros, e também a divisão de grupos sociais.
Quando a tatuagem se expandiu para o Ocidente, deparou-se com a Idade Média, onde não foi bem aceita devido a Igreja e acabou entrando em declínio. Esta, proibia o ato de se tatuar, pois considerava que tatuados fossem criminosos, vândalos e má influência para os fiéis da religião.
Anos depois, o capitão James Cook (leia mais sobre o capitão dos mares em: http://lecroissantvoyageur.blogspot.com.br/2013/02/o-capitao-dos-mares_25.html) viajou até a Polinésia e segundo ele, os maoris chamavam “aqueles desenhos” de tatau. Então, o termo Tatto que utilizamos hoje vem dessa viagem e dessa descoberta.
Em 1891, uma boa notícia surgia para os então  futuros amantes dessa arte. A primeira máquina elétrica de tatuagem havia sido criada por Samuel O’Reilly, imigrante irlandês que se estabeleceu nos Estados Unidos e patenteou sua obra.
No Brasil, a presença de uma personalidade marcante fez aumentar a credibilidade do país em relação as tatuagens modernas. Knud Harald Lykke Gregersen, dinamarquês, mais conhecido como Lucky Tattoo, foi o primeiro tatuador profissional no Brasil e se estabeleceu em Santos fazendo história desse estigma no país.
 
O fato de usar sua pele como registro de ideias, valores, vaidade, ou pelo simples fato de ter uma parte de sua história marcada em você, incorpora o individualismo presente na sociedade, e então a  tatuagem passa a ser uma forma de expressão artística individual, contendo também mais cores, diversidades de desenhos e traços de escolha pessoal.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Segredos de O Rei Leão

Após assistir ao maravilhoso musical do Rei Leão, um marco da Broadway, (que estará em cartaz até dia 2 de março de 2014, no Teatro Renault, em São Paulo), resolvi procurar um pouco mais sobre o musical e o próprio longa de animação e compartilhar no blog.
O Rei Leão é um filme da Walt Disney Pictures, lançado em 1994 e sendo o trigésimo segundo filme animado da produção. Muitos sabem que teorias conspiratórias giram em torno de filmes da Disney, sendo com cenas implícitas ou influências marcantes de frases, imagens, livros, histórias. Nesse filme, não é diferente.

A sua produção demorou em média três anos, devido as suas complicadas animações e sendo também o começo de uma nova era digital em desenhos animados projetados em computador. Nessa época, a Disney também estava produzindo o filme Pocahontas (1995), acreditando que este traria mais sucesso e rentabilidade do que o filme dos felinos.
Para quem teve a infância rodeada por filmes como o Rei Leão, sabe  que animais, natureza e ritmo africano são os principais elementos da trama. Muitas cores e danças são apresentadas no filme, e ainda melhores representadas no musical.
Embora o filme não seja a cópia identica de outras histórias, nota-se uma grande influência de obras como Hamlet, Bambi, Kimba – o Leão Branco, e trechos da bíblia.
A curiosia história de Hamlet, Shakespeare, se repete de um modo bastante explícito, onde Scar (tio), mata Mufasa (Rei) para conseguir o trono. Após a destruição do reino, Simba (Hamlet) volta para matar o seu tio, Scar.
Outra semelhança curiosa pelo filme da Disney é com o mangá japonês (após transformado em anime) de Osamu Tezuka, chamado de Kimba – o Leão Branco, criado nos anos 60. Criticas e acusações de plagio foram lançadas diretamente para a produção, que teria copiado este desenho japonês de muito sucesso. As semelhanças entre o nome (Simba), e os animais que aparecem em ambas as historias, como hienas, babuínos sábios, leões malvados, pássaros, foram os principais elementos levados em conta para se criticar ferozmente a Walt Disney. Embora o seu criador de anime Osamu Tezuka reconheça a semelhança, confessou em entrevistas internacionais que estava lisonjeado de ter os seus desenhos representados pela Disney, e também que sempre se inspirou dessa marca para criar as suas obras.
A trilha sonora de Rei Leão também não pode ser deixada de lado. Elton John, Tim Rice e Hans Zimmer fazem um trabalho sensacional nesse filme, tendo concorrido ao Oscar, Globo de Ouro, Grammy, com seus sucessos “Can You Feel the Love Tonight”, “Hakuna Matata” e “Circle of Life”. Devido a isso, a trilha é a mais vendida na historia dos desenhos animados. Uma pequena curiosidade também para quem se interessa, em especial, pela música “Hakuna Matata”, esta frase significa “sem preocupações, sem problemas”, usada principalmente na região oriental da África e contendo um símbolo personalizado.
Como em muitos outros filmes animados, cenas remetem a imagens, frases históricas ou outras obras. No caso do Rei Leão, cenas como o exército de hienas de Scar, retomam a ideia de Adolph Hitler, ditador alemão durante a Segunda Guerra Mundial, e também frases ditas por Scar e Simba remetem a atores em premiações importantes, e ao próprio "Ser ou Não Ser" de Shakespeare.