Tortura, violência e dor. Vladimir Herzog, provavelmente a figura que
melhor representa essa censura imposta pela Ditadura Militar (1964-1985)merece
destaque não apenas pelo seu atestado de óbito que finalmente foi certificado,
mas também por ter sido símbolo de um período sombrio.
Já com um passado sofrido, Vlado Herzog, que adotou o nome de Vladimir Herzog ao chegar ao Brasil, veio da Iugoslávia com sua família para fugir da perseguição nazista aos judeus.
Sua formação jornalística começou cedo, e mesmo formado em filosofia pela USP conseguiu entrar no jornal o Estado de São Paulo, e permanecer lá até 1965, inovando nas áreas televisivas e visuais.
Começado o golpe de 1964, os militares invadiam incessantemente veículos de comunicação impondo censuras e falta de liberdade de expressão. O Estado de São Paulo vinha sofrendo fortemente com a repreensão dos jornalistas considerados contra o movimento, e sendo Vladimir uma figura importante, teve que ser mandado para Londres, aonde viria a apresentar um programa da BBC.
Além de jornalista, Vladimir entrou também no mundo do audiovisual. Promoveu diversos documentários, auxiliou em roteiros de filmes e frequentou as melhores escolas de cinema da América Latina.
Voltando para o Brasil, em 1968, começou a trabalhar por um período na TV Cultura, e passou até mesmo a dar aulas de telejornalismo na Fundação Álvares Penteado (FAAP) e na ECA (Escola de Comunicações e Artes) – USP.
Conquistando o papel de dirigir o departamento de jornalismo da TV Cultura, por Fernando Pacheco Jordão, foi ao ar a primeira matéria do dia. Um documentário do meio-dia, que tratava de um líder comunista chamado Ho Chi Minh, em plena Ditadura Militar. Muitos deputados que assistiram ao documentário foram diretamente falar com os militares, e foi assim que começou uma perseguição da famosa “Linha-Dura” com os jornalistas considerados comunistas da TV Cultura.
Ao longo desses dias, muitos jornalistas estavam sendo presos em São Paulo, sem motivo nenhum, apenas por palavras de militares e policiais.
Foi então que, em uma sexta feira, Vladimir trabalhava na TV Cultura como de costume e foi pego de surpresa por agentes do DOI-CODI. No final da tarde sua família recebeu a notícia de que ele teria se suicidado na prisão.
Desde o princípio, a versão dos militares sobre o suicídio do jornalista era questionável. Movimentações e protestos de estudantes, religiosos e jornalistas da Folha de São Paulo e do Estado de São Paulo foram feitos na Catedral da Sé, em São Paulo, contra as práticas da Ditadura que vinham ocorrendo. Foi então realizada uma missa em nome do jornalista, contando com oito mil participantes e mais alguns do lado de fora da Catedral pedindo pela volta da democracia. Finalizada a missa, bombas de gás lacrimogêneo foram jogadas nas ruas por policiais e causaram um movimento intenso nas ruas da Sé.
Desde então, a família e próximos do jornalista procuraram sempre esclarecer o mal entendido que não tinha sido resolvido. Pediram que o caso fosse reaberto em 1992, porém nada foi feito. Em 2008, novamente esse pedido foi feito, mas continuavam sem resposta. Finalmente, no ano de 2012 o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o atestado de óbito, esclarecendo assim as dúvidas da Comissão da Verdade.
Já com um passado sofrido, Vlado Herzog, que adotou o nome de Vladimir Herzog ao chegar ao Brasil, veio da Iugoslávia com sua família para fugir da perseguição nazista aos judeus.
Sua formação jornalística começou cedo, e mesmo formado em filosofia pela USP conseguiu entrar no jornal o Estado de São Paulo, e permanecer lá até 1965, inovando nas áreas televisivas e visuais.
Começado o golpe de 1964, os militares invadiam incessantemente veículos de comunicação impondo censuras e falta de liberdade de expressão. O Estado de São Paulo vinha sofrendo fortemente com a repreensão dos jornalistas considerados contra o movimento, e sendo Vladimir uma figura importante, teve que ser mandado para Londres, aonde viria a apresentar um programa da BBC.
Vladimir Herzog, símbolo do jornalismo |
Além de jornalista, Vladimir entrou também no mundo do audiovisual. Promoveu diversos documentários, auxiliou em roteiros de filmes e frequentou as melhores escolas de cinema da América Latina.
Voltando para o Brasil, em 1968, começou a trabalhar por um período na TV Cultura, e passou até mesmo a dar aulas de telejornalismo na Fundação Álvares Penteado (FAAP) e na ECA (Escola de Comunicações e Artes) – USP.
Conquistando o papel de dirigir o departamento de jornalismo da TV Cultura, por Fernando Pacheco Jordão, foi ao ar a primeira matéria do dia. Um documentário do meio-dia, que tratava de um líder comunista chamado Ho Chi Minh, em plena Ditadura Militar. Muitos deputados que assistiram ao documentário foram diretamente falar com os militares, e foi assim que começou uma perseguição da famosa “Linha-Dura” com os jornalistas considerados comunistas da TV Cultura.
Ao longo desses dias, muitos jornalistas estavam sendo presos em São Paulo, sem motivo nenhum, apenas por palavras de militares e policiais.
Foi então que, em uma sexta feira, Vladimir trabalhava na TV Cultura como de costume e foi pego de surpresa por agentes do DOI-CODI. No final da tarde sua família recebeu a notícia de que ele teria se suicidado na prisão.
Desde o princípio, a versão dos militares sobre o suicídio do jornalista era questionável. Movimentações e protestos de estudantes, religiosos e jornalistas da Folha de São Paulo e do Estado de São Paulo foram feitos na Catedral da Sé, em São Paulo, contra as práticas da Ditadura que vinham ocorrendo. Foi então realizada uma missa em nome do jornalista, contando com oito mil participantes e mais alguns do lado de fora da Catedral pedindo pela volta da democracia. Finalizada a missa, bombas de gás lacrimogêneo foram jogadas nas ruas por policiais e causaram um movimento intenso nas ruas da Sé.
Desde então, a família e próximos do jornalista procuraram sempre esclarecer o mal entendido que não tinha sido resolvido. Pediram que o caso fosse reaberto em 1992, porém nada foi feito. Em 2008, novamente esse pedido foi feito, mas continuavam sem resposta. Finalmente, no ano de 2012 o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou o atestado de óbito, esclarecendo assim as dúvidas da Comissão da Verdade.
Atualmente, existem diversas homenagens ao jornalista
morto na Ditadura Militar. Um deles, é um prêmio criado em 1979, chamado Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de
Anistia e Direitos Humanos, considerado um dos mais importantes prêmios
jornalísticos e de Direitos Humanos no Brasil.
A América Latina sempre sofreu com ditaduras, principalmente Argentina, Chile e Brasil. Infelizmente, esses períodos sombrios não são de se orgulhar, mas é importante saber que existem para que um dia a justiça seja feita de maneira satisfatória para famílias que perderam parentes, ou até mesmo os que sofreram horrores nesse período.
A América Latina sempre sofreu com ditaduras, principalmente Argentina, Chile e Brasil. Infelizmente, esses períodos sombrios não são de se orgulhar, mas é importante saber que existem para que um dia a justiça seja feita de maneira satisfatória para famílias que perderam parentes, ou até mesmo os que sofreram horrores nesse período.
O que foram?
DOI-CODI: Criado a partir do Golpe Militar de 31 de março de 1964, o DOI-CODI era
um órgão do exército que tinha como principal objetivo combater os inimigos que
ameaçariam a segurança do país. O significado de DOI-CODI é: Destacamento de Operações de Informações,
Centro de Operações de Defesa Interna.
Comissão da Verdade: Foi uma comissão brasileira criada para investigar as violações de
Direitos Humanos, em especial na Ditadura Militar, onde foram registrados
inúmeros casos que por muitos anos pairavam no desconhecido.
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