domingo, 15 de setembro de 2013

Betty Boop, implícito e sensual

Conhecida por ser a Rainha dos Desenhos Animados da década de 30, Betty Boop inaugurou para a mulher, um lugar no mundo da animação nas telas.
Criada por Max Fleischer (Judeu-americano que desenvolveu muitos desenhos animados além de Betty Boop, Super-Homem e Popeye), Betty era uma imigrante judaica, que dançava ao som de jazz e usava roupas provocantes. O seu conteúdo foi inicalmente apenas para adultos, contendo cenas de sexo implícito e muitas piadas provocantes. Ao que se sabe, Betty é uma mistura de muitas figuras importantes, como Helen Kane (sua primeira e principal dubladora), Mae Questel, Marilyn Monroe e Carmen Miranda.

Sua primeira aparição foi em 9 de agosto de 1930, em Dizzy Dishes, série criada por Talkartoon, da Paramount Pictures. Porém, o seu estrelato foi ao auge quando cantou, pela voz de Helen Kane, o Boop-Oop-a-Doop-Girl, música que fez sucesso ao longo de vários anos nos Estados Unidos.

Betty Boop com Bimbo, personagem principal
Por incrível que pareça, Betty Boop, em suas primeiras aparições, não era a personagem principal, sendo desenhada como  metade mulher, metade poodle e seguindo ordens de seu cachorro Bimbo. Suas orelhas eram de cachorro, que logo depois foram trocadas por grandes brincos de argola, e seu comportamento era também canino. Devido a sua sensualidade e atenção, Betty foi logo posta em primeiro plano, deixando Bimbo para trás.

Aos poucos, Betty tinha mais de 100 curtas metragens e muitos fãs, sendo reconhedida internacionalmente e assim considerada a primeira Pin Up, com uma forte atração na esfera da cultura pop.

Em 1934, uma notícia ruim foi dado pelo Código de Produção, que passava por constantes modificações. Betty Boop era agora censurada, não podendo mais usar vestidos curtos, tendo seu conteúdo reduzido para um público infantil. Embora com essas regras os seus criadores tenham mesmo trocado suas roupas, Betty continou sendo um Sex Simbol da animação, devido a sua voz e seus gestos.
Imitando cenas famosas de Marilyn e seu vestido ao vento, shows marcantes e danças típicas, Betty acabou sendo considerada uma das mulheres mais sedutoras de todos os tempos, a única retratada em desenho animado.

Seus anos corriam bem até que em 1939, a rainha da animação foi completamente censurada, proibida de continuar com suas curtas metragens e sendo obrigatoriamente retirada de todas as telas de cinema.
Betty apareceu mais algumas vezes em trechos de filmes, porém apenas por alguns minutos. A última vez de Betty nas telas foi em 1988, no filme “Uma Cilada para Roger Rabbit”, e depois então passou apenas a ficar marcada em salas de teatro e em quadrinhos, muitas vezes juntamente com o Gato Félix.
Atualmente, Betty é encontrada estampada em bonecas, perfumes e camisetas, porém sendo sempre lembrada como uma revolução feminina nos desenhos de animação.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

La Cittá Eterna

Famosamente apelidada de "A Cidade Eterna", Roma é um poço de segredos, história e turismo. Ao andar pela capital italiana, a época romana parece ainda estar presente e um passeio pelos edifícios antigos e muito respeitados comprovam isso. Ao andar, pessoas de todo o mundo deparam-se também com pequenos carros e vespas de todas as cores possíveis.  Sendo a cidade um parque de diversões para visitantes e amantes da cultura, gastronomia e arte, ela se torna um lugar imperdível e único para se visitar.
Embora Roma encante pela sua grandiosidade e pelas suas arquiteturas exuberantes, há também pequenas moradias antigas que fazem parte da cidade, contribuindo também para o seu charme.
A linha azul do metrô nos leva até a estação COLOSSEO. Ao sair, o Coliseu impressiona com o seu poder, prometendo uma visita inesquecível para todos que por lá passam.
Coliseu, Colosseo
Sendo este, símbolo de Roma e de todo o Império Romano, o Coliseu foi considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo e também Patrimônio Histórico pela UNESCO. Famoso também pela sua política do Pão e Circo, o público da época se regalava por conta própria com as lutas de gladiadores, escravos e grandes animais, tendo a presença do imperador nas lutas mais importantes. O Coliseu também era palco de batalhas navais, pois ainda hoje tem um sistema de formação de lago, permitindo uma grande quantidade de entrada de água.
Logo depois da estação COLOSSEO, e continuando ainda na linha azul, encontramos o CIRCO MÁSSIMO, onde há uma impressionante arquitetura denominada Termes di Caracalla. Este monumento grandioso era o “clube” de elite da época, construído pelo imperador Caracalla, e onde ficavam as piscinas olímpicas e normais, os ginásios e os lugares de relaxamento.  Essas termas podiam suportar 1.600 banhistas de cada vez, sendo eles homens ou mulheres. Atualmente, esse monumento é considerado um dos mais grandiosos de Roma, contendo ainda os azulejos das piscinas e sendo palco de grandes óperas ao ar livre.

Fontana Di Trevi
Na linha laranja, a próxima estação necessita de uma moeda e de um desejo. A chegada na Fontana Di Trevi, a fonte mais famosa e romântica do mundo, garante uma vista espetacular. De dia ou de noite, a Fontana di Trevi consegue esbanjar charme com suas esculturas antigas, representando Netuno, o deus do mar entre pedras e esguichos de água.
Embora seja um dos maiores símbolos de Roma, a fonte é famosa por outros quinhentos. Existe uma tradição que persiste há anos, e diz que se ao jogar uma moeda na fonte fazendo um pedido, você volta para Roma algum dia. Por isso, a fonte está repleta de moedas de todos os países do mundo, e ao seu redor, pessoas de todas as nacionalidades jogam moedas sem parar, a qualquer hora do dia. A fonte é também um lugar ideal para a vida noturna, pois está repleta de jovens e restaurantes de todos os tipos. Para quem gosta de cinema, Fellini não perdeu a oportunidade de gravar o seu famoso filme italiano, La Dolce Vita, bem no meio da Fontana Di Trevi, garantindo assim uma atração ainda mais imperdível.
Não podia faltar aqui a famosa Piazza Navona, porém essa não consta em nenhuma linha de metrô. Essa praça famosa pelas suas três fontes e pela sua vida noturna interminável, é um lugar ideal para se desfrutar após um longo dia caminhando por Roma. A praça é rodeada por casas velhas com persianas antigas, e ao anoitecer, os pintores não perdem a oportunidade de ficarem horas caricaturando os turistas. A Piazza Navona abrange uma vasta escolha de restaurantes para todos os gostos possíveis, e também uma grande variedade de pratos típicos italianos. Para os brasileiros, uma pequena alegria: desde a década de 20, a embaixada do Brasil consta na Piazza Navona.

Com a visita do Papa ao Brasil, o Vaticano destacou-se ainda mais nos guias turísticos para diversos brasileiros. Embora seja um lugar propriamente cristão, o Estado do Vaticano recebe a visita de fiéis das mais diversas religiões do mundo durante o ano inteiro. A cúpula é a primeira coisa a ser vista, sendo ela projetada por Michelangelo, assim como muitas obras presentes nesse pequeno Estado. Não apenas a Basílica, como também a Piazza San Pietro, aquela que ronda a principal entrada, são lugares exuberantes e com arquiteturas majestosas, prontas para encantar a qualquer um que por lá passa. Sendo a moradia do atual Papa Francisco e de seus respectivos cardeais, a Basílica tem uma entrada permitida e seu interior é recoberto de pinturas, desenhos, objetos, relíquias e as mais sagradas esculturas, como a famosa Pietá. O seu subterrâneo, que também é possível visitar, abrange o túmulo de todos os Papas, entre eles o falecido Papa João Paulo II. 
Museu do Vaticano
Há alguns metros da Praça São Pedro e da Basílica do Vaticano, há o Museu do Vaticano, onde se encontra a Capela Sistina. 
Antes de se chegar até a Capela, é necessário passar por diversas salas de exposições. Entre elas, a sala dos mapas, a sala das antigas cartografias, as salas de esculturas animalescas, a sala egípcia (com direito a uma múmia de verdade!), a grande sala de tapetes, e outros. 


Após subir degraus, passar por obras de Rafael Sanzio, pinturas de Van Gogh, uma escultura de Rodin, obras de Matisse, enfim chega-se a tão esperada Capela Sistina. Rodeada de pinturas renascentistas famosíssimas, a Capela Sistina é um encanto para os olhos de cada um que entra por aquela porta. A Criação de Adão, a Santa Ceia, O Sacrifício de Noé, são apenas algumas das obras que estão presentes no teto e nos arredores da Capela e que faz com que as pessoas não queiram mais desgrudar os seus olhares. Michelangelo deixa então as suas marcas de um modo histórico e impressionante, assim como todas as suas obras. 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A boneca ganha vida

A cada dois segundos uma Barbie é vendida no mundo, trazendo consigo uma história de muitas curiosidades e sucesso ao longo do seu crescimento como brinquedo.
Sua criadora é Ruth Handler, esposa do dono da Mattel, Elliot Handler, que criou a empresa de brinquedos para representar a mais nova criação de sua esposa. O nome do brinquedo foi inspirado em sua filha, Barbara, que aos 15 anos ainda continuava a brincar de bonecas e trocar as roupas da mesma.
O design da boneca trazia muitas críticas. Inspirada não apenas em Barbara, a Barbie teria sido uma cópia perfeita da personagem de quadrinhos pornográficos alemã, Bild Lilli, a qual andava sempre de sutiã e calcinha, contando piadas picantes para os seus leitores.
Bild Lilli
A perfeita silhueta e os longos cabelos loiros foram desenhados pelo designer de Ruth, que segundo estudos psiquiátricos era viciado em sexo e teria calculado as medidas da boneca seguindo as suas vontades sexuais e os seus desejos pessoais.

Essas afirmações regaram o brinquedo de comentários e críticas, primeiro pelo fato de ser um brinquedo para crianças e segundo pelo medo que os pais tinham das influências que a boneca poderia exercer sobre a mente de seus filhos.
Primeira Barbie, 1959
A primeira aparição da boneca foi na Feira Anual de Brinquedos de Nova Iorque em março de 1959, sendo vendida apenas por três dólares. A partir dessa data, nascia um verdadeiro estereótipo de estética, beleza e moda para as mulheres.



Ao longo dos seus anos de sucesso, a Barbie não apenas se representou no mundo feminino como também prestou homenagens em suas vestimentas para pessoas famosas (Marilyn Monroe, Audrey Hepburn, Beyonce, Shakira), datas festivas, etnias, profissões, épocas, cinema (E o vento levou, High School Musical), o que fez com que sua venda aumentasse cada vez mais e se tornasse um brinquedo mundial reconhecido nos quatro cantos do mundo.
Para aumentar ainda mais o seu nível e animar os colecionadores, a boneca recebeu vestimentas para representar marcas famosas como a Gucci, Chanel, Armani, Dior, Levis, Versace, e recebeu também toneladas de jóias e calçados.

A Barbie no Brasil passou a ser vendida a partir dos anos 80, porém já com um preço elevado como os dias atuais. Nessa época surge também a primeira Barbie negra e a Barbie rockeira, que foram alvos de discussões acentuadas na mídia e nas redes sociais.
Nos anos 2000 a Barbie passa a ser digitalizada, ganhando um site oficial e uma versão de cinema infantil, como Barbie e o Lago dos Cisnes, e Barbie e o Quebra Nozes.
Outro ponto marcante na história da boneca é sobre Ken, o “namorado” da Barbie. Na vida real, Ken é irmão de Barbara, sendo homossexual e tendo falecido de AIDS em 1994.



segunda-feira, 1 de julho de 2013

Chanel, a moda de uma personalidade

Devemos agradecer há apenas uma pessoa por podermos usar calças sem sermos criticadas, e essa pessoa é Chanel. Gabrielle Chanel, mais conhecida como Coco Chanel, nasceu em 1883, em Saumur na França. Desde pequena, ela e seus irmãos foram obrigados a estudar no Colégio Interno, devido aos problemas que sua família passava após a morte de sua mãe.
Já muito teimosa, fugiu do internato e se viu obrigada a viver como cantora e bailarina de um teatro por falta de dinheiro. Cantava todas as noites, e para conseguir sobreviver também começou a trabalhar em uma loja de enxovais, aprendendo a costurar e vender, o que seria muito útil em sua vida mais para frente.

   
Gabrielle Chanel, muda o seu nome para Coco Chanel 
Em uma noite de estreia, Chanel conhece Etienne, seu primeiro grande amor, que se encantou por suas curvas e sua estrutura diferente das outras mulheres. Etienne era famoso por manter aberta uma fábrica de uniformes para o exército francês, e também por ser o melhor criador de cavalos da região.

Ambos se apaixonam 
apaixonam e se mudam para um castelo em uma cidade na França, Royallieu, onde Chanel tem como começo uma nova vida. Ao longo dos anos em que Chanel permaneceu no castelo, percebeu que era tratada sobre a ditadura feminina, ou seja, era obrigada a usar vestidos que a machucavam, manter a postura, e via-se obrigada a ficar trancada no quarto enquanto homens jogavam cartas e bebiam whisky até altas horas da madrugada.
Ao descobrir também que Etienne era na verdade, um homem de muitas mulheres, Chanel deprime e começa a costurar chapéus e ditar a sua própria moda. Suas roupas eram muito masculinas para a época, pois se tratava de ternos, calças e chapéus de palha. Muito criticada pelas mulheres da época, Chanel começou no castelo uma nova moda que viria a se espalhar pelo resto do mundo.
Continuando a sofrer pelo jovem Etienne, Chanel decidiu ir embora para Paris e la começar o seu negócio na moda em um pequeno apartamento.
Segundo andar, piso frio e problemas financeiros. Esses eram os principais problemas que ela enfrentava ao chegar em Paris, e encarar o mundo real que não conhecia após passar anos vivendo no luxo de Royallieu.
Em Paris, conhece Arthur Capel, ou mais conhecido como Boy Capel, por ser um milionário que herdou de seu avô uma mina.
Apaixonado, Capel ajuda-a a enfrentar os problemas e encaixa sua nova moda em Paris. Com 
essa ajuda, Chanel viria a abrir uma loja que cresceria e se tornaria a primeira de artigos desportivos para mulheres, com itens de cavalgada e calças de todos os tipos.
A Primeira Guerra Mundial começa, e assim Capel se vê obrigado a servir no exercito. Após sua morte, Chanel se vê muito abalada, porém continua trabalhando em sua loja, aumentando cada vez mais os seus padrões estéticos e criando novos modelos a cada época do ano.
Chanel, ao longo de sua carreira, se vê envolvida profissionalmente com diversos artistas, entre eles Pablo Picasso, Greta Garbo, mas principalmente Leonelson Muquepe, desenvolvendo perfumes e criando assim o Chanel nº 5, um dos aromas mais famosos do mundo, usados para desfiles de moda e por celebridades do cinema, como Marilyn Monroe.
Criou um novo modelo de vestimentas para as mulheres
O nome “Coco Chanel” marcou décadas e décadas de estilo e evolução, tanto em roupas como em cosméticos. A estilista revolucionou a moda mundial e tornou as mulheres um sexo mais flexível em relação as roupas no século XX, tirando-as de vestidos grandes e desconfortáveis e passando a usa-los como algo útil e chique no cotidiano.

domingo, 23 de junho de 2013

Holmes, uma investigação eternizada


Conhecido por usar um método diferente dos outros detetives, o personagem de ficção literária ganhou enfoque ao fazer do método cientifico e da lógica as suas principais armas. Sherlock Holmes, chamado assim pelo seu criador Sir Arthur Conan Doyle (escritor e medico britânico, 1859-1930), fez muito sucesso e se tornou assim o principal ícone da leitura policial e criminal. Apareceu pela primeira vez no romance “Um Estudo em Vermelho”, publicado pela famosa revista britânica Beeton’s Christmas Annual, circulando entre o Reino Unido entre 1860 e 1898.


Não se sabe ao certo, porem uma das inspirações de Sir Doyle seria o conto de Edgar Allen Poe, O Assassinato da Rua Morgue. A historia trata de um homem superdotado de pensamentos rápidos e lógicos, Auguste Dupin, que seria a origem de Sherlock Holmes. Dupin trazia consigo a resolução de crimes, em especial o crime da Rua Morgue, em Paris, e estava sempre acompanhado de seu companheiro, que seria a origem de Dr. Watson.
 

Dr. Watson e Shelock Holmes investigavam juntos casos crimonosos

Holmes, embora esteja sempre trancado e solitário em seu escritório sombrio cheio de pó, não trabalha sozinho. Ele tem um fiel companheiro, o Dr. Watson, medico, biografo cronista e assistente. Dr. Watson se tornou assim um dos símbolos de Londres, por acompanhar sempre o detetive em seus raciocínios, embora o dele não funcionasse na mesma velocidade rara de Holmes.

Ruas largas, dias nublados e frios, paredes cinzentas e casos criminosos cotidianos. O principal cenário do detetive é Londres, onde realizava as suas principais buscas e descobertas. A 221B Baker Street, o antigo lar de Holmes, um dos lugares mais famosos da literatura e tambem um dos bairros mais famosos do mundo, abrigando atualmente um museu muito visitado por turistas.
Sherlock Holmes trabalha resolvendo casos da Scotland Yard, famosa policia metropolitana de Londres, porém o seu maior trabalho é para si mesmo. O detetive foi considerado a ficção literária  mais reproduzida por livros, filmes e quadrinhos, conseguindo assim um grande lugar no espaco da historia britanica.
Mestre em artes marciais, usuário de cocaína, magro, pálido, nariz grande, cachimbo na boca, frases prontas, perfeccionista, preferindo sempre o lado racional ao lado sentimental. Os contos, os livros, os filmes o definem assim, e é assim que ele continuara sendo visto na mente de várias gerações.



segunda-feira, 27 de maio de 2013

Em nome das mulheres

Principal símbolo do movimento feminista

Durante muitos anos as mulheres buscaram por conquistar os seus direitos, sejam eles políticos, sociais  econômicos ou sexuais. A ideia que foi construída de que o lugar da mulher é em casa, cuidando dos filhos e fazendo a limpeza, gerou um pensamento clichê na maioria das culturas e traz um preconceito enraizado há muitos anos.
As mulheres foram submetidas a teorias e discursos durante muito tempo, entre eles o positivista, o médico, o determinista, que estavam sempre rebaixando a mulher e confirmando que os homens eram superiores fisicamente e intelectualmente.

Surge então o Feminismo, com a intenção de garantir a participação da mulher equivalente ao do homem na sociedade e tem esse nome, pois mulheres de todas as idades se reuniam para reivindicar os seus direitos.
O Feminismo, segundo pesquisadores, pode ser dividido em três “ondas”. A primeira ocorreu entre o século XIX e XX, nos Estados Unidos e Reino Unido. As mulheres vinham protestando contra os casamentos arranjados, que ignoravam os seus sentimentos e suas escolhas. Depois disso, o direito ao voto começou a aflorar na pele das mulheres, que também começaram protestos para poderem participar do meio político igual os homens.
As mulheres foram ouvidas. Com isso, surgiu a Segunda Onda, que teria sido uma continuação da Primeira, e que teve como principal foco a igualdade perante os gêneros e o fim da discriminação.
Todos esses protestos acabaram gerando uma revolta pela tradicional família burguesa. As mulheres não queriam mais apenas ficar em casa cuidando dos filhos ou preparando o jantar do marido. A escolha de sentimentos e a satisfação por escolher fazer algo fora de casa eram apenas algumas das muitas exigências que viriam pela frente.  A Segunda Onda ocorreu entre os anos 1960 e 1980.
A Terceira e última Onda, viria a acontecer entre os anos 1980 e predomina até hoje. Essa Onda se destacava principalmente por protestos das mulheres brancas das classes média-alta, e também sobre questões internas. Foi aí que muitas mulheres negras começaram também os seus protestos, criando assim outro problema para os que discordavam dessas manifestações: a questão de raça.
Elas foram muito criticadas por terem o objetivo de destruírem famílias e tradições, porém ainda hoje mulheres afirmam que o objetivo era apenas garantir uma vida mais igualitária e colocar fim á dominação masculina.


Simone de Beauvoir, grande feminista

Ao longo do tempo, muitas feministas famosas surgiram pelo mundo, mas uma merece um destaque em particular: Simone de Beauvoir (1908-1986).
Essa personagem marcou o universo feminino devido as suas frases, teorias e manifestações.
Famosa também por ter sido esposa de Jean Paul Sartre, acreditava que um homem não podia suprir seus desejos, por isso casou-se com mais alguns durante o seu relacionamento com Sartre.
Publicou um livro chamado “O Segundo Sexo” (1949) que viria a influenciar ainda mais os movimentos, provando que a situação da mulher na sociedade não passava de uma construção da sociedade patriarcal. O livro foi muito criticado, principalmente no meio literário, pois fora acusado de ridicularizar os homens e não ter um aprofundamento teórico por ter sido escrito por uma mulher.
Simone foi diferente de todas as mulheres de sua época porque rompeu com os padrões e, segundo suas leitoras, sua presença e escrita foram importantes para organizar o pensamento das mulheres que estavam dispersos, e contribuiu também para a concretização de suas trajetórias.

“A pessoa não nasce mulher, mas antes torna-se mulher.”

Acontecimentos marcantes:
Bra-Burning, protesto contra concursos de beleza
No 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Essa data tem origem devido a um acontecimento em 8 de março de 1857, onde mulheres de uma fábrica de tecido, localizada em Nova York, protestaram para melhores condições de trabalho, uma redução de carga horária e um salário justo.  Tal manifestação foi repreendida violentamente, trancando as mulheres na fábrica e incendiando-a logo depois.
A data foi concretizada apenas 100 anos depois, pela ONU (Organização das Nações Unidas), e tem como papel hoje não apenas uma lembrança às vítimas, mas promover debates, discussões e soluções para acabar com a discriminação da mulher na sociedade.

O Bra-Burning, também conhecido como Queima de Sutiãs, foi um protesto muito famoso ocorrido em 1968, feito por mulheres contra o concurso de Miss América, em Atlantic City.
Elas foram as ruas colocando sutiãs, maquiagens, laquês, saltos e outros utensílios para protestar o fato da mulher ter se tornado um objeto, um esquema comercial. A “queima” propriamente dita nunca aconteceu, porém influenciou diversos protestos contra a estética e a exploração da mulher.




quinta-feira, 16 de maio de 2013

O diário que contou segredos

O Diário de Anne Frank é algo que todos deveriam conhecer, pois não apenas encantou com as suas palavras, mas também mostrou ao mundo a crueldade do Holocausto.

Anne Frank, autora do diário
Annelies Marie Frank, judia, nasceu na Alemanha no ano de 1929. Quando pequena, já havia se mudado para a Holanda e por lá permaneceu durante toda a sua infância. Sua família era considerada de classe média-alta, pois viviam em um bairro nobre de Amsterdã e frequentavam locais considerados de elite.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e a ascensão de Hitler no poder, as perseguições aos homossexuais, deficientes, imigrantes, e sobretudo, judeus, começou a aumentar cada vez mais.
Anne e sua família percebiam a cada dia que passava que o perigo aumentava, pois todos seus conhecidos sabiam que eram judeus e onde moravam.
Em 1942, Otto Frank - pai de Anne - disse a família que teriam de pegar as suas coisas mais valiosas e se esconder, pois o perigo se aproximava. Com isso, Anne pegou apenas o que era importante para ela, inclusive o presente de natal que ganhará alguns dias antes: o diário.
A família e os amigos judeus do pai de Anne se esconderam no anexo que existia atrás do escritório de Otto, e a partir daí uma nova vida começava para todos.
Durante dois anos Anne e sua família viveram de angústias e medos. Passavam por sufocos diante da alimentação, que ao longo do tempo vinha apodrecendo, ou começando a ficar ausente, viviam os egoísmos uns dos outros, aprendiam a serem práticos com o que tinham. Todos os dias, ela e sua família precisavam ficar no máximo do silêncio para que não fossem escutados pela polícia que rondava a cidade a procura de judeus.
Todos os dias, Anne escrevia em seu diário as suas preocupações, suas felicidades, as novidades do chamado “Anexo Secreto”. Contava sobre as brigas que tinha com sua mãe Edith, da sua relação distante com a irmã Margot, da amizade amorosa com Peter, do seu amor pelo seu pai, e sobre detalhes de todos que viviam juntos. 
Entrada do Anexo Secreto, Otto Frank na imagem
O diário acaba no dia 4 de agosto de 1944, o que comprova que ela e sua família foram encontrados no Anexo, dedurados por pessoas que elas mesmas conheciam. Infelizmente, pouco se sabe sobre quem entregou-os e por qual motivo.
Anne Frank, a família e os amigos foram considerados criminosos e separados uns dos outros. Os homens foram expostos a trabalhos duros, sendo muitos deles levados a câmaras de gás. Todas as mulheres foram levadas para o campo Bergen-Belsen, onde a mãe Edith ficou para trás e morreu muito fraca, de inanição. O caminho continuava duro para os judeus e Anne e sua irmã ficaram juntas nos quartos aglomerados e faziam trabalhos forçados no campo de concentração. A irmã (Margot) ficou gravemente doente devido a uma doença que havia se espalhado pelo campo, o Tifo. A falta de higiene e a falta de alimentação era extrema, por isso acabou morrendo, e Anne alguns dias depois também.
O único sobrevivente foi Otto Frank, que após muitos anos de trabalhos forçados, conseguiu se recuperar e saiu a procura de sua família.
Ao achar o diário, Otto tentou publicá-lo diversas vezes, mas muitas tentativas foram negadas. Em 1947 conseguiu publicá-lo e com isso fez com que a história ganhasse prestígio e fosse um dos livros mais lidos no mundo inteiro, com tradução em quase todas as línguas.
Em Amsterdã fica a disposição de quem se interessa, a Casa de Anne Frank, contando detalhes de sua vida e relíquias encontradas do Anexo Secreto.

Ao ler o seu diário, nos envolvemos em cada dia que passa. Criamos uma amizade com a personagem e lemos o seu pensamento e os seus desejos.
Anne Frank queria ser jornalista e escritora. Em seu diário, embora nas primeiras páginas ela negue a todos sua leitura, ela promete que quando sair de lá irá terminar seu colégio e escrever livros para pessoas de todas as idades, tentando acima de tudo publicar o seu diário.
No final das contas, Anne conseguiu mesmo ser aquela pessoa que desejava, conseguiu até mais: se tornar parte da história.