quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Tatuando histórias

Tartaruga Maori, significa longevidade e família
Desde muito tempo, a arte de desenhar em corpos é presente na vida do ser humano. Há quem diga que as origens desses desenhos tenham se dado muitas vezes entre povos guerreiros, que voltavam de batalhas com cicatrizes marcando o rosto ou outra parte do corpo, e simbolizando então honra e coragem.
As primeiras vezes que as tatuagens foram vistas em formas de desenho, datam de 4000 a.C. no Egito, onde as múmias estudadas continham essas formas em seus membros. Além disso, na mesma época, povos maoris da Nova Zelândia e da Polinésia, traziam também desenhos em seus rostos, que eram introduzidos para rituais religiosos e simbolizavam a arte da guerra.
A simbologia maori até atualmente é muito escolhida entre os amantes dessa arte devido ao forte significado de alguns desenhos, entre eles a tartaruga maori, que representa família e longevidade, e também o dente de tubarão, que significa força e garra.
A arte corpórea começou a se difundir de tal forma que, nos registros atuais, não se sabe de um povo que não tenha feito uso de uma marca anexada ao seu corpo. A tatuagem começava a ter diversas finalidades, entre elas ritos religiosos, meios de se camuflar, marcação de escravos, prisioneiros, e também a divisão de grupos sociais.
Quando a tatuagem se expandiu para o Ocidente, deparou-se com a Idade Média, onde não foi bem aceita devido a Igreja e acabou entrando em declínio. Esta, proibia o ato de se tatuar, pois considerava que tatuados fossem criminosos, vândalos e má influência para os fiéis da religião.
Anos depois, o capitão James Cook (leia mais sobre o capitão dos mares em: http://lecroissantvoyageur.blogspot.com.br/2013/02/o-capitao-dos-mares_25.html) viajou até a Polinésia e segundo ele, os maoris chamavam “aqueles desenhos” de tatau. Então, o termo Tatto que utilizamos hoje vem dessa viagem e dessa descoberta.
Em 1891, uma boa notícia surgia para os então  futuros amantes dessa arte. A primeira máquina elétrica de tatuagem havia sido criada por Samuel O’Reilly, imigrante irlandês que se estabeleceu nos Estados Unidos e patenteou sua obra.
No Brasil, a presença de uma personalidade marcante fez aumentar a credibilidade do país em relação as tatuagens modernas. Knud Harald Lykke Gregersen, dinamarquês, mais conhecido como Lucky Tattoo, foi o primeiro tatuador profissional no Brasil e se estabeleceu em Santos fazendo história desse estigma no país.
 
O fato de usar sua pele como registro de ideias, valores, vaidade, ou pelo simples fato de ter uma parte de sua história marcada em você, incorpora o individualismo presente na sociedade, e então a  tatuagem passa a ser uma forma de expressão artística individual, contendo também mais cores, diversidades de desenhos e traços de escolha pessoal.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Segredos de O Rei Leão

Após assistir ao maravilhoso musical do Rei Leão, um marco da Broadway, (que estará em cartaz até dia 2 de março de 2014, no Teatro Renault, em São Paulo), resolvi procurar um pouco mais sobre o musical e o próprio longa de animação e compartilhar no blog.
O Rei Leão é um filme da Walt Disney Pictures, lançado em 1994 e sendo o trigésimo segundo filme animado da produção. Muitos sabem que teorias conspiratórias giram em torno de filmes da Disney, sendo com cenas implícitas ou influências marcantes de frases, imagens, livros, histórias. Nesse filme, não é diferente.

A sua produção demorou em média três anos, devido as suas complicadas animações e sendo também o começo de uma nova era digital em desenhos animados projetados em computador. Nessa época, a Disney também estava produzindo o filme Pocahontas (1995), acreditando que este traria mais sucesso e rentabilidade do que o filme dos felinos.
Para quem teve a infância rodeada por filmes como o Rei Leão, sabe  que animais, natureza e ritmo africano são os principais elementos da trama. Muitas cores e danças são apresentadas no filme, e ainda melhores representadas no musical.
Embora o filme não seja a cópia identica de outras histórias, nota-se uma grande influência de obras como Hamlet, Bambi, Kimba – o Leão Branco, e trechos da bíblia.
A curiosia história de Hamlet, Shakespeare, se repete de um modo bastante explícito, onde Scar (tio), mata Mufasa (Rei) para conseguir o trono. Após a destruição do reino, Simba (Hamlet) volta para matar o seu tio, Scar.
Outra semelhança curiosa pelo filme da Disney é com o mangá japonês (após transformado em anime) de Osamu Tezuka, chamado de Kimba – o Leão Branco, criado nos anos 60. Criticas e acusações de plagio foram lançadas diretamente para a produção, que teria copiado este desenho japonês de muito sucesso. As semelhanças entre o nome (Simba), e os animais que aparecem em ambas as historias, como hienas, babuínos sábios, leões malvados, pássaros, foram os principais elementos levados em conta para se criticar ferozmente a Walt Disney. Embora o seu criador de anime Osamu Tezuka reconheça a semelhança, confessou em entrevistas internacionais que estava lisonjeado de ter os seus desenhos representados pela Disney, e também que sempre se inspirou dessa marca para criar as suas obras.
A trilha sonora de Rei Leão também não pode ser deixada de lado. Elton John, Tim Rice e Hans Zimmer fazem um trabalho sensacional nesse filme, tendo concorrido ao Oscar, Globo de Ouro, Grammy, com seus sucessos “Can You Feel the Love Tonight”, “Hakuna Matata” e “Circle of Life”. Devido a isso, a trilha é a mais vendida na historia dos desenhos animados. Uma pequena curiosidade também para quem se interessa, em especial, pela música “Hakuna Matata”, esta frase significa “sem preocupações, sem problemas”, usada principalmente na região oriental da África e contendo um símbolo personalizado.
Como em muitos outros filmes animados, cenas remetem a imagens, frases históricas ou outras obras. No caso do Rei Leão, cenas como o exército de hienas de Scar, retomam a ideia de Adolph Hitler, ditador alemão durante a Segunda Guerra Mundial, e também frases ditas por Scar e Simba remetem a atores em premiações importantes, e ao próprio "Ser ou Não Ser" de Shakespeare.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Bienvenidos a Buenos Aires

A capital argentina é um importante polo econômico na América Latina e reúne monumentos grandiosos e inesquecíveis aos olhos de turistas e habitantes locais. Muito colorida, Buenos Aires permite uma intensa vivência em seus bairros e também que brasileiros exercitem o seu "portuñol" da melhor forma.

Como na maioria das grandes cidades, o centro é o lugar do badalo, onde tudo acontece. Manifestações, carros buzinando, pessoas com sacolas de compras, butiques de alfajores Havanna e bicicletas de todas as cores são os principais elementos do centro de Buenos Aires.
O Obelisco, ponto central das manifestações, está localizado entre as avenidas Corrientes e Nove de Julho, as principais da capital. Este é um dos monumentos mais visitados em todo o país, e faz parte das avenidas mais largas do mundo. Em seu entorno, há descrições políticas e sociais, contendo citações da primeira bandeira da Argentina a ser içada ou sobre o seu quarto centenário.
Entrando em uma das ruas direto do Obelisco, damos de cara com o Gabinete do Governo, ou também chamado de Casa Rosada devido a sua coloração, onde se localiza a Presidência da República. Sua cor rosada tem diferentes versões, entre elas a mistura de cores de dois partidos (branco e vermelho), ou pelo fato da tinta mais barata da época em que foi construída ter sido cor de rosa.
Casa Rosada, localizada no centro de Buenos Aires
Localizada em frente a Plaza de Mayo e ao lado de a Catedral Metropolitana, a Casa Rosada abriga também um museu que contém o mesmo nome, com retratos de presidentes famosos, ou personalidades marcantes na história da América Latina, como Getúlio Vargas, Salvador Allende, Che Guevara e Tiradentes.

Ao sul da cidade há Puerto Madero, que fica charmoso ao anoitecer devido a sua ponte em formato moderno. Com certeza é uma visita obrigatória a todos que passam por Buenos Aires. Este porto abrange um conjunto de restaurantes e bares de todos os tipos, e músicos e artistas que se juntam para tocar acordeão e dançar. Embora seja um porto com muitas histórias de complicações e problemas financeiros, a vista não é poluída com navios de carga e cheiros de fumaça. Atualmente é um dos bairros mais caros da capital e, para se chegar a Puerto Madero é necessário fazer uso do ônibus (111) ou do táxi, não havendo metrô perto do local.

Um dos lugares mais visitados na Argentina é o bairro de La Boca, onde podemos chegar facilmente de táxi, ou ônibus (29). Não há linha de metrô por estar distante do centro, e se localizar muito próxima ao porto.
Caminito, atração principal de turistas no bairro de La Boca
Conhecido acima de tudo pelas suas casinhas coloridas, La Boca foi centro de moradia para imigrantes italianos que construíam suas casas com restos de tintas de seus navios (que se localizavam no porto) e assim ficaram famosas.
El Caminito é o ponto principal do pequeno bairro, onde turistas tiram suas fotos e posam com dançarinos de Tango. Sua intensidade cultural e artística reúne a entrada principal para as outras casas, e para artistas de rua que caricaturam turistas e vendem suas mercadorias baratas.Shows ao vivo de Tango acontecem constantemente e diariamente em La Boca, em especial em pequenos restaurantes ao ar livre.
Não se pode esquecer do fanatismo argentino por futebol, criando assim nesse bairro uma das maiores rivalidades no futebol mundial, Boca Júniors e River Plate. O estádio do primeiro time está localizado em La Boca e pode também ser chamado de La Bombonera, estando em curiosa posição vertical e comparada a uma caixa de bombons.
Ao visitar La Boca recomenda-se que se concentre apenas no bairro em si, e no máximo no Estádio de La Bombonera, devido a constantes roubos e ruas desconhecidas.

Outra visita que não se pode deixar de lado é a livraria que, considerada pelo jornal The Guardian como a segunda livraria mais bonita do mundo, El Ateneo é um antigo teatro transformado em livraria e promete impressionar a todos que por lá entram. Livros de romances, de ficção, de culinária, de turismo, de profissões, de todos os tipos e para todas as pessoas estão guardados lá. Sua sua estrutura continua tão estonteante como quando sediava apresentações e coreografias, e ainda contém um pequeno café no qual leitores e amantes de livros podem se sentar e desfrutar do melhor café da capital e das tradicionais medialunas. A livraria se localiza na longa Avenida Santa Fé, no bairro de Recoleta, e pode facilmente passar desapercebida por estar escondida entre diversos monumentos históricos.
Livraria El Ateneo, muito conhecida e antigo Teatro da capital
Ainda no bairro nobre da Recoleta podemos encontrar outros pontos turísticos. Uma mistura entre antiguidade e modernidade nos acolhe, entre eles o Cemitério de Recoleta. Este é uma melancólica visita com túmulos gigantes e árvores ainda maiores que circulam todo o entorno do cemitério. Personalidades importantes (em especial nacionais) como Nicolás Avellaneda, Celman e Pellegrini, todos eles ex-presidentes argentinos, estão enterrados neste local e recebem visitas constantes de habitantes locais, ou mundiais.


Outro bairro que merece ser visitado é o bairro de Palermo, conhecido por ter áreas verdes e floridas, é um ponto ideal para turistas que querem relaxar e curtir um pouco da natureza argentina. O Jardim Japonês, construído pelo governo argentino para receber o atual imperador do Japão Akihito, é um local sossegado com estruturas orientais muito impactantes. Embora seja um parque público, a entrada custa em torno de 24 pesos (aproximadamente 9 reais) e oferece oficinas culturais e venda de artigos japoneses em suas lojas personalizadas. O que atrai muitos turistas são os exemplares de descendentes das plantas que sobreviveram ao ataque de Hiroshima, em 1945, ou a Campainha da Paz Mundial.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Jornais nossos de cada dia

Embora muitos rumores são espalhados sobre o futuro do impresso, é importante perceber que ele tem se adaptado as novas plataformas digitais e aprendido a lidar com as redes sociais, tornando o seu conteúdo online e acessível em qualquer tecnologia. Por isso, separei aqui alguns dos jornais mais influentes do mundo, para que tenhamos ideia do quão importante e impactante estes são na história do jornalismo atual e no dia a dia de cada um.


FOLHA DE SÃO PAULO
A Folha de São Paulo é um dos jornais mais influentes do Brasil, contando com diversos exemplares sendo publicados diariamente. Esse veículo de comunicação tão lido por todos os brasileiros, já passou por diversos nomes até chegar ao seu original.
Em 1921 um grupo de jornalistas cria um jornal chamado "Folha da Noite" que circulava durante a tarde e noticiava eventos cotidianos da cidade de São Paulo. Bem sucedidos e com grandes esperanças, criaram então a edição matutina do jornal, nomeada de "Folha da Manhã". Alguns anos mais tarde, em 1949 criou-se então a "Folha da Tarde", que atualmente é substituído pelo nome de Agora São Paulo, jornal muito popular vendido diariamente.
O foco desse grupo era fazer críticas sociais e políticas, em especial do governo de Getúlio Vargas, e foi ganhando espaço nas camadas de classe média do Brasil, dando enfoque a temas muito pouco explorados como esportes, educação e economia.
Essas três "Folhas" se juntaram, e deram origem a tão famosa Folha de São Paulo que chega a nossas portas e tem o seu conteúdo atualizado todas as manhãs.

CORRIERE DELLA SERA
Impresso direto da cidade de Milão, na Itália, o jornal Corriere Della Sera, foi fundado em 1876 pelo político e jornalista Eugenio Viollier. Com intenções de atender o público de classe alta, o fundador acabou por criar um dos jornais que viria a ser o mais lido e com o maior número de publicações em todo o território italiano.
Seu sucessor passou a dar ênfase ao jornal tornando-o múltiplo de conteúdos, e ingressando com a fotografia em suas primeiras páginas, como o resto dos jornais da Europa.
Personagens importantes foram colunistas do Corriere Della Sera, como por exemplo Italo Calvino (escritor), Eugenio Montale (jornalista), entre outros.

LE MONDE 
Le Monde ou Le Monde Diplomatique, é um jornal diferente dos outros porque é publicado mensalmente, e não diariamente. Foi criado em 1844 e tinha como público alvo apenas diplomáticos e profissionais nesse ramo, que adotavam posições políticas que moldariam o estilo do jornal.
Os textos pesados e as informações complexas, limitam os seus leitores e mantém sempre uma postura conservadora e tradicional.
A partir da década de 70, o jornal adotou uma opinião crítica em relação ao neoliberalismo, porém se mantinha neutro diante da Guerra Fria em andamento.
É um dos jornais mais lidos e respeitados no mundo.

EL PAÍS
Jornal de maior tiragem da Espanha, foi criado no ano de 1976 quando o país se encontrava em um período instável devido a morte do general Francisco Franco. Foi pioneiro ao preencher os noticiários democratas, que se encontravam em transe desde então.
Seus contéudos contam com notícias regionais, em especial de Madrid, nacionais e internacionais sobre economia, cultura e política.

DER SPIEGEL
Seu primeiro nome "Diese Woche", surgiu em 1946 quando a Alemanha ainda se encontrava sobre domínio dos Aliados após a Segunda Guerra, em especial dos britânicos.
Com formentadas discussões sobre o veículo, o Diese Woche passou para as mãos de um alemão que o intitulou de "Der Spiegel", em 1947 e assim é nomeado desde então.
Suas publicações semanais chegaram a um milhão quando o muro de Berlim foi derrubado, o que contou para o reconhecimento da marca do jornal pelo mundo inteiro.
O Der Spiegel conta com um conteúdo online (política, cultura, carreira, educação) e televisivo muito influente em todos os países europeus.

THE GUARDIAN
Colorido, o periódico britânico tem seu nome conhecido de duas maneiras: The Guardian ou The Manchester Guardian. De segunda a sábado os ingleses e pessoas de todo o mundo se afogam nas leituras do jornal, que conta com economia, turismo, cultura, esporte, existente desde 1821.
Com diversos prêmios em sua história, o The Guardian mantém um conteúdo online com muitas visualizações diárias e manteve relações com fenônemos ciberculturais como Wikileaks, de Julian Assange.

EL CLARÍN
O jornal El Clarín é o mais procurado e lido da Argentina, e faz parte dos mais influentes da América Latina com sua sede principal localizada em Buenos Aires.
Com origem em 1945, El Clarín era apoiado pelas empresas alemãs e por ideais nazistas durante toda a sua formação. A família Noble, donos do jornal, apoiavam a Ditadura Argentina (1976-1983) e usavam do ditador para que este pudesse auxiliar no extermínio de jornais concorrentes.
El Clarín é um dos maiores opositores ao governo atual, Cristina Kirchner.

THE NEW YORK TIMES
Sem dúvidas, esse é o jornal mais influente do mundo. Primeiro pelo fato de ele ser dos Estados Unidos, potência (ou não) mundial e depois por ser lido em mais de 160 países.
Fundado em 1851 pelos americanos Henry Raymond e George Jones, começou a fazer sucesso a partir das coberturas da  Guerra Civil Americana, e por publicar seus conteúdos diariamente, e não apenas de segunda a sábado como muitos outros jornais europeus tinham o costume de fazer.
O The New York Times foi o primeiro a noticiar o naufrágio do Titanic, em 1912, e também teve um papel fundamental na Guerra do Vietnã.
Por isso e muitos outros furos de reportagens, o periódico ganhou diversos prêmios Pullitzer (mais importante do Jornalismo) com reportagens, videos e fotos de momentos importantes que marcaram a história.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Nazca, um segredo entre linhas

Localizadas no Sul do Peru, as Linhas de Nazca são uma atração muito mais do que turística. Essas formas geométricas de centenas de metros gravadas no chão vermelho, carregam consigo um mistério que até hoje não fica esclarecido.
O clima seco, a ausência de chuvas e os ventos preservaram as linhas e alguns outros sítios arqueológicos localizados na região, como Cahuachi, capital Nazca.
O povo Nazca, que leva o seu nome devido a cidade, viveu entre 300 AC e 800 DC. Eles tem a sua fama devido a essa magnífico mistério, porém também eram habilidosos ao representar cerâmicas zoomórficas (típico da cultura peruana) e criar conduções de água, aquedutos, subterrâneos.


"Aranha", um dos desenhos de Nazca
Pouco se sabendo sobre essas figuras, as teorias são as mais diversas. Entre eles, destacam-se o fato de as linhas representarem o calendário peruano, pois estas seguem segmentos astrológicos. Outra teoria seria sobre mitos religiosos, envolvendo deuses e o povo Nazca. A última, e mais polêmica teoria, é a dos alienígenas. Muitos acreditam que essas figuras gravadas no chão poderiam ser um sinalizador, um "aeroporto" para seres de outros planetas. As perguntas são muitas, e as dúvidas mais ainda.
Provavelmente as várias dúvidas que existam hoje tenham sido criadas por aqueles que não conseguem acreditar que um povo tão primitivo como os Nazca, que viveram antes dos Incas, conseguissem projetar algo tão complexo, com ausência da tecnologia.


O "Macaco" faz parte das linhas misteriosas
Para vê-las melhor, é necessário que os turistas/habitantes façam uso do pequeno avião. Vendo as linhas de cima, conseguimos ter uma ideia mais clara da dimensão dessas figuras (aproximadamente 100 metros cada), e do impacto que elas tem na cultura peruana. Há uma aranha, um macaco, um beija flor, um cachorro. É uma mistura de animais, humanos e figuras não bem definidas que maravilham os olhos há 300 metros de altura.

A cidade de Nazca, pode também ser chamada de Pampa Colorada, e conta com aproximandamente 30.000 habitantes atualmente, vivendo sobretudo do turismo e da curiosidade de turistas e estudiosos.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Tradição dentro e fora de campo

As violentas pisadas no chão, os tapas fortes e a língua a mostra são só um pouco do que o Haka representa. O Haka, ou também chamado de Ka Mate, famoso por ser dançado no início de todos os jogos de Rugby da Seleção da Nova Zelândia (All Blacks)e pelo seu caráter intimidador, tem uma origem do povo Maori, originários da Nova Zelândia. Esse povo tinha como tradição dançar para darem as boas vindas aos visitantes e para festejarem uma data de suma importância.

Diferente de muitos outros povos colonizados, os Maoris conseguiram negociar com os seus colonizadores, no caso os ingleses. Através do Tratado de Waitangi os Maoris conseguiram permanecer donos de suas terras e manter a  sua cultura, porém aceitando o governo inglês quando se tratava de lucro e negócios.
As palavras e os gestos descrevem ancestrais e histórias da tribo, que passaram de geração para geração. A dança Haka traz consigo raça, masculinidade e acima de tudo paixão.
É interessante desatacar também que essa era uma dança  que tinha que ser mostrada de frente para mulheres, assim os homens da tribo provariam a sua masculinidade e conquistariam as mulheres.

No Rugby, os All Blacks dançam ao início dos jogos para manter uma tradição que tem um significado muito forte dentro e fora de campo. A dança é comandada pelo jogador mais velho da Seleção, e com o silêncio do estádio e a barreira que o time adversário forma, acaba gerando uma ambiência de mais competitividade e de tradição.

Letra e tradução do Haka, Ka Mate:



Ringa pakia!Coloquem as mãos contra as coxas!
Uma tiraha!Estufem o peito!
Turi whatia!Dobrem os joelhos!
Hope whai ake!Façam o mesmo com o quadril!
Waewae takahia kia kino!Batam os pés o mais forte que puderem!

Ka mate, ka mateÉ a morte, é a morte!

Ka oraÉ a vida! (ou "Eu vivo!")

Ka mate, ka mateÉ a morte, é a morte!

Ka oraÉ a vida!

Tēnei te tangata pūhuruhuruEste é o homem peludo...
Nāna i tiki mai whakawhiti te rā...Que fez com que o sol brilhasse novamente para mim
Upane...UpaneSuba a escada, suba a escada
Upane Kaupane"Suba até o topo
Whiti te rā,!O sol brilha!



sábado, 5 de outubro de 2013

As bicicletas de Belleville

O longa produzido pelo frances Sylvian Chomet, inaugurado em 2003, não é um longa de animação parecido com tantos outros. As Bicicletas de Belleville, ou Les Tripplettes de Belleville, apresenta personagens desproporcionais, uma narrativa tensa e significados implícitos durante todos os seus 82 minutos.
Embora em sua sinopse o gênero seja apresentado como comédia, o seu humor está em extinção, dando mais ênfase ao drama e a tragédia.
Assim como em muitos outros curtas e longas franceses, não há um diálogo que decorre os minutos de filme. Apenas algumas palavras são trocadas entre os personagens, sendo assim mais enfatizada a questão das imagens e das mensagens escondidas.


A trama começa com um flash-back de tempos antigos de Hollywood, com os americanos estereotipados e pessoas da máfia ouvindo três mulheres cantando em um cabaré.
Logo depois, a historia troca de lado, e fala sobre um menino depressivo chamado Champion, que perdeu os pais, ainda muito jovem, e mora com sua avó (Madame Souza). A velhinha tenta de tudo para animar o garoto, dando-lhe até mesmo um cachorro (Bruno), que vem a ser um dos personagens principais do filme. Nada funciona, até que uma bicicleta muda a vida do menino. O filme passa em questão de segundos para anos depois, e mostra Champion treinando para o Tour de France, competição muito popular que acontece anualmente na França.
O que coloca êxtase no filme é quando o menino acaba sendo raptado por “vilões sequestradores de ciclistas”, vindos da megalópole de Belleville.
Madame Souza e o cachorro Bruno atravessam um oceano de chuva e tempestade, e chega a tal da cidade grande para resgatar o seu neto. É Interessante perceber que ao chegar na cidade, a aglomeração dos prédios faz uma referência direta a apresentação inicial da Disney, com o castelo e fogos de artifício atrás.
A megalópole que se mostra claustrofóbica, não é representada em tons de cinza como na maioria das vezes, mas sim em tons amarelados, para mostrar que a cidade está em meio ao consumo incessante e a industrialização.
Ao chegar lá, Madame Souza conhece as três cantoras que aparecem cantando no cabaré Hollywoodiano no início do filme - o título do filme pode ter uma dupla interpretação, chamado de Trippletes devido ao trio cantor, ou as bicicletas que rodeiam o longa - e começa então uma jornada em busca do neto Champion e dos vilões.
O filme termina com Champion assistindo televisão, sempre com a mesma expressão depressiva e com objetos representativos espalhados por toda a sala.

O filme mostra acima de tudo uma crítica social a sociedade de consumo e ao apego material de muitos, em especial de moradores de cidades grandes como Belleville. Alem disso, há também uma outra crítica presente na questão da obesidade, pois aqueles que não têm uma atividade constante como Champion e as cantoras, são representados como obesos e vegetativos.
Embora a trama seja complexa e confusa, ela nos traz uma originalidade e marca a vida de amantes da sétima arte fazendo-os mergulhar em um mundo bizarro e adotar um carinho pelos personagens. Esse filme é inesquecível, e é preciso assisti-lo no mínimo três vezes para conseguir entender alguns detalhes que passam despercebidos.


O longa metragem de animação concorreu ao Oscar de Melhor Animação em 2004, e teve um orçamento aproximado de 8 milhões de dólares. A trilha sonora foi composta pelo canadense Benoit Charest, originário do Quebec.