terça-feira, 5 de maio de 2015

Meus 7 DJs

Ao som de muita música eletrônica e ainda na pegada da Tomorrowland, decidi desviar um pouco o assunto de viagens e ranquear os meus DJs favoritos.
Com muita dificuldade e depois de ter pensado (e escutado) muito, listo aqui o meu TOP 7, com algumas músicas e informações para vocês.

7. Martin Garrix

Super novinho (18 anos!), conseguiu conquistar rádios e pistas do mundo inteiro com seus sets remixados que não deixam ninguém parado. Nascido em Amsterdã, na Holanda, Garrix se apaixonou pela eletrônica ao assistir um show de Tiësto, na abertura dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Ao longo dos anos, Garrix conseguiu manter sua fama de DJ tocando em eventos, e conquistou sucesso mundial com seu single "Animals", lançado em 2013.
Tornou-se o DJ mais novo a alcançar o Beatport - site de compra de música online do gênero de música eletrônica - e hoje faz parceria com outros compositores renomados, além de sucessos internacionais como "Wizard", "Turn Up the Speakers", "Tremor" e "Virus".



6. Tiësto

O mais velho da nossa lista é ele, o holandês Tijs Michiel Verwest, ou Tiësto, como é conhecido. Com 46 anos, o DJ está em atividade desde 1985 e agita baladas e festivais de todos os continentes, até hoje.
Os seus gêneros musicais são variados e podem ser resumidos em eletrônica, trance, trance progressivo - versão mais calma e lenta do trance normal - dance e house. Tiësto foi considerado o melhor DJ do mundo três vezes consecutivas pela DJ Magazine (2002, 2003 e 2004), ou também chamada de Djmag, revista mensal do Reino Unido que elege os melhores compositores e singles (djmag.com). Ademais, Tiësto ganhou títulos como Dance Music Award Germany Best Trance Artist, World Dancestar Award U.S.A. Best International DJ e IDMA award for Best Global DJ, mostrando o seu reconhecimento mundo afora.



5. David Guetta 

Com uma pegada mais pop do que a maioria, Guetta não podia deixar de aparecer nessa lista. Nascido na França em 1967, tem título de compositor, produtor e DJ, além de parcerias com grandes nomes da música contemporânea como Rihanna, Flo Rida, Sebastian Ingrosso, Nicki Minaj, Ariana Grande, Avicii, Ne-Yo, entre muitos outros.
Uma pequena curiosidade para os fãs: o francês já remixava e organizava festas em seu porão aos 14 anos de idade, e desde então domina os primeiros lugares de rádios, listas e nominações.
Seu primeiro hit foi "The World Is Mine", em 2005, seguido de músicas que viriam a ser sucesso como "Love is Gone", "Dangerous", "Play Hard", "She Wolf", "Memories", "Lovers On The Sun". Indicado a alguns prêmios importantes da música como Grammy Awards, venceu duas vezes "Gravações Remixadas", com os singles "Revolver" e "Sunshine" (a última, sendo parceria com Avicii).



4. Armin Van Buuren

Eleito pela Djmag o número 1 cinco vezes consecutivas, Armin Van Buuren é considerado um dos melhores DJs e produtores musicais. Nascido na Holanda, mais especificamente em Leiden, o DJ tem alguns apelidos que merecem destaque: Amsterdance, Gaia, E=mc².
Sua fama se dá não apenas pelas suas músicas e remixes famosérrimos como "In and Out of Love", "This Is What It Feels Like", mas também pelo seu programa semanal de rádio chamado A State of Trance (enter.astateoftrance.com), lançado em 2001 e com milhares de ouvintes.



3. Afrojack

O Top 3 é sempre o mais difícil de eleger, mas vamos lá. A minha escolha para o terceiro lugar foi Afrojack, ou Nick van de Wall para os super íntimos. Holandês, 27 anos de idade e em atividade desde 2006, chama a atenção pelos seus diversos remixes e participações especiais em singles como "Give me Everything", "Hey Mama" e "Turn Up The Speakers".
Embora tenha encarado algumas críticas com seu novo álbum "Forget the World", o DJ é uma ótima pedida aos amantes de música eletrônica, uma vez que "Ten Feet Tall", "Illuminate", "The Spark" não param de tocar.



2. Avicii

Tim Bergling ou Avicii, é um DJ sueco muito renomado que ao longo de sua carreira fez parcerias fortíssimas com artistas do mundo musical. Seus hits - assim como David Guetta - tem uma tendência a aparecer com mais frequência em rádios e clipes de televisão, uma vez que tem um estilo mais "leve" e personalizado.
Fortemente influenciado por Tiësto, David Guetta e Sebastian Ingrosso, o DJ sueco produziu sucessos como "Wake Me Up", "The Days", "The Nights", "Levels", "Hey Brother", que se tornaram músicas essenciais em baladas e shows do mundo inteiro.


1. Hardwell

A minha primeira posição vai para Hardwell, o meu ponto fraquíssimo da música eletrônica atual.  Com 27 anos de idade, nascido em Breda, Holanda, Hardwell é atualmente o DJ número 1 nomenado pela DJ Magazine, Djmag.
Dono de sua própria gravadora, Revealed Recordings, o holandês é produtor musical de trance progressivo e electro house. Embora os seus sucessos remixados sejam variados, existem músicas que se destacam no cenário internacional como "Call Me a Spaceman", "Apollo", "Dare You", "Never Say Goodbye", "Young Again".



segunda-feira, 9 de março de 2015

Honfleur - um charme de cidade!

Em meio as minhas férias compostas por cidades grandes com imensas arquiteturas, fiz um pequeno break para visitar a charmosa Honfleur, no norte da França, mais precisamente há 197 km e mais precisamente ainda, há 2 horas e 2 minutos de Paris. Com cerca de 8 mil habitantes, Honfleur pertence a região da Normandia (famosa entre os franceses pela sua constante chuva), e abriga consigo uma misto de história, arte e representação religiosa. Por mais que não seja muito grande, a cidade consegue satisfazer muitos gostos, e por isso vê-se com facilidade casais jovens, mais velhos, famílias ou viajantes individuais.
Ao andar pelo centro, é possível avistar de primeira o mais famoso ponto turístico: Le Vieux Bassin, o porto de Honfleur. Rodeado por casas coloridas com janelas de todos os tamanhos, os turistas que visitam Honfleur tem uma selfie obrigatória neste local. 


Le Vieux Bassin, porto de Honfleur

Existem (pequenos) caminhos alternativos para se andar pela cidade, e nesses caminhos damos de cara com antigos casarões – típicos da época medieval – construídos a base de pedra e madeira, muitos deles transformados, hoje em dia, em museus. As ruelas parecem ter visto gerações de pintores como Gustave Coubert (1819-1877, pintor francês que tinha suas obras baseadas em cenas camponesas; famoso pelo quadro "A Origem do Mundo") e Claude Monet (1840-1926, um dos pioneiros do movimento impressionista; conhecido por uma de suas muitas obras, "A Ponte Japonesa"). 
Honfleur é, muitas vezes, ponto de partida para quem deseja descobrir a Normandia, e por isso a pequena cidade é estruturada para receber turistas. Com lojas e mais lojas em suas estreitíssimas ruas, há diversos restaurantes típicos e creperias de dar água na boca. Com muitas boutiques espalhadas, a maioria vende produtos artesanais como queijos ou Calvados - bebida alcóolica à base de maçã, tipicamente normanda -  e também pequenas lembrancinhas feitas à mão. Vale lembrar que estamos na França, então galerias de artes clássicas e contemporâneas sempre estão presentes, sejam pequenas ou grandes.

Interior da Église Sainte Catherine, Honfleur

Além de oferecer muito para ver, comer e beber, Honfleur também é rica quando se trata de locais para visitar. Desde a Église Saint Catherine (Igreja de Santa Catherine), emblemática arquitetura feita de madeira, nos fazendo voltar no tempo quando a visitamos por dentro, até o Museu de Eugène Bodin*, com pinturas típicas da região, da autoria de artistas franceses.
*Eugène Bodin (1824-1898) – Nascido em Honfleur, foi um dos precursores do impressionismo e hoje tem seu nome gravado de maneira histórica na cidade. Suas obras representam bem o que é o Norte da França, como “Praia em Trouville” e “A entrada do porto em Dieppe”. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Entre tapas e turismo


A capital espanhola é um misto de vibrante, de moderno, de antigo, de cultura, de agitação. Diversas palavras podem definir Madri mas, na minha opinião, uma consegue resumir melhor: majestosa.
Bem estruturada para receber pessoas do mundo inteiro, é uma ótima opção para quem busca conhecer a cultura típica espanhola, comer tapas (aperitivos servidos em bares) e bailar mucho. Sede de muitos museus, teatros e universidades, Madri dá as boas vindas a todos que chegam para descobri-lá. 
Palácio Real, Madri
Madri é uma cidade muito grande, e muitas vezes existem atrações que não são muito divulgadas em roteiros e revistas de viagens, mas que merecem nossa atenção e um pequeno espaço no roteiro, como o primeiro restaurante do mundo (Botín) ou o Teatro Espanhol. Listo abaixo alguns dos pontos turísticos que visitei no (frio) mês de janeiro.

Puerta de Alcalá – Situada na Plaza de la Independência, a Puerta de Alcalá parece mais um ponto central, sendo considerado o cartão postal da cidade.

Parque do Bom Retiro – Sou suspeita para falar desse local, porque foi o meu favorito. O parque começa e termina bem, é grandioso, tem espaço, é uma mistura de monumentos, natureza, lazer e descontração. Dentro dele, obras turísticas como o Palácio de Cristal e a Fonte do Anjo Caído. Ponto de encontro de milhares de skatistas, professores de yoga, jovens, atletas, o parque conta com jardins maravilhosamente lindos e bem cuidados.

Parque do Bom Retiro, Madri

Museu do Prado – Com obras de Velázquez e Goya, o Museu do Prado é uma atração imperdível. Se escolher visitar o local, vá com calma, pois cada ala compõe muitas pinturas, esculturas, desenhos de diferentes artistas. Uma pequena dica: Aos domingos, das 17h ás 19h a entrada é gratuita.

Plaza Mayor – Com muita história, essa é a praça principal da capital espanhola. Em sua volta, pequenos restaurantes e lojinhas de souvenirs recebem os turistas e moradores a qualquer hora do dia. 

Palácio Real – Por muitos anos sendo residência oficial da família real espanhola, o palácio reflete o luxo da época em seu exterior, e é uma das maiores e mais belas atrações da cidade. 

Plaza de Toros – Próximo ao metrô Las Ventas, a temporada das touradas tem início no mês de março e se prolonga até o mês de outubro, com shows em alguns dias da semana. Dica aos mochileiros que não querem gastar dinheiro com táxi, metrô, ônibus: se escolher ir até a Plaza de Toros, prepare as suas pernas para andar (muito).

El Oso y El Madroño – Localizado no centro, é o símbolo da capital. Próximo a ele também temos o Marco Zero, onde milhares de turistas pisam todos os dias para desejar um dia retornar a Madri.

Mercado de San Miguel – Aqui estão reunidos diversos mix de sabores, como queijos, jámons, salames, sangrias, churros, amêndoas, vinhos. O movimento é intenso durante todos os dias, especialmente aos domingos, porém vale lembrar que a proposta gourmet deles tem um preço salgado. Eu e minhas duas companheiras de viagem passamos por uma pequena experiência que gostaria de revelar aqui: quando avistamos o espaço japonês, com milhares de sushis, sashimis, naguiris, corremos para lá. A nossa felicidade estava no auge quando vimos que todas aquelas delícias em uma caixinha eram apenas 1 euro, e já estávamos tirando de nossos bolsos as moedas, e... Não. Não era 1 euro a caixinha inteira, mas sim, 1 euro por sushi. Doce ilusão a nossa. Então, venham preparados para comer bem e pagar bastante. 

Vitrine do Mercado de San Miguel
A capital representa bem o que a parte latina europeia oferece, então aos amantes de cultura, gastronomia e aventuras, Madri não pode deixar de estar na lista da próxima viagem.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Um pouco do mundo em melodias

Do rock ao punk, do flamenco ao tango, do cigano ao folk, a banda Gogol Bordello é um típico exemplo que não ganhou um espaço midiático tão grande, tornando-se menos famosa e um pouco mais "esquecida" nas rádios que ouvimos cotidianamente. Mas isso não a torna menos especial, muito menos pouco fabulosa.

Gogol Bordello existe desde 1999, originada em Nova Iorque, onde dez pessoas de etnias totalmente diferentes se juntaram e se lançaram no mundo da música. Entre os dez integrantes, apenas duas têm a mesma nacionalidade russa, sendo os outros pertencentes a Ucrânia, Israel, Etiopia, Trindade, Estados Unidos, China, Escócia, Equador. Uma explosão de nacionalidades.
Um fator importante a ser destacado e que é notado ao se ouvir pela primeira vez uma única música de Gogol Bordello, é que não apenas os integrantes da banda são de um pequeno pedaço de cada parte do mundo, mas também as músicas. Em "Malandrino" e "Pala Tute", os instrumentos e a linguagem italiana brilham; em "Not a Crime", um punk rock irlandês misturado com uma sequência de música do leste europeu tomam conta da cena; a canção "Dip Deep Enough" se inicia com um ritmo espanhol, acompanhado minutos depois de um ritmo mais voltado ao rock americano.

Cada um com sua garrafa de vinho na mão, a banda de punk cigano não deixa ninguém parado em seus shows. Todos os integrantes passam a sensação de que está sendo prazeroso tocar os diversos instrumentos, e se esforçam para que seja ainda mais prezeroso para os ouvidos dos fãs da banda multiétnica. Além disso, uma performance teatral e a dança de rua se destacam para harmonizar ainda mais o ambiente da apresentação.
O vocalista Eugene Hutz, incansavelmente genial, convoca em muitas de suas músicas a situação imigrante de pessoas, trazendo uma crítica social, além de ter vivido ele próprio muitos períodos dessa maneira. Ao assistir alguns clipes da banda como "Wonderlust King"e "Immigraniada", esses elementos se sobressaem de maneira enfática, através de imagens. Vale notar  também que o Brasil é uma grande inspiração em suas canções, trazendo ritmos como o maracatú, baile funk, forró, samba, e ganhando uma canção especial denominada "My Companjera". Alguns membros da banda moraram em diferentes partes do Brasil, o que explica as características brasileiras, e a recepção calorosa que a banda recebe quando faz shows por aqui.

Ao todo, Gogol Bordello conta com seis álbuns: (1999) VoiLa Intruder - (2002) Multi Contra Culti VS Irony, (2005) Gypsy Punks: Underdog World Strike - (2007) Super Taranta! - (2010) Trans-Continental Hustle - (2013) Pura Vida Conspiracy. Todos eles apresentam uma característica em comum que é o fato de querermos correr para conhecer o mundo.

Gosto musical não se discute, mas para os fãs (que nem eu) de Gogol Bordello, podemos concordar que é mais que uma banda. É um movimento artístico e cultural que traz á tona não apenas a arte corporal, vocal, mas também uma apuração bem feita dos ritmos culturais do mundo inteiro. Abaixo, uma misutra confusa, sensacional e explosiva que define Gogol Bordello e o seu sucesso:




quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Sobre duas rodas

As bicicletas são um meio de transporte que fazem parte do nosso cotidiano, não raro de serem encontradas nas ruas, nos parques, em ciclovias, além de haver uma modalidade específica para quem a pratica, que é o ciclismo. Mas dificilmente nos vem a mente parar para pensar de onde vem esse objeto tão personalizado, único e que está presente no mundo há muitas gerações. Existem diversas teorias sobre a história da evolução da bicicleta, ou a famosa Magrela, como é chamada por muitos.
Para dar início a história, alguns nomes precisam ser colocados em ênfase, como é o caso de Leonardo da Vinci, Conde de Civrac, Barão de Von Drais, Pierre Michaux, James Starley. Vale lembrar também que meios de transporte diferentes como bicicletas, eram alvo de comentários em grandes exposições que aconteciam em toda a Europa e nos Estados Unidos, e estes comentários se expandiam de uma maneira veloz, facilitando o conhecimento a respeito do objeto.

O primeiro surgimento de um objeto semelhante ao da bicicleta, foi no ano de 1490, desenhado por Leonardo da Vinci (1452-1519). Muito antes do artista ter feito o desenho, já haviam registros de objetos que continham duas rodas, porém nada foi comprovado e esses documentos ficaram perdidos na história.

Sem muitas teorias desenvolvidas a respeito do transporte, o ano de 1791 se mostrou favorável ao Conde de Civrac, que criaria uma obra que daria início a um modelo utilizado até os dias atuais.
Civrac batizou a sua obra prima de “Celerífero”. Essa obra contava com duas rodas, uma atrás da outra, e um pequeno banco para que o passageiro pudesse sentar no objeto de madeira. Devido o seu pioneirismo, o celerífero era pesado e rígido, proporcionando ao passageiro uma possibilidade de queda quase que certa.
Anos mais tarde, em 1810, um tal de Barão de Von Drais, instalou no celerífero um sistema que auxiliaria no equilíbrio ao estar sentado no selim (banco), e também ao frear o objeto de duas rodas. Todo esse esforço era feito com os pés, estes que seriam apoiados por pedais anos depois. Em 1818, o Barão patenteou a obra, ganhando um reconhecimento pela Europa e aos poucos, pelo mundo afora.

Para seguir a linha do tempo, um francês chamado Pierre Michaux, criou o que seria o mais próximo do nosso modelo atual: o Velocípede. Após alguns testes em sua oficina, Pierre notou que o meio de transporte não contava com um sistema desenvolvido de auto controle pelo passageiro, e que cansava-se facilmente ao subir em cima da bicicleta. Criou então o pedal, elemento que nos parece tão indispensável quando andamos hoje em dia. O crédito foi disputado com outro francês denominado Pierre Lallement, este que teria c
riado objetos complementares semelhantes anos antes, porém não muito divulgado.

Bicicleta no século XIX
A bicicleta mudou o seu visual em meio a seu desenvolvimento. Começando com uma estética semelhante ao que conhecemos hoje, um inglês chamado James Starley, apaixonado por máquinas e velharias, decidiu modificar a aparência do objeto. Essa, se destacava por ter uma roda gigante na frente, e uma muito pequena atrás, e devido a isso o passageiro ganhava mais velocidade a cada pedalada que dava. Esse modelo se mostra presente em muitos filmes antigos que podemos resgatar em cinematecas, ou até mesmo na internet.  Porém, a bicicleta não demorou até voltar ao seu modelo antigo, este que fora modernizado com o passar do tempo por especialistas da área. 

Com a Primeira e Segunda Guerra na Europa, e com o automóvel já instalado no mundo, a bicicleta volta a ganhar um espaço fundamental nessa época. O uso desse meio de transporte passa a ser planejado, para que não haja custos com os automóveis, já que a Europa estava em uma fase de crise devido aos gastos com as guerras. Todas as reduções de custos e uso apropriado do espaço passam a ser motivo para utilizar a Magrela.
Vale notar que nessa época também se ampliaram competições famosas, expandindo o Ciclismo para além da Europa. O Tour de France não surgiu nessa época, tendo a sua primeira edição em 1903, partindo de Paris, onde apenas 15 ciclistas se inscreveram.  

Ao longo da história do mundo, a bicicleta contou com um papel fundamental não apenas para o meio de transporte, mas também para o Mountain Bike (anos 50), para movimentos ecológicos nos Estados Unidos (anos 60), fábricas especializados no Oriente (China, Japão, Taiwan), Bicicletas Comunitárias na Holanda (anos 70), surgimento do modelo BMX, o sonho de consumo de muitas crianças americanas (anos 70), Bicicletas Dobráveis (anos 2000), entre muitos outros acontecimentos memoráveis para a história do mundo.  

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain


Ao som da trilha sonora de Yann Tiersen, me senti estimulada a escrever uma resenha a respeito do meu filme preferido: O Fabuloso destino de Amélie Poulain.
O filme foi lançado em 2001, originário da França e recebeu cinco indicações ao Oscar (Melhor filme estrangeiro, Melhor direção de arte, Melhor fotografia, Melhor som e Melhor roteiro original). Além disso, recebeu também indicações do Globo de Ouro e venceu dois prêmios do BAFTA (Academia Britânica de Artes de Cinema e Televisão).
O filme pode ser classificado como uma comédia romântica, porém apresenta traços visíveis de fantasia, típicas do diretor Jean-Pierre Jeunet. Este, famoso por ter dirigido filmes sombrios como Delicatessen (1991) e La Cité des Enfants Perdus (1995), recebeu diversas nominações importantes se tratando de cinema.


O enredo traz uma história comum, porém bela. O começo da trama se dá com o narrador enfocando questões pequenas, detalhes que ao desenrolar do filme, se mostram essenciais e personalizam o filme de maneira única. Amélie Poulain (atuação brilhante de Audrey Tautou) é uma menina que, devido a um problema de saúde, teve uma infância restrita em relação ao convívio social. O narrador destaca detalhes de como a mãe tem espamos constantes devido ao estresse, o fato de seu pai sentir prazer ao arrumar e desarrumar sua caixa de ferramentas, e também coisas que a própria Amélie sente agrado e despreza.

O tempo passa e Amélie, que sempre viveu presa a neuroses de seus pais, se mostra levando uma vida pacata, sem sal. Não há dramas nem amores que a seguem em seu dia a dia, apenas o trabalho e a hora de dormir. 
Em uma noite (que mudará toda a sua vida), noite da morte de Lady Di, Amélie descobre em sua casa, uma pequena caixa de bugigangas do antigo morador da casa. Nesse momento, nos vemos tomados pela voz do narrador nos embrulhando em diversos sentimentos: curiosidade, desespero, dúvida. 
A partir de então, a vida da personagem muda, que tenta a todo custo encontrar o dono da caixa. Uma questão se mostra evidente nesse momento da trama: se o dono se emocionasse ao encontrar a caixa novamente, Amélie começaria a penetrar a vida de outros (coisa que nunca teve a oportunidade de fazer), caso contrário, Amélie continuaria sua vida, como sempre foi. O desenrolar da história começa a abrir caminhos diferentes para a francesa, que conhece pessoas que mudarão sua vida.

Audrey Tautou no papel de Amélie Poulain (2001)

Muitos elementos são possíveis de serem captados para quem tem uma noção mais clara do que filmes franceses passam, ou o charme da França em si. A música, o cenário, o enquadramento, o jeito de se vestir, o jeito de falar, o jeito de viver, os ares franceses em geral. Devido a isso, o filme apresenta uma sensibilidade única, diferente e faz com que você tenha vontade de andar despreocupado pelas ruas de Paris, dançar ao som de um acordeão e tomar um café no Les Deux Moulins.
O Fabuloso destino de Amélie Poulain passa também, como poucos outros, detalhes que nos fazem enxergar a vida de um outro modo. Os detalhes representados no filme nos mostram como podemos nos sentir melhor com um pequeno gesto ou com uma pequena ação. Um exemplo clássico que aparece com ênfase é o de quebrar a casca de caramelo presente no Créme Brulée, ou colocar a mão em um saco de grãos. São detalhes acessíveis para os telespectadores e isso cria uma empatia fundamental que o cinema muitas vezes esquece.



Talvez eu seja uma pessoa um pouco suspeita para falar desse filme, mas ele é realmente lindo, desde sua direção até sua trilha sonora. Se você deseja se distanciar um pouco do consumo de filmes de ação, de suspense ou até mesmo de comédias românticas, O Fabuloso destino de Amélie Poulain é a minha primeira indicação.


sábado, 12 de julho de 2014

Na trilha da sétima arte

É muito difícil imaginar como era assistir, antigamente, filmes sem o acompanhamento de uma música. As trilhas sonoras são elementos mais do que essenciais em uma narrativa cinematográfica, e muitos compositores personalizaram e deixaram registradas trilhas que não serão esquecidas nunca. Existem muitos compositores notórios, e a seguir apresento alguns dos que considero mais relevantes para o cinema.

Yann Tiersen (1970-presente)
Embora não seja tão popular como muitos dos compositores aqui presentes, Yann Tiersen é conhecido principalmente na Europa por participar de trilhas sonoras de filmes como "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" (2002) e "Adeus Lênin!" (2003). O compositor Yann Tiersen, francês com raízes norueguesas e belgas, tem o papel de dar relevância aos detalhes do filme com sua música. O piano e o violino sempre comparecem em suas obras, auxiliando para que a imersão e a particularidade se tornem elementos que não faltam em suas melodias, escutadas e compartilhadas pelo cinema contemporâneo e pelos ramos artísticos dos mais diversos.
Alguns de seus álbuns que merecem um destaque são “La Valse des Monstres”, “L’Absent”, “Le fabuleux Destin d’Amélia Poulain e "Goodbye Lenin!".

Clicando no link abaixo pode-se escutar um de seus clássicos:

Enio Morricone (1928-presente)
Italiano, misterioso e ativo, o compositor Enio Morricone tem um histórico musical muito representante no cinema. Ainda em atividade, Morricone deu vida a filmes muito famosos como “Por uns dólares a mais” (1965), “Os Intocáveis” (1986), “Cinema Paradiso” (1988) e “Bastardos Inglórios” (2009).
A maioria de suas obras contém um toque faroeste, nos levando para a época pedida e também participando da trama do personagem de maneira única.
Indicado para cinco Oscars, nunca venceu nenhum. A Academia decidiu então, devido a sua participação intensa e contribuição para a sétima arte, dar-lhe um Oscar honorário, que foi entregue por Clint Eastwood em 2007.

Devido a uma preferência particular, ressalto a trilha sonora de Cinema Paradiso, pois contém uma emoção e uma força como poucas outras trilhas sonoras apresentam:

Hans Zimmer (1957-presente)
Compostior e produtor musical, o alemão Hans Zimmer é um dos mais conhecidos e citados pela indústria cinematográfica hoje em dia. Seus trabalhos são extremamente bem representados em filmes como “Gladiador” (2000), “Pearl Harbor” (2001), “Piratas do Caribe – Baú da Morte” (2006), “Piratas do Caribe – No Fim do Mundo” (2007), “Piratas do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas” (2011), “A Origem” (2010), “Sherlock Holmes” (2009), “Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras” (2011), “12 anos de escravidão” (2013), entre muitos outros.
Seu mérito é grande, e por isso levou para casa um Oscar em 1995 de Melhor Trilha Sonora Original devido ao longa metragem “O Rei Leão”, que fez um sucesso estrondoso. Além disso, 2 Globos de Ouro também foram creditados a ele, tornando seu trabalho parte de uma era peculiar do cinema.

É possível notar na trilha de “Piratas do Caribe” a presença de sintetizadores, grande marco de suas obras:

Bernard Herrmann (1911-1975)
Não é possível imaginar como seriam os filmes de Hitchcock sem a presença sonora de Bernard Herrmann. Suas obras tem o poder de despertar um suspense único em quem as ouve, e devido a isso se encaixam muito bem em todos os filmes que Herrmann já contribuiu.
Criou sinfonias e óperas marcantes, além de peças radiofônicas que seriam usadas para momentos memoráveis da comunicação como “A Guerra dos Mundos”, em 1938, direto da emissora CBS.
Filmes como “Cidadão Kane” (1941), “Psicose” (1960), “Vertigo” (1958), “Táxi Driver” (1975), foram patamares que Herrmann alcançou para se tornar um dos compositores mais personalizados do cinema mundial.

Abaixo, a trilha sonora de Psicose fica como dica para quem gosta de um suspense, a qualquer hora do dia:

Nino Rotta (1911-1979)
Escritor de óperas, ballets e peças teatrais, Nino Rotta produziu trilhas sonoras excepcionais e contribuiu assim, de uma maneira grandiosa para o cinema, em especial para o cinema italiano.
Participou de filmes ilustres como “La Dolce Vita” (1960), “8 1/2” (1963), “Romeu e Julieta” (1968), “Poderoso Chefão” (1972) e “Poderoso Chefão – Parte II” (1974).

Poderoso Chefão, tornou-se, segundo muitos analistas e estudiosos do cinema, um dos filmes mais importantes já criados. Um toque misterioso e melancólico toma conta de sua trilha sonora, sendo no primeiro ou no segundo longa:

John Williams (1932-presente)
O compositor John Williams merece um destaque especial no ramo da música cinematográfica, devido aos inúmeros filmes em que já teve suas obras representadas. Sua parceria com Steven Spilberg é notória, e devido a isso conseguiu marcar a audição dos telespectadores, sendo reconhecível a cada instante de suas trilhas sonoras.
John Williams foi a pessoa mais chamada ao Oscar na história do evento, sendo indicado 49 vezes. A sua primeira indicação é por sua trilha sonora no “Valley Of The Dolls”, de 1967.
O compositor contribuiu para “Tubarão” (1975), “Tubarão 2” (1978), “E.T. – O Extraterrestre” (1982), “Jurassic Park” (1993), “A Lista de Schindler” (1993), “Star Wars” (todos), “Harry Potter” (todos), entre outros.

Relevante pela sua dramaticidade, a trilha sonora de “A Lista de Schindler” ganha destaque entre as músicas de John Williams: