segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Spotlight

Depois de assistir ao Oscar – e frente a muitas surpresas positivas – me deparei com um dos filmes que mais gostei de assistir este ano, tornando-se o vencedor da noite. O longa-metragem "Spotlight: Segredos Revelados", de Tom McCarthy, engloba um tema polêmico e extremamente delicado a respeito da arquidiocese católica de Boston. A história é sobre uma equipe de jornalistas do The Boston Globe, que trabalham para o setor investigativo chamado Spotlight. Durante um tempo, os jornalistas investigativos executam um trabalho de apuração, pesquisando dados, entrevistando pessoas fundamentais para o andamento da matéria e também executam um trabalho de campo pelos bairros da cidade, em busca da denúncia.
A minha intenção não é discutir o filme em si – embora eu ache que vale a pena ser visto, e refletido – mas sim aprofundar um pouco a respeito do elenco intenso, que, diga-se de passagem, é um dos pontos enriquecedores do longa-metragem de McCarthy.
O foco são cinco personagens, entre eles:

Mark Ruffalo: No longa, o ator interpreta o jornalista Mike Rezendes. Toda trabalhada em emoções, a trama mostra que o jornalismo está presente em grande parte da vida (profissional e pessoal) do jornalista Mike, este que demonstra através de gestos intensos o seu envolvimento com a matéria do Spotlight ao longo das cenas. Indicado a categoria de “Melhor Ator Coadjuvante” no Oscar 2016, Mark Ruffalo adentrou um papel que, em minha opinião, mostrou-se o mais realista da história.
Além disso, cabe destacar que o ator é também produtor e roteirista, sendo conhecido principalmente pelo seu papel em "Os Vingadores" (The Avengers), como o famoso Hulk.

Rachel McAdams: Atuando como Sacha Pfeiffer, a atriz se mostra a vontade para desempenhar o papel de jornalista investigativa do The Boston Globe, sempre com seu bloquinho e caneta em mãos. Aos que me conhecem, sabem que sou suspeita para falar da Rachel, pois a considero uma atriz que sempre se envolve de forma sensível e delicada em seus personagens, seja em “About Time”, “O Diário de uma Paixão”, “Sob o Mesmo Céu”, “Meia Noite em Paris”, ou até mesmo em “Uma Manhã Gloriosa”.
Indicada ao Oscar de “Melhor Atriz Coadjuvante”, Rachel é quem estabelece as relações importantes entre jornalista e fonte no longa-metragem, sempre com o máximo de cuidado para não interferir na linha tênue que existe entre eles.

Michael Keaton: Já bastante conhecido no mundo cinematográfico, Michael Keaton trabalha no papel de “Robby”, em Spotlight. Sendo aquele que guia a sua equipe de investigação, “Robby” faz uso de seus contatos mais próximos para chegar mais cada vez mais perto de uma matéria que parece não ter fim. O currículo do ator mantém-se pesado devido à participação em filmes marcantes, como “Birdman” (vencedor de "Melhor Filme" no Oscar 2015), “Batman” e também pela vida que deu ao personagem Beetlejuice em “Os Fantasmas se Divertem”.

Stanley Tucci: Embora não seja jornalista no longa de McCarthy, o ator faz o papel de um advogado essencial para o andamento do texto da equipe Spotlight. Chamado de Mitchell Garabedian, é descoberto por Mike Rezendes no início do filme, mostrando-se muito fechado frente à situação. Ao decorrer dos minutos, o advogado torna-se não somente um livro aberto, mas também uma fonte riquíssima para os jornalistas. Premiado com Globos de Ouro e Emmys, Stanley Tucci participou de filmes como “O Diabo Veste Prada”, “Julie & Julia”, “O Terminal” e também “Um Olhar do Paraíso”.

Liev Schreiber: O ator interpretou o papel de Marty Baron, editor recém chegado na redação. É importante destacar que, embora não expresse muitos diálogos ao longo da história, as poucas falas são aquelas que criam o desenvolver do longa-metragem. Como editor, é ele quem pauta pela primeira vez a matéria e designa o desafio à equipe. Liev, além de ator, é também um produtor norte-americano, tendo participado de filmes como “Wolverine”,” A Quinta Onda”, e diversas outras séries de televisão.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Museus SP/RIO

Fazendo um pequeno contraste cultural entre São Paulo e Rio de Janeiro, escolhi falar um pouco sobre três dos meus museus favoritos de cada cidade, destacando as principais características de cada um deles.

São Paulo

MASP:
Localizado na Avenida Paulista, um dos mais conhecidos pontos da cidade é o Museu de Arte de São Paulo, também carinhosamente apelidado de MASP. Inaugurado no ano de 1947, o MASP tornou-se referência cultural no continente americano, considerado pioneiro ao receber aspectos artísticos após a Segunda Guerra Mundial. Suas primeiras exposições foram doações concedidas pela população local, e sua arquitetura imponente foi criada por Bardi, ou Lina Bo Bardi, arquiteta ítalo-brasileira.

Devido a sua importância cultural, o museu já recebeu exposições de peso como: Goya – As gravuras da coleção Caixanova (2007), Cândido Portinari e seus 105 anos (2008), Vik Muniz (2009), Fotografias e Esculturas Rodin (2010), Wim Wenders (2011), Caravaggio (2012), (leia mais sobre o pintor: lecroissantvoyageur.blogspot.com.br/2012/08/caravaggio-em-nome-da-arte-barroca.html), A Terra Vista do Céu, de Yann Arthus-Bertrand (2013),  Do Coração da África (2014), Arte na Moda: Coleção MASP Rhodia (2015), entre muitas outras. Vale destacar também que, em seu acervo de aproximadamente 8 mil obras, grande parte delas são de origem latina, europeia, africana e asiática.

Através do link, você poderá conferir a programação do Museu de Arte de São Paulo e suas exposições: http://masp.art.br/masp2010/

MAM:
Fundado em 1948, o MAM é hoje uma das siglas (culturalmente falando) mais importantes da capital paulista. Com um acervo imponente de livros, jornais, materiais audiovisuais e coleções nacionais e internacionais, o Museu de Arte Moderna de São Paulo está localizado no Parque do Ibirapuera, um dos pontos turísticos da cidade.
É fácil notar que o objetivo do museu é muito claro em cada um de seus cantos: expandir a arte moderna através da sociedade paulista, gerando conteúdos educativos e exposições culturais. Vale lembrar que quando se trata de antecedentes artísticos e culturais, a Semana de Arte Moderna de 1922* merece um destaque nada mais, nada menos do que: gigante.

O MAM propõe diferentes cursos nas áreas técnicas das artes visuais, fotografia, literatura e filosofia. Você também pode fazer parte do MAM e tornar-se um membro. Basta se programar através do link oficial: http://mam.org.br/faca-parte/ (no link, visite também as exposições em cartaz).

*O que foi a Semana de Arte Moderna de 1922?
Voltando no tempo, mais precisamente em fevereiro de 1922, o Teatro Municipal de São Paulo recebia com honra diversos nomes da cultura brasileira, com ideias inovadoras, na intenção de agitar os valores estéticos estabelecidos até então, e tentando a todo custo se misturar com as técnicas que faziam furor na Europa.
Figuras como Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Anita Malfatti, compuseram o cenário histórico, tornando o evento da “Semana de 22” em um dos episódios culturais mais importantes do Brasil.

MIS:
Sendo um dos meus favoritos (porque é totalmente imerso no universo do cinema), o Museu da Imagem e do Som (MIS), foi fundado no ano de 1970 e hoje é ponto de referência para os amantes de cinema e arte da cidade de São Paulo. Localizado na Avenida Europa, o MIS reúne diversos eventos culturais como shows, exposições (atualmente, expõe “O Mundo de Tim Burton”), cinema (com exibições e debates de cineclubes), cursos e destaques fotográficos. 

O seu acervo conta com mais de 200 mil itens, incluindo filmes, vídeos, fotos, veículos de comunicação impressos e registros sonoros, todos de extrema importância para a produção audiovisual brasileira. Ao final de cada visita é possível visitar a lojinha, onde você encontrará uma porção de objetos relacionados a filmes, diretores e atores famosos.

Site oficial do MIS: http://www.mis-sp.org.br/

Rio de Janeiro 

MAR:
A Praça Mauá – onde estão localizados os dois museu a seguir –  se enriqueceu nos últimos anos. Tornando-se centro de cultura carioca, abriga o Museu de Arte do Rio, ou o também chamado MAR, recentemente inaugurado no ano de 2013.

Atualmente, estão expostas no MAR o “Rio Setecentista, quando o Rio virou capital” e “Fernando Lindote: trair Macunaíma e avacalhar o Papagaio”, ambas com um quê nacionalista e com informações históricas de cair o queixo. A entrada do museu não é gratuita, porém existem obras que podem ser vistas logo na parte inicial do local, como o incrível “Morrinho”, favela de tijolos construída por Cirlan de Oliveira.

"Morrinho", por Cirlan de Oliveira. Obra do MAR.
A sua arquitetura é moderna, colocando em evidência o contraste do centro do Rio de Janeiro e a Zona Portuária. Cabe destacar que o museu foi premiado na categoria “museus” do prêmio Architizer A+ Awards, em seu ano de inauguração.


Museu do Amanhã:
Museu do Amanhã, inaugurado em 2015
O Museu do Amanhã é o mais recente entre os museus citados, e também se localiza na Praça Mauá (assim como o MAR, Museu de Arte do Rio). Inaugurado em dezembro de 2015, o ícone arquitetônico mostra-se convidativo apenas pelo olhar. Projetado pelo arquiteto Santiago Calatrava – o mesmo criador de “Cidade das Artes e das Ciências”, em Valência, e também “Puente de La Mujer”, em Buenos Aires – o Museu do Amanhã é um destaque em meio à região portuária carioca.

No seu interior, uma tendência experiencial e interativa se destaca, misturando ciência e tecnologia ao longo do passeio. Porém, é necessário estar preparado para enfrentar filas quilométricas, estas que se mostraram constantes desde o dia de sua inauguração.

Para saber mais sobre o Museu do Amanhã, acesse: http://www.museudoamanha.org.br/

Museu Aeroespacial:
Fundado em plena Ditadura Militar, 1976, o Museu Aeroespacial é considerado o maior e o mais importante museu de aviação brasileira. O local recebe constantemente a visita de oficiais e militares estrangeiros, sejam eles da Alemanha, Angola, Colômbia ou Argentina.
Com um objetivo de incentivar pesquisas, desenvolvimentos, conhecimento a respeito do tema, estímulo a atividades, as salas presentes no museu englobam uma gama de coleções de aeronaves, sendo elas antigas, com um cunho histórico ou até mesmo com a apresentação de modelos que possuem um alto padrão tecnológico. 

As salas do museu são interessantíssimas, entre elas a “Sala das Armas”, com um apanhado de mísseis, bombas e objetos de carga; “A FAB na Guerra”; “Exposição Santos-Dumont”; “Primórdios da Aviação Brasileira” e também “Espaço dos Motores Aeronáuticos”.
O Museu Aeroespacial, além de modelos e coleções, conta também com um acervo bibliográfico, com veículos de comunicação, documentos, fotografias, produtos audiovisuais e longa-metragens.

Programe-se através do site oficial do museu: http://www2.fab.mil.br/musal/?view=default




quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

The next station is: London

Hoje trouxe um pouquinho sobre Londres, a capital mais “classuda” da Europa. A cidade inglesa conta com uma gama de atrações diurnas e noturnas, prontas para agradar a todos que por ela passam. O metrô de 153 anos (Underground), seus ônibus vermelhos de dois andares, suas cabines telefônicas personalizadas e também a famosa frase “Keep Calm & Carry On” é, com certeza, o que faz de Londres um dos lugares mais visitados do mundo.

Embora a cidade seja (muito) cara, é possível visitá-la e aproveitar o que oferece. Separei abaixo alguns pontos interessantes (e acessíveis) para conhecê-la um pouco mais:

Big Ben/ London Eye: É difícil ir para Londres e não conhecer dois dos cartões postais da capital. Imponentes, ambos estão localizados muito próximos um do outro, sempre repletos de turistas à sua volta e fazendo valer o contraste entre antigo e moderno que existe naquele ambiente. O primeiro, Big Ben, diferente do que muitos pensam, não é nome do relógio, mas sim do sino que se encontra dentro da torre do relógio. Foi inserido em 1859 pelo ministro das Obras, Benjamin Hall. Já o segundo, London Eye, é uma roda-gigante que dá a possibilidade de observar a cidade a 135 metros de altura. Sua inauguração foi no ano 2000.


London Eye, uma das principais atrações de Londres
British Museum (Museu Britânico): É considerado um dos maiores e mais visitados museus já construídos, abrigando uma gama de obras, objetos e peças únicas. É claro que o British Museum daria uma matéria a parte, uma vez que tem muuuita coisa para falar sobre ele, então tentarei resumi-lo de maneira breve.
Só a sua arquitetura externa já vale a visita, sendo extremamente convidativa a todos que passam por ela. O museu é muito grande, sua entrada é gratuita e sua divisão é feita a partir de países e regiões do Planeta. Entre alguns:

- África: Localizada no subsolo do museu, essa compilação de salas engloba grande parte da cultura africana, com objetos tradicionais de países como Costa do Marfim, Etiópia, Congo, Tanzânia, República do Zimbábue e Nigéria.

- Egito: Essa ala é a minha favorita. É nela que nos deparamos com múmias, sarcófagos, esculturas e pinturas acompanhadas de inscrições hieroglíficas. Nessa ala é possível encontrar também o objeto mais visitado do museu, a Pedra de Roseta, um achado valiosíssimo na busca do entendimento da história do mundo.

- América Latina: Nessa parte, os visitantes se deparam com uma mistura de elementos do México, Peru e um pouco da Colômbia. A cultura maia, inca e asteca está presente no museu em forma de esculturas e objetos típicos do período datado.

- Japão: Essa ala é a mais trabalhosa para ser encontrada. Escondida em meio a muitas outras salas, a parte japonesa traz consigo uma coleção (impressionante) de gravuras e porcelanas de épocas diferentes. Infelizmente, a gravura “A Grande Onda de Kanagawa”, que costuma ser uma das mais vistas no British Museum, está em estoque devido ao seu frágil estado de conservação. 


- Grécia e Europa: A Grécia merece uma visita à parte e alguns minutos de atenção. É nessa sala que vemos parte do nascimento da cultura ocidental, com esculturas, vasos decorados (semelhante ao do filme “Hércules”, nos primeiros minutos), objetos de metais preciosos e réplicas menores da Acrópole de Atenas. Na ala europeia, vemos principalmente a evolução do ser humano, além de objetos utilizados na pré-história, na Idade Média, no Renascimento e também na era contemporânea.

Harrods: Localizada na Brompton Road, ao lado do metrô Knightsbridge, é considerada a maior loja da capital inglesa. Comparável as Galerias Lafayette de Paris, Harrods é um centro de compras luxuoso, englobando as marcas mais caras do mundo (tudo em libra!). Dividida em setores como cosméticos, perfumaria, acessórios, alimentação, adega de vinhos, a Harrods é um dos principais locais a serem visitados em Londres, e vale a vista noturna.

Oxford Street/Soho: Ainda no campo das compras, listo aqui um centro comercial mais “acessível”. Aqui, grande parte da população se reúne, seja para comprar, visitar ou trabalhar, além de compor diversas lojas de souvenirs muito mais em conta. Na época das festas (Natal e Ano Novo), o centro torna-se completamente iluminado. É possível chegar até essa região através da estação de metrô Oxford Circus.


Museu de História Natural: Mais uma vez, Londres nos presenteia com uma entrada gratuita. Inaugurado em 1881, o Museu de História Natural expõe ao público uma grande diversidade biológica, com salas muito bem divididas e uma vasta opção do que é relacionado as ciências. Além disso, o local conta com uma biblioteca gigantesca de materiais de pesquisa, além de um centro de busca muito desenvolvido. Aos cinéfilos, uma pequena curiosidade: o Museu de História Natural, ou também chamado de Natural History Museum, foi cenário do longa-metragem "Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba", com o ator Ben Stiller. Para mais informações, leia no site: nhm.ac.uk/


Interior do Museu de História Natural de Londres
Buckingham Palace: Outro símbolo da cidade é também o palácio. Residência oficial dos membros da realeza, o palácio está localizado na cidade de Westminster e é palco de milhares de visitas anuais. Os jardins em sua volta são muito bem cuidados e limpos, e é aqui que pode ser vista a Guarda Real, ou também chamada de Guarda da Rainha. 

Prêt-a-Manger: A empresa de Fast-Food britânica é uma ótima pedida, uma vez que pode ser encontrada a cada esquina. É nessa franquia que você encontra diversas opções de sanduíches e lanches saudáveis, sempre disponíveis para te servirem no café da manhã, almoço, café da tarde, jantar ou pós-balada.

Londres tem realmente muitas coisas para se visitar/fazer/ver. A cidade está repleta de parques, como o famoso Hyde Park (metrô Mable Arch), St.James Park, Regent’s Park; lojas e iluminações surpreendentes no centro de Picadilly Circus (metrô Picadilly Circus); visitas ao cenário fantástico do mundo de J.K. Rowling, Harry Potter na plataforma 9 ¾ (metrô King Cross) e também o famosíssimo Madame Tussauds, museu com personagens de cera que tem polos espalhados por inúmeras cidades do mundo.


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Barcelona, la ciudad de Gaudí

Hoje vim expor para vocês a minha relação afetiva com Barcelona, capital da Catalunha e uma das cidades mais visitadas da Espanha. Com um toque de originalidade, a melhor palavra que descreve Barcelona, em minha opinião, é: descolada. A capital catalã nos enxuga desde a sua primeira visita, com sua arquitetura única, seu misto de moderno e antigo, a presença de Antoni Gaudí (arquiteto modernista) em praticamente todo o seu entorno, seus pontos turísticos e suas praias recomendáveis e sua vida noturna memorável.

Sagrada Família
A segunda vez na qual pisei na cidade de Gaudí, prometi escrever – muito bem – sobre ela. Barcelona funciona por ela mesma, tem personalidade e se destaca de outras cidades da Europa devido a sua efervescência, não apenas cultural, mas jovial. As ruas estão sempre movimentadas, as terrazas sempre lotadas e os bares transbordam de pessoas de todas as idades.
Se Barcelona lidera o topo da lista de seus próximos destinos, leve o seu dicionário, seus guias de conversação (que tem me auxiliado muito quando conheço um país diferente), mas fique atento com o “portunhol”, pois a maioria das informações funciona em catalão, não em espanhol.

Algumas atrações turísticas valem uma breve descrição e algumas dicas básicas. Entre elas:

Sagrada Família Esse monumento com certeza não poderia deixar de estar aqui. Como boas mochileiras, eu e minhas colegas fazíamos tudo a pé para gastar dinheiro apenas com atrações turísticas que valessem a pena (como essa!) e, confessemos, para comprar vinho e cerveja. A vista de fora é impactante, e dependendo da época do ano você pode encarar filas quilométricas. Programe-se para passar pelo menos metade do dia visitando a catedral (por dentro e por fora) e, se possível, fique para assistir a uma missa. A Sagrada Família é o cartão postal da cidade de Barcelona, e sua arquitetura foi desenhada pelo arquiteto Gaudí – que está enterrado lá.

Camp Nou – Não precisa gostar de futebol para se encantar com esse estádio. Palco de shows com as jogadas de Neymar e Messi, a casa do time do Barça (FUTBOL CLUB BARCELONA), o Camp Nou apresenta para os seus visitantes algo que nunca encontrei em outros estádios. Com visitas guiadas, um museu, um tour pelos vestiários e uma capela em seu interior, o estádio atrai milhares de turistas todos os anos, com capacidade para 99 mil pessoas.

La Rambla Aqui é o lugar aonde você esbanja de comprar roupas, lembrancinhas, quitutes, leques (símbolo espanhol), vivencia de perto a música de cantores espontâneos, artistas de rua, além dos quiosques de flores que enfeitam toda a avenida. Desde a Praça Catalunha até Porto Velho, La Rambla é um local turístico que reúne turistas, moradores e visitantes de todos os lugares do mundo. Vale lembrar que não é porque é um centro de compras que necessariamente é mais barato. O euro costuma ser pesado aqui como no resto das capitais europeias.

Parque Güell Embora seja um pouco afastado do centro, vale a visita. O parque engloba esculturas e uma construção particular (semelhante a toda a cidade de Barcelona), e sua vista principal é alvo de cenários de filmes como “O Albergue Espanhol” e “Vicky Cristina Barcelona”.  Ao seu redor, além de uma diversidade natural, é possível se deparar com lojinhas de souvenirs e comércios específicos.

Parque Guell, vista panorâmica da cidade  
Casa Batlló – Sua fachada chama a atenção de muitos passantes, e rende visitas ao longo do ano. Toda a sua estrutura é desenhada pensando em coisas, sejam cogumelos, gotas de água ou espinhas dorsais de animais pré-históricos. A Casa Batlló também foi concebida por Antoni Gaudí, com um “quê” de expressionismo, listando assim como Patrimônio Mundial da UNESCO. Vale destacar também que a casa pode ser chamada de “Casa de las Máscaras” ou “Casa de los Huessos” devido a seus elementos decorativos.

Fundação Joan Miró - Essa atração é um pouco mais reservada aos amante da arte. Com muitas cores, a arte contemporânea de Miró ilumina todo o Parque de Montjuic, onde se localiza. Joan Miró (1893-1983) foi considerado por muitos críticos e estudiosos da área como um dos maiores pintores e escultores surrealistas da época, vencedor assim de muitos prêmios relacionados à cultura.


*360 Hostel Arts&Culture – Não é nenhum ponto turístico, mas se quiser se hospedar por Barcelona, eis a melhor opção. Sou suspeita para falar sobre esse hostel, mas ele tem meu voto como melhor da Espanha. Recomendadíssimo, aqui você vai encontrar um pessoal animado, com dinâmicas diurnas - Walking Tours - e noturnas – Pub Crawls, noites de paella e vinho, baladas com música boa, bares com muitos mojitos – nada melhor para sentir na pele a cultura catalã. (facebook.com/360hostelarts?fref=ts)

OBS: A maioria dos locais tem acesso á meios de transporte como metrô, ônibus ou bicicletas – as vias são bem divididas entre carros e bicicletas.





segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Frida Kahlo - uma tradição mexicana

Há algum tempo venho querendo escrever sobre uma das minhas personagens favoritas, a artista Frida Kahlo. As suas obras intensas sempre me chamaram a atenção – nem sempre de maneira positiva – e após assistir ao filme e ler alguns artigos sobre sua biografia, percebi como ela merece ser conhecida e como este símbolo feminino serve de inspiração para lutar pela vida e pelo que se ama. Com uma trajetória repleta de sofrimentos e superações, Magdalena Carmen Frieda Kahlo, também conhecida como Frida Kahlo, é hoje um dos marcos da cultura artística mexicana, latina e mundial. 

Nascida em julho de 1907, em Coyoacán, no México, teve suas raízes provenientes de artistas (fotógrafos, pintores autorais) e se tornou, através da maneira de se vestir, viver e lutar, uma apaixonada e revolucionária das tradições mexicanas. Vale destacar aqui que as vestimentas usadas por Frida – sempre muito coloridas, festivas e florais – tornaram-se hoje um modelo, uma característica e um dos símbolos culturais do México.
Desde muito jovem sua vida se tornou alvo de complicações. Aos seis anos de idade, Frida havia contraído poliomielite, deixando-a com uma lesão visível em seu pé esquerdo, com dificuldades de andar. Mais tarde, aos dezoito anos, a artista sofreu um acidente de ônibus em que teve múltiplas fraturas, necessitando de 35 cirurgias para se recuperar. Durante este período em que estava impossibilitada de se mexer, apenas em sua cama, deu início a sua carreira artística, retratando em seus quadros ela mesma, o seu autorretrato.

"Autorretrato com colar de espinhos e colibri" (1940)
Conhecida também pela sua vida amorosa, em 1929, Frida se casa com o pintor Diego Rivera, considerado um dos maiores artistas plásticos do século XX. Muitos autores e biógrafos da artista destacam os pontos construtivos do casamento entre os dois: Diego Rivera era muito reconhecido na vida da mexicana pelo fato de ter-lhe auxiliado a desenvolver sua carreira artística, sempre apoiando e divulgando as suas obras ao redor do mundo, junto a suas turnês internacionais. Porém, o relacionamento de ambos se viu marcado por muitos altos e baixos, com separações e reconciliações constantes. Os momentos instáveis do casamento se deram principalmente devido a problemas de infidelidade – especialmente por parte de Diego, que se relacionou diversas vezes com sua irmã, Cristina Kahlo – mas isso não impediu que Frida continuasse incondicionalmente apaixonada pelo pintor.Embora existam controvérsias em relação a essa teoria, constata-se que a artista Frida Kahlo também teve os seus momentos de traição, vivendo um romance escondido com o revolucionário bolchevique russo, Leon Trotsky, que foi convidado a abrigar-se em sua casa no México por motivos de segurança. Por mais que o relacionamento de Frida e Diego tenha sido marcado por instabilidades, não se pode negar que ambos se tornaram um dos casais mais personalizados e influentes do século XX.
Um dos principais pontos a serem enfocados quando se trata da artista são as suas obras. Suas pinturas são um retrato vivo de sua trajetória, e através dos traços intensos e coloridos de Frida, percebe-se que esta usava muito da arte para expôr suas angústias, dores, sofrências e alegrias. Destaco aqui algumas das minhas obras favoritas de Frida Kahlo – todas com significados distintos – além de marcantes para a cultura latina: “Autorretrato em vestido de veludo” (1926); “Frida Kahlo e Diego Rivera” (1931); “As duas Fridas” (1939); “Autorretrato com colar de espinhos e colibri” (1940); “A Coluna Partida” (1944).
Aos interessados na vida de Frida e para o entendimento cronológico da artista, recomendo o livro ”Frida – A Biografia”, de Hayden Herrera (aos pacientes, porque a leitura é longa) ou o longa-metragem “Frida”, dirigido pela cineasta americana Julie Taymor, com a participação dos atores Salma Hayek e Alfred Molina.
Dica turística: Quem deseja imergir na vida íntima de Frida e Diego, não deixe de visitar “La Casa Azul”, no bairro de Coyoacán, México. Primeiramente residência da família Kahlo, algum tempo depois passou a ser o ninho romântico do casal, tornando-se hoje o Museu da Frida Kahlo. O local abriga cartas, livros, quadros, paredes rabiscadas e objetos intactos, todos utilizados pelos membros que já habitaram a casa, famoso ponto turístico mexicano. 

É claro que viajar até o México não é uma tarefa cotidiana, mas existe uma possibilidade de se aproximar da artista, em São Paulo: até dia 10 de janeiro de 2016, 20 obras de Frida Kahlo estão expostas no Instituto Tomie Ohtake, na exposição “Frida Kahlo, conexões entre mulheres surrealistas no México”. Para mais informações: 
www.institutotomieohtake.org.br

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Um Conto Chinês

Há muito o cinema argentino tem dominado as salas de cinema e cineclubes do mundo todo, seja com seus clássicos ou com seus filmes contemporâneos. Com uma pegada independente, o cinema dos “hermanos” encanta por diferentes motivos, em especial devido aos seus roteiros imprevisíveis e originais que prendem a atenção do começo ao fim.
Alguns dos longas mais famosos contaram com nominações importantes em festivais cinematográficos, entre eles “O Segredo dos Seus Olhos”, vencedor de Melhor Filme Estrangeiro no ano de 2010, extravasando com dramaticidade a atuação de Ricardo Darín; “Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual”, que retrata as relações em um mundo influenciado pela tecnologia e “Relatos Selvagens”, com um roteiro que separa a civilização da barbárie.


Porém, quem predomina na minha lista de preferências argentinas é “Um Conto Chinês” (Un Cuento Chino), lançado em 2011 e dirigido por Sebastián Borensztein. Tocante, o filme tem um ritmo lento e cotidiano, enfocando pequenos ciclos e detalhes que incorporam personalidade ao longa-metragem.
A história começa com um fato bizarro: uma vaca caindo do céu. Logo depois, a cena se abre para Roberto (Ricardo Darín), um homem recluso e cheio de manias – dormir sempre às 23 horas, colecionar miniaturas em vidro e notícias esquisitas, sempre retirar o miolo de seu pão francês, contar parafusos – e que trabalha em uma loja de ferramentas.  
Capa do filme "Um Conto Chinês"
O filme muda de ritmo ao parar na cena em que Roberto olha atentamente os aviões – objeto presente em grande parte do filme – quando, de repente, Jun (Ignacio Huang), um chinês perdido por Buenos Aires, é arremessado do táxi. O encontro dos dois se dá de maneira hilária, uma vez que ambos não falam a mesma língua e se veem diante de um problema: encontrar o tio de Jun.
A rotina de Roberto é obrigada a mudar drasticamente quando “adota” Jun e presencia um choque de culturas em sua própria casa. Ao longo de semanas, ambos buscam maneiras de se comunicar e viver de maneira harmoniosa, porém um acontecimento imprevisível balança a relação de Roberto e Jun, mostrando que as coisas não acontecem por acaso. 
Como na maioria dos filmes, uma pitada de romance também está no ar em “Um Conto Chinês”. Embora seja uma personagem secundária, Mari se mostra perdidamente apaixonada pelo excêntrico Roberto, e presente em grande parte de seus pensamentos a cada cena que passa.

O que chama a atenção neste longa é não somente a simplicidade e a conexão com o público que Borensztein conquista, mas também a trilha sonora. Esta, que me encantou desde o início, acompanha de maneira intensa cada momento do filme, tornando-o o que ele é e o que ele busca mostrar. 


domingo, 9 de agosto de 2015

No estilo Flogging Molly

Hoje resolvi escrever um pouco sobre uma de minhas bandas favoritas que está aterrizando diretamente da Irlanda, Flogging Molly. O grupo tem uma mistura típica de irish folk com punk rock, além de uma mescla de nacionalidades presente em grande parte de suas músicas. Tendo como uma de suas características garantidas agitar o público, Flogging Molly conseguiu deixar uma marca memorável de seu show a todos que por lá compareceram.

Ao contrário do que muitos pensam, a banda é americana, mais especificamente de Los Angeles, Califórnia. Quem iniciou os processos musicais do grupo em 1997, foi Dave King, vocalista, nascido em Dublin, depois juntando outros integrantes do grupo como Bridget Regan, Bob Schmidt, Tedd Hutt, Nathen Maxwell, Matt Hensley e Dennis Casey.
O bar Molly Malone Irish Pub - que mais tarde seria parte do nome - foi palco inicial para para a mistura de acordeão, violino e bandolim do conjunto, além de berço para suas primeiras músicas. Ao longo dos anos, Flogging Molly foi se juntando a indústria da música, gravando e regravando, e assim alcançando sucesso mundial através de suas canções famosas como Drunken Lullabies, Devil's Dance Floor, Black Friday Rule, Salty Dog, entre outras.

Desde o ano de seu início, a banda conta com 9 álbuns renomadíssimos, sendo os principais Swagger (2000), Drunken Lullabies (2002), Whiskey on a Sunday (2006) e Float (2008). Vale destacar também que o grupo compôs parte da trilha sonora dos filmes Ps: I Love You, com If I Ever Leave This World Alive e  Mr. & Mrs. Smith, com The Worst Day Since Yestarday.


Se a sua vontade, após ouvir algumas de suas canções, é ir a um show deles - a agenda costuma ser espalhada pela Europa e Estados Unidos - prepara-se para ir vestido de preto, de verde ou fantasiado de leprechaun (figura mitológica da Irlanda), além de ficar imerso a rodinhas punk em frente ao palco, regado de whisky e cerveja a noite toda.

Site oficial: http://www.floggingmolly.com/splash_tour/